Restauração de casarão gera críticas
Oposição questiona recursos previstos para serem investidos no imóvel
De acordo com o secretário de Turismo, Indústria, Comércio e Serviços, Carlos Lisboa, a moradia funcionará como Central de Atendimento e Recepção ao Turista e também como ponto administrativo da prefeitura durantes os eventos e seu local foi escolhido por se tratar de um espaço onde ocorrem eventos importantes do município. "Enxergamos como um lugar para atrair turistas e que possui toda uma conotação turístico-cultural. Em várias outras cidades, réplicas e monumentos históricos foram colocados em parques", destaca. Ainda segundo Lisboa, além dos trabalhos de atendimento ao turista, a casa terá também um memorial com artigos e peças das famílias Falavigna e Soldatelli. "Não há um cuidado na preservação do patrimônio histórico e esse é o primeiro passo e o símbolo para se trabalhar a preservação em Flores", diz.
O orçamento para a primeira etapa de restauração, que inclui fundações, piso, recolocações das paredes e do telhado e pintura, custará R$ 24.893. Para a segunda etapa, que prevê melhorias na parte interna, os recursos ainda não estão definidos. Os trabalhos de execução para início da reforma aguardam a assinatura do contrato de licitação. "Será um trabalho bem artesanal, com muita cautela e cuidado. Quando estiver pronta, tenho certeza que se tornará mais um ponto turístico do município", pontua Lisboa.
A restauração da casa integra o projeto de revitalização do Parque da Vindima.
O que pensam as entidades
"Consideramos importante a restauração da casa, visto que Flores da Cunha já perdeu grande parte do seu patrimônio histórico arquitetônico. Além disso, depois de restaurada, será mais um importante ponto turístico do município. A localização no Parque da Vindima é válida, já que lá são realizadas feiras e festas, como a Fenavindima, ou seja, um local de grande movimentação turística e acredito que o que o turista quer ver em nosso município são as características e a cultura da imigração italiana."
Camila Pauletti – presidente da Associação dos Amigos do Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi (AAMAHPR)
"É muito importante essa reforma porque temos poucos casarões ainda preservados no município. O ideal seria deixá-los em seu lugar de origem, mas por questões financeiras, sabemos que muitas vezes isso não é possível. Hoje, muitas casas antigas estão se perdendo e podemos contar nos dedos quantas ainda há no centro da cidade. Esses locais poderiam muito bem servir com destinos e atrativos culturais. Essa casa irá abrigar um legado da imigração italiana. Eu mesma, moro em uma casa de 1946, a qual reformei. Não foi possível preservar tudo, mas mantive alguns traços antigos".
Taís Carpeggiani – presidente da Associação dos Produtores de Arte e Cultura (Apac)
Para saber mais
O município de Flores possui duas leis municipais que tratam sobre preservação:
Lei Municipal Nº 1061/1986 – Dispõe sobre o patrimônio arquivístico de Flores da Cunha, institui o sistema municipal de arquivos e dá outras providências.
Lei Municipal Nº 1062/1986 – Dispõe sobre a proteção do patrimônio histórico e cultural de Flores da Cunha. Entende-se por patrimônio histórico e cultural o conjunto de bens móveis e imóveis existente em seu território e que, por sua vinculação a fatos pretéritos memoráveis e a fatos atuais significativos, ou por seu valor cultural, seja de interesse público conservar e proteger contra a ação destruidora decorente da atividade humana e do tempo.
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