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Restaurantes tentam se adaptar às normas

Maioria dos empreendimentos trabalha com a encomenda de marmitas e de pratos feitos. Porém, fluxo diminuiu em 70%

Na nova realidade imposta pela pandemia do coronavírus, restaurantes e lancherias têm se adaptado às normas impostas para continuarem abertos. Com as mudanças, os estabelecimentos tiveram que agir rápido, mudar a logística e usar a criatividade. A principal mudança nas medidas de prevenção da Covid-19 para os restaurantes é a suspensão do atendimento por buffet. Em Flores, a maioria dos restaurantes atua nessa modalidade, e eles precisaram se reinventar para continuar com o negócio. No Restaurante Casa Nostra, dos 25 funcionários, metade está de férias. A opção encontrada foi trabalhar com viandas e pratos feitos. “Mas a demanda é muito baixa”, explica a administradora do empreendimento, Eni Longhi Rockenbach. Há mais de 30 anos no ramo, ela conta nunca ter passado por uma situação semelhante. “Às vezes, tínhamos pouco movimento, mas ver esses salões vazios é quase que inacreditável”, lamenta. Em média, o restaurante está fazendo 100 marmitas por dia.  “É possível contar nos dedos quantas pessoas vêm almoçar. Estamos atendendo 30% dos nossos clientes”, diz.

Para continuar de portas abertas, o Casa Nostra montou um cardápio reduzido e divulga nas redes sociais para quem quiser solicitar. O valor das marmitas é de R$ 13 a R$ 16, e o prato feito sai por R$ 20. “Ainda não fizemos as contas, mas com o que vendemos não paga nem os funcionários. Não sabemos até que ponto vale ficar aberto”, destaca Eni.

A dúvida é a mesma do proprietário do Restaurante Dona Dina, Regis Pradella. Normalmente, o empreendimento atendia entre 400 e 500 pessoas por dia. Nas últimas semanas, a média diária foi de 50. “Num primeiro momento optamos por fechar o restaurante. Nesta semana, com as mudanças dos decretos, voltamos a atender, mas de uma maneira diferente. Estamos com um balcão de atendimento, onde as pessoas podem ver o que está disponível e um profissional do restaurante montará o prato ou a marmita”, enfatiza Pradella, que reforça que o restaurante está obedecendo todas as normas de higiene e distanciamento entre as pessoas.

O valor do prato continua sendo por quilo, mas apenas com 20% das variedades anteriores. “Entendemos que estipular um valor pelo prato não seria adequado, porque tem muitas pessoas que não achariam vantajoso. Então, continuamos com o valor ao quilo”, explica ele, que pontua que as mudanças constantes nos decretos estão dificultando as ações. “Nos adequamos para o primeiro decreto que permitia buffet. Agora mudaram, e de um dia pro outro tivemos que nos readequar. Está bem complicado, sem comentar que o que estamos ganhando não paga nem uma parte dos funcionários. Vamos ver até quando conseguimos manter aberto assim, porque não é rentável”, desabafa.

O Restaurante Ferronatto é outro estabelecimento que está se adequando às normas. O gerente, César Ferronatto, explica que a partir dos decretos municipais, o restaurante estava trabalhando com delivery, retirada no balcão e buffet ao quilo. “Ficamos dois dias trabalhando desta forma e já havíamos percebido uma queda de 50% no movimento. Com o decreto do dia 19, decidimos dar férias coletivas a todos da empresa e, sem saber lidar com a situação, optamos por parar e nos organizar com o que viria pela frente”, conta Ferronato.

Neste período de pausa de 10 dias, Ferronato e a irmã, Luciane, decidiram fazer cursos online focados na gestão de restaurantes – de estoque, vendas e marketing – e com, isso, nesta semana, optaram por voltar às atividades. “Alguns colaboradores anteciparam o retorno das férias e nesta semana abrimos seguindo todas as normas do decreto vigente. Somando os nossos três serviços – delivery, retirada no balcão e à la carte –, atendemos 35% do nosso movimento médio antes dos decretos de prevenção à Covid-19. Sabemos que esse momento é delicado e estamos procurando nos adaptar da melhor maneira. O bem-estar e a saúde de todos devem vir em primeiro lugar”, diz Ferronatto. 

Nas lancherias
Conforme o novo decreto municipal, as casas de lanche e pizzarias somente poderão atuar na forma pegue e leve e delivery. O administrador do Nelius Lanches, Ítalo Novello, informa que ainda não sabe como ficará daqui em diante, já que nesses primeiros dias constatou uma queda de movimento. “Seguiremos firme fazendo nossa parte e torcendo para tudo isso passar logo, com o menor impacto possível na nossa cidade”, diz. O Nelius Lanches ficou fechado a partir do primeiro decreto, quando só era permitida tele-entrega e havia o toque de recolher. “Optamos por manter totalmente fechado como forma de proteger nossos colaboradores e para incentivar todos a ficarem em casa. Mas, agora, iremos trabalhar como manda o decreto, com todos os cuidados necessários”, garante Novello. 

Confira as normas estabelecidas
- Quanto aos restaurantes, observadas todas as medidas de prevenção, fica vedado o atendimento na modalidade buffet;
- Quanto às casas de lanche e pizzarias, somente poderão atuar na forma pegue-leve e/ou delivery.

São de cumprimento obrigatório
- Higienizar, após cada uso, durante o período de funcionamento e sempre quando do início das atividades, as superfícies de toque (mesas, equipamentos, cardápios, teclados, etc.), preferencialmente com álcool em gel 70% ou outro produto adequado; 
- Higienizar, preferencialmente após cada utilização ou, no mínimo, a cada três horas, durante o período de funcionamento e sempre quando do início das atividades, os pisos, as paredes, os forros e o banheiro, preferencialmente com água sanitária ou outro produto adequado;
- Manter à disposição, na entrada do estabelecimento e em local de fácil acesso, álcool em gel 70%, para a utilização dos clientes e dos funcionários do local;
- Manter locais de circulação e áreas comuns com os sistemas de ar condicionados limpos (filtros e dutos) e, obrigatoriamente, manter pelo menos uma janela externa aberta ou qualquer outra abertura, contribuindo para a renovação de ar;
- Manter disponível “kit” completo de higiene de mãos nos sanitários de clientes e de funcionários, utilizando sabonete líquido, álcool em gel 70% e toalhas de papel não reciclado;
- Manter louças e talheres higienizados e devidamente individualizados de forma a evitar a contaminação cruzada; 
- Adotar sistemas de escalas, de revezamento de turnos e de alterações de jornadas, para reduzir fluxos, contatos e aglomerações de seus funcionários;
- Diminuir o número de mesas ou estações de trabalho ocupadas no estabelecimento de forma a aumentar a separação entre elas, diminuindo o número de pessoas no local e garantindo o distanciamento interpessoal de, no mínimo, dois metros; 
- Fazer a utilização, se necessário, do uso de senhas ou outro sistema eficaz para evitar filas ou aglomeração de pessoas;
- Determinar a utilização pelos funcionários encarregados de preparar ou de servir alimentos, bem como pelos que, de algum modo, desempenhem tarefas próximos aos alimentos, do uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado.

* Fonte: Decretos Municipal e Estadual

Eni Longhi monta as marmitas para clientes que optam por esta modalidade.  - Gabriela Fiorio Restaurante Ferronatto se adequou às  normas e serve à la carte e marmitas.  - Gabriela Fiorio Restaurante Dona Dina está atuando com opções reduzidas e atendendo a quilo e marmitas. - Divulgação
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