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Rodeio Crioulo florense deste ano teve prejuízo

Prefeitura de Flores da Cunha encaminhou projeto à Câmara de Vereadores para cobrir déficit de R$ 38,4 mil do evento de abril

Depois de quase ter sua realização cancelada, o 11º Rodeio Crioulo Nacional de Flores da Cunha conseguiu uma liminar na Justiça, ‘em cima do laço’, que permitiu abrir as porteiras do Parque de Rodeios Antônio Dante Oliboni. Após cinco dias de provas campeiras e artísticas, além de shows, o evento encerrou com um público abaixo do esperado. Reflexo disso, as contas divulgadas em edital no dia 23 apontam números negativos. O evento de 2014 teve déficit de R$ 38.446, valor o qual a prefeitura pretende suprir.

A administração encaminhou um projeto de lei à Câmara de Vereadores para que seja avaliado o repasse de um auxílio financeiro ao Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Galpão Serrano, organizador do evento, destinado a cobrir o prejuízo. O projeto tramita na Câmara e pode ser votado no dia 9 de junho.

O patrão do CTG Galpão Serrano, Zenir José Fioreze, é enfático em apontar os problemas desta edição. “Todo mundo sabe, não precisa nem eu dizer o motivo”, dispara Fioreze. “Com toda a interferência da promotoria não tinha como termos outro resultado. Com as notícias de não ter Rodeio e do Parque interditado, muitas pessoas ficaram na dúvida e não compareceram. Muitos florenses não foram por receio e isso acarretou na diminuição de participantes e, por consequência, de bilheteria”, resume o patrão. A bilheteria neste ano fechou em R$ 60 mil, contrastando com anos anteriores, quando o valor chegava a quase R$ 90 mil, de acordo com Fioreze.

Além do menor público – este ano foi de pouco mais de 20 mil pessoas; em 2013 foi de 50 mil visitantes –, o Rodeio deste ano perdeu também toda a arrecadação do aluguel das casas construídas no Parque, que inclusive tiveram de ser destruídas para a realização do Rodeio. “Contávamos com R$ 54 mil somente desse aluguel por parte dos locatários. Além disso, aquela estrutura trazia mais público. O pessoal se reunia para o churrasco e ficavam juntos. Isso tudo prejudicou”, lamenta Fioreze.

Socorro
O projeto da prefeitura cita as despesas que não foram integralmente pagas, como o material de divulgação, locação de arquibancadas, tablados e palco, confecção de troféus e taças, segurança de estacionamento e portarias, aluguel de gado e tropilha, compra de mantimentos para cozinha e locação de banheiros químicos. Os R$ 38,4 mil devem ser destinados pela Secretaria de Turismo, Indústria, Comércio e Serviços, que já havia feito um repasse de R$ 70 mil ao CTG para a realização do evento.

O secretário de Turismo, Everton Scarmin, é sucinto sobre o assunto. “As contas devem ser pagas, querendo ou não o Rodeio também é do município”, resume. Para o prefeito Lídio Scortegagna (PMDB), o evento é importante para Flores e o repasse está dentro da normalidade. “O Rodeio não teve um resultado financeiro satisfatório, mas não podíamos deixar de fazer o evento ou perdê-lo. A situação como um todo fez com que acontecesse isso e nós estamos suprindo essa necessidade pagando essa defasagem”, sustenta o prefeito.

Para Lídio o importante não é acusar os problemas dos números finais, mas de investir neste evento que é considerado o maior em proporção de público do município. “Não sou eu a pessoa ideal para apontar o que prejudicou, não cabe a mim dizer isso”, pondera Scortegagna.

Relembre o caso
A 11ª edição do Rodeio Crioulo Nacional quase não ocorreu devido a uma ação do Ministério Público (MP) e da Patrulha Ambiental (Patram) da Brigada Militar. O Parque foi interditado no dia 14 de março. Entre as alegações estava o corte de vegetação nativa e construções irregulares ao lado de um córrego, em uma área considerada de preservação permanente (APP). Após tratativas entre prefeitura, CTG Galpão Serrano e o promotor Stéfano Lobato Kaltbach foi criado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). A prefeitura, porém, não concordou com alguns termos do TAC e, por isso, não levou o acordo adiante. Faltando três horas para a abertura oficial da programação uma decisão do Judiciário permitiu a realização do evento. Com isso, o Rodeio ocorreu utilizando apenas uma área licenciada, longe da APP e sem as casas, mas somente barracas e acampamentos.

Liberação do Parque somente no dia do evento afastou o público. - Arquivo O Florense
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