Romaria ao Eremitério do Frei Salvador não deve mudar de data
Reunião definirá se caminhada continuará sendo realizada junto às celebrações de Corpus Christi
A Romaria ao Frei Salvador é uma tradição em Flores da Cunha. Desde 1989, junto às celebrações de Corpus Christi, milhares de fiéis se deslocam até o Eremitério onde o frade costumava rezar. Em 2016, a peregrinação chegou à 28ª edição e levantou um questionamento: continuar ou não sendo realizada simultaneamente a Corpus Christi? Durante a caminhada deste ano, o frei Cleonir Dalbosco, provincial dos Capuchinhos, fez um levantamento junto aos fiéis para saber se gostariam que a Romaria ocorresse num dia diferente, dedicado exclusivamente ao frei e no domingo posterior aos festejos de Corpus Christi. O público presente ficou dividido, tal como a enquete realizada pelo Jornal O Florense na edição passada, de 3 de junho. Conforme os resultados, 51% dos votantes concordam com a possibilidade da peregrinação ocorrer numa data diferente à comemoração do ‘Corpo de Deus’, enquanto que 49% discordam do fato.
Conforme o pároco de Flores da Cunha, frei Valdivino Salvador, a decisão será tomada numa reunião com a equipe de voluntários do Eremitério do Frei Salvador. Entretanto, o pároco adianta que a Romaria não deve mudar de data. “Provavelmente irá continuar no mesmo dia, porque nós teríamos que pensar numa infraestrutura para a peregrinação que abrangeria um dia todo e, por enquanto, não temos condições de ‘abraçar’ isso”, explica o frei.
A possibilidade de mudança de data surgiu porque frades capuchinhos e fiéis de paróquias vizinhas gostariam de participar da Romaria ao Frei Salvador, entretanto, devido às programações de Corpus Christi, isso impossibilitaria a vinda. “Transferindo a caminhada para um domingo posterior permitiria a vinda desses fiéis e dos capuchinhos de participarem”, explica uma das voluntárias da Equipe do Frei Salvador, Maria Zim.
A Romaria ocorre junto às celebrações de Corpus Christi por três motivos: o religioso era muito devoto à Eucaristia; morreu na véspera da festa de Corpus Christi de 1972; e foi o primeiro ministro extraordinário da Eucaristia da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em 1970.
Para entender
Em 1988, Frei Salvador já tinha adquirido sua fama de santo e seu processo de canonização tramitava havia sete anos. Naquele ano, o corpo do frade havia sido transladado do jazigo dos Freis Capuchinhos, no Cemitério Público, para a nave direita da Igreja Matriz. Com a mudança, ficou estabelecido que em dois domingos não consecutivos os padres deveriam esclarecer ao povo o porquê e o sentido de Frei Salvador na Igreja Matriz.
Conforme o livro Frei Salvador Pinzetta – Sou o que sou diante de Deus, de Antônio Coloda, Felipe Alexandre Salvador, frei Santos Carlos Coloda e Valentin Antônio Coloda (EST Edições), a pedido de frei Lori Vergani, a Equipe Vocacional começou a divulgar e promover a vida do capuchinho. Surgiu a ideia de fazer uma caminhada até o Eremitério onde o frei costumava rezar. Num domingo à tarde foi iniciada a caminhada em frente ao salão paroquial com cantos e rezas. No ano seguinte, a comunidade florense decidiu transferir a peregrinação para junho, junto à procissão de Corpus Christi, com a finalidade de homenagear o aniversário de falecimento do frei – 31 de maio de 1972. “Em 2 de junho de 1989 aconteceu a 1ª Romaria Vocacional ao oratório do servo de Deus. Os fiéis dirigiram-se ao interior da igreja para ouvir depoimentos de parentes e pessoas que conheceram o frei. Estava consolidado o processo de beatificação. O povo confirmava a sua santidade com relatos de pessoas da comunidade”, publicou o Jornal O Florense na sua edição número 70.
Penso que a romaria poderia ser realizada numa data mais adiante...,não em cima de Corpus Christi. Talvez em Agosto que é o mês vocacional e a romaria também é vocacional. Vamos pensar!