Qualidade e produtividade do alho em discussão
Encontro Nacional dos Produtores da hortaliça terá palestras nesta sexta-feira, dia 25, no salão paroquial de Flores da Cunha
Como forma de integrar e qualificar a produção de alho no Brasil a Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa) e a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (Agapa) promovem hoje, dia 25, o 26º Encontro Nacional de Produtores de Alho. O evento ocorre no salão paroquial de Flores da Cunha a partir das 13h, com palestras que falam sobre o mercado e a preocupação com a podridão branca. Entre os palestrantes, destaque para José Portela, do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta), da Argentina, e Marco Antônio Lucini, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) de Santa Catarina.
O Encontro Nacional de Produtores de Alho tem como objetivo debater e analisar a atual conjuntura nacional e internacional do alho com enfoque no mercado, produção e novas tecnologias de produção. O presidente da Agapa e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) local, Olir Schiavenin, destaca que o evento também tem como função integrar os produtores. “É um local para buscar informações e conhecimentos sobre novas tecnologias de plantio, embalagem e classificação. Estamos programados também para disponibilizar dados sobre a importação e uma projeção para a próxima safra”, resume Schiavenin.
A presença dos produtores será utilizada também para conscientizar sobre a importância de mudanças e atualizações. “É importante parar, avaliar e planejar, para fazer com que a atividade seja competitiva, que traga rentabilidade e seja sustentável. Resumindo, uma agricultura moderna”, destaca Schiavenin, que também é vice-presidente da Anapa. Além das palestras, o encontro terá a prestação de contas e a eleição para presidente da Anapa e da Agapa.
A expectativa é de que cerca de 500 produtores participem da programação, vindos do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, além dos gaúchos. O evento é realizado pela Anapa e Agapa, com promoção do STR, prefeitura de Flores da Cunha e Emater-RS e apoio do Sebrae.
Programação no salão paroquial
13h – Credenciamento.
14h – Abertura.
14h40min – Prestação de contas da Anapa, com Rafael Jorge Corsinho e Clóvis Volpe.
15h – Palestra Podridão Branca, com Chukichi Kurazawa (consultor Globo Rural e Basf).
15h30min – Painel O Mercado do Alho, com Manco Antônio Lucini (Epagri-SC) e José Portela (Inta – Argentina).
16h20min – Eleição para a presidência da Anapa.
16h50min – Prestação de contas e eleição da Agapa.
17h15min – Palestra Curva de absorção de nutrientes, com Anderson Feltrin (Epagri-SC).
18h – Encerramento.
19h – Jantar (cortesia).
Experiência que se renova
Na propriedade do produtor Itamar Boniatti, 48 anos, no Travessão Curuzu, em Nova Pádua, esta época é de muito trabalho. Ele cultiva com a família cerca de 6 hectares de pêssego e ameixa e outros 6 hectares de alho. A produção e o trabalho na colônia são pesados, mas mais que isso, exige qualidade. Foi isso que Boniatti buscou com o passar dos 16 anos de experiência com o alho, principal fonte de renda da família. Por isso ele já confirmou presença no Encontro Nacional dos Produtores hoje, em Flores da Cunha. Para ele é a oportunidade perfeita para saber mais sobre o mercado e também as novidades na produção.
Qualidade acima da quantidade. Para Boniatti assim é o atual mercado não só do alho, mas de todos os produtos da agricultura. Essa ideia e muitas outras ele terá a oportunidade de discutir com outros produtores durante o Encontro. “Participo todos os anos. É uma oportunidade muito importante para entendermos mais sobre o mercado, as expectativas de preço e as novidades. É uma maneira de nos preparamos para a safra que está por vir”, acredita o produtor.
Os 6 hectares de Boniatti contam com alho da variedade San Valentin, a mais comum na região, que neste ano apresenta boa qualidade. “Dos 16 anos em que produzo alho, este ano é um dos melhores. Esperamos que o clima colabore e os preços também. Mas não adianta pensar no preço e esquecer a qualidade. Uma coisa vem com a outra”, salienta. A expectativa de Boniatti é de colher em média 65 mil quilos da hortaliça. A produção é vendida no próprio município para uma distribuidora.
A safra da propriedade deve iniciar na última semana de novembro e por um mês o trabalho de colheita será intenso. O alho permanece ainda por mais 30 dias no galpão para secagem, até estar pronto para a venda. “O encontro é o lugar para buscar mais qualidade e competitividade para fazer todo esse trabalho valer a pena”, acrescenta Boniatti.
Mercado exige qualidade e oferece preços na média
Um dos painéis da 26ª edição do Encontro Nacional de Produtores de Alho deve falar sobre o mercado. Para o assunto foram convidados Marco Antônio Lucini, extensionista da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri-SC); e José Portela, coordenador do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta) da Argentina. Segundo previsões, a safra 2013/2014 tem uma boa expectativa, mesmo com a grande entrada de alho vindo da China.
Segundo dados da Epagri, o Brasil é um grande consumidor de alho e a produção interna abastece apenas de 35% a 40% do consumo nacional. A China é responsável por 40% a 45% e, os demais 25%, são da Argentina. Quem baliza o preço no mercado interno é o alho chinês. “O que entra no Brasil e que obedece as normas não é um problema, pois não produzimos o suficiente para abastecer a demanda interna. O produto nacional promete ter qualidade nesta safra, até porque nossos produtores estão se profissionalizando e tendo consciência que para competir com o alho chinês e argentino é preciso ter produtividade e qualidade, baixando os custos. Para isso é necessário inovar e buscar novas técnicas”, destaca Olir Schiavenin, da Agapa.
No Rio Grande do Sul a área de plantio está se mantendo nos últimos anos. A média é de 1,8 a 2 mil hectares, com produtividade de 18 a 20 milhões de quilos/ano. Toda a produção fica no país e representa um terço do consumo total. O preço do alho nacional, porém, não deve alcançar os números do ano passado já que a China está colhendo um produto de ótima qualidade e com volume 25% superior à safra anterior.
Podridão branca
A podridão branca é uma velha conhecida da cadeia produtiva do alho e da cebola e considerada uma das mais sérias ameaças ao cultivo, podendo inviabilizar o plantio de uma região inteira. Uma das palestras do 26º Encontro tratará de maneiras de evitar esse problema. Para falar sobre a podridão branca foi convidado o consultor do programa Globo Rural e da Basf, Chukichi Kurazawa.
A podridão branca é causada pelo fungo Sclerotium cepivorum Berkeley, que tem um forte poder destrutivo, causando grandes perdas em lavouras instaladas em locais infestados pelo fungo e sob condições ambientais favoráveis. A podridão branca tem uma grande capacidade de sobrevivência, inviabilizando áreas para cultivo de cebola ou alho de oito até 20 anos. De acordo com a Embrapa Hortaliças, não existem cultivares comerciais de alho e cebola resistentes à praga. O controle químico é pouco eficiente e não há fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para controle. As principais medidas de manejo contra a doença são as preventivas, como plantio de sementes em áreas isentas ou em épocas e locais onde as condições climáticas são desfavoráveis à ocorrência da doença.
Como identificar a praga
- O mais comum são sintomas na parte aérea, caracterizando o subdesenvolvimento das plantas, o amarelamento e morte das folhas mais velhas e o apodrecimento dos bulbos.
- Em regiões úmidas, observa-se nas plantas atacadas, um crescimento cotonoso branco. Com o tempo, o micélio branco vai dando lugar a pequenos pontos escuros, que são os escleródios do patógeno, os quais dão um aspecto enegrecido ao bulbo atacado.
- As raízes também apodrecem e devido a isso as plantas afetadas são facilmente arrancadas do solo.
- A presença de escleródios negros pequenos sobre os bulbos atacados é muito importante para o diagnóstico correto, uma vez que os demais sintomas podem ser causados por outros fungos.
Fonte: Embrapa Hortaliças.
O Encontro Nacional de Produtores de Alho tem como objetivo debater e analisar a atual conjuntura nacional e internacional do alho com enfoque no mercado, produção e novas tecnologias de produção. O presidente da Agapa e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) local, Olir Schiavenin, destaca que o evento também tem como função integrar os produtores. “É um local para buscar informações e conhecimentos sobre novas tecnologias de plantio, embalagem e classificação. Estamos programados também para disponibilizar dados sobre a importação e uma projeção para a próxima safra”, resume Schiavenin.
A presença dos produtores será utilizada também para conscientizar sobre a importância de mudanças e atualizações. “É importante parar, avaliar e planejar, para fazer com que a atividade seja competitiva, que traga rentabilidade e seja sustentável. Resumindo, uma agricultura moderna”, destaca Schiavenin, que também é vice-presidente da Anapa. Além das palestras, o encontro terá a prestação de contas e a eleição para presidente da Anapa e da Agapa.
A expectativa é de que cerca de 500 produtores participem da programação, vindos do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, além dos gaúchos. O evento é realizado pela Anapa e Agapa, com promoção do STR, prefeitura de Flores da Cunha e Emater-RS e apoio do Sebrae.
Programação no salão paroquial
13h – Credenciamento.
14h – Abertura.
14h40min – Prestação de contas da Anapa, com Rafael Jorge Corsinho e Clóvis Volpe.
15h – Palestra Podridão Branca, com Chukichi Kurazawa (consultor Globo Rural e Basf).
15h30min – Painel O Mercado do Alho, com Manco Antônio Lucini (Epagri-SC) e José Portela (Inta – Argentina).
16h20min – Eleição para a presidência da Anapa.
16h50min – Prestação de contas e eleição da Agapa.
17h15min – Palestra Curva de absorção de nutrientes, com Anderson Feltrin (Epagri-SC).
18h – Encerramento.
19h – Jantar (cortesia).
Experiência que se renova
Na propriedade do produtor Itamar Boniatti, 48 anos, no Travessão Curuzu, em Nova Pádua, esta época é de muito trabalho. Ele cultiva com a família cerca de 6 hectares de pêssego e ameixa e outros 6 hectares de alho. A produção e o trabalho na colônia são pesados, mas mais que isso, exige qualidade. Foi isso que Boniatti buscou com o passar dos 16 anos de experiência com o alho, principal fonte de renda da família. Por isso ele já confirmou presença no Encontro Nacional dos Produtores hoje, em Flores da Cunha. Para ele é a oportunidade perfeita para saber mais sobre o mercado e também as novidades na produção.
Qualidade acima da quantidade. Para Boniatti assim é o atual mercado não só do alho, mas de todos os produtos da agricultura. Essa ideia e muitas outras ele terá a oportunidade de discutir com outros produtores durante o Encontro. “Participo todos os anos. É uma oportunidade muito importante para entendermos mais sobre o mercado, as expectativas de preço e as novidades. É uma maneira de nos preparamos para a safra que está por vir”, acredita o produtor.
Os 6 hectares de Boniatti contam com alho da variedade San Valentin, a mais comum na região, que neste ano apresenta boa qualidade. “Dos 16 anos em que produzo alho, este ano é um dos melhores. Esperamos que o clima colabore e os preços também. Mas não adianta pensar no preço e esquecer a qualidade. Uma coisa vem com a outra”, salienta. A expectativa de Boniatti é de colher em média 65 mil quilos da hortaliça. A produção é vendida no próprio município para uma distribuidora.
A safra da propriedade deve iniciar na última semana de novembro e por um mês o trabalho de colheita será intenso. O alho permanece ainda por mais 30 dias no galpão para secagem, até estar pronto para a venda. “O encontro é o lugar para buscar mais qualidade e competitividade para fazer todo esse trabalho valer a pena”, acrescenta Boniatti.
Mercado exige qualidade e oferece preços na média
Um dos painéis da 26ª edição do Encontro Nacional de Produtores de Alho deve falar sobre o mercado. Para o assunto foram convidados Marco Antônio Lucini, extensionista da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri-SC); e José Portela, coordenador do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta) da Argentina. Segundo previsões, a safra 2013/2014 tem uma boa expectativa, mesmo com a grande entrada de alho vindo da China.
Segundo dados da Epagri, o Brasil é um grande consumidor de alho e a produção interna abastece apenas de 35% a 40% do consumo nacional. A China é responsável por 40% a 45% e, os demais 25%, são da Argentina. Quem baliza o preço no mercado interno é o alho chinês. “O que entra no Brasil e que obedece as normas não é um problema, pois não produzimos o suficiente para abastecer a demanda interna. O produto nacional promete ter qualidade nesta safra, até porque nossos produtores estão se profissionalizando e tendo consciência que para competir com o alho chinês e argentino é preciso ter produtividade e qualidade, baixando os custos. Para isso é necessário inovar e buscar novas técnicas”, destaca Olir Schiavenin, da Agapa.
No Rio Grande do Sul a área de plantio está se mantendo nos últimos anos. A média é de 1,8 a 2 mil hectares, com produtividade de 18 a 20 milhões de quilos/ano. Toda a produção fica no país e representa um terço do consumo total. O preço do alho nacional, porém, não deve alcançar os números do ano passado já que a China está colhendo um produto de ótima qualidade e com volume 25% superior à safra anterior.
Podridão branca
A podridão branca é uma velha conhecida da cadeia produtiva do alho e da cebola e considerada uma das mais sérias ameaças ao cultivo, podendo inviabilizar o plantio de uma região inteira. Uma das palestras do 26º Encontro tratará de maneiras de evitar esse problema. Para falar sobre a podridão branca foi convidado o consultor do programa Globo Rural e da Basf, Chukichi Kurazawa.
A podridão branca é causada pelo fungo Sclerotium cepivorum Berkeley, que tem um forte poder destrutivo, causando grandes perdas em lavouras instaladas em locais infestados pelo fungo e sob condições ambientais favoráveis. A podridão branca tem uma grande capacidade de sobrevivência, inviabilizando áreas para cultivo de cebola ou alho de oito até 20 anos. De acordo com a Embrapa Hortaliças, não existem cultivares comerciais de alho e cebola resistentes à praga. O controle químico é pouco eficiente e não há fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para controle. As principais medidas de manejo contra a doença são as preventivas, como plantio de sementes em áreas isentas ou em épocas e locais onde as condições climáticas são desfavoráveis à ocorrência da doença.
Como identificar a praga
- O mais comum são sintomas na parte aérea, caracterizando o subdesenvolvimento das plantas, o amarelamento e morte das folhas mais velhas e o apodrecimento dos bulbos.
- Em regiões úmidas, observa-se nas plantas atacadas, um crescimento cotonoso branco. Com o tempo, o micélio branco vai dando lugar a pequenos pontos escuros, que são os escleródios do patógeno, os quais dão um aspecto enegrecido ao bulbo atacado.
- As raízes também apodrecem e devido a isso as plantas afetadas são facilmente arrancadas do solo.
- A presença de escleródios negros pequenos sobre os bulbos atacados é muito importante para o diagnóstico correto, uma vez que os demais sintomas podem ser causados por outros fungos.
Fonte: Embrapa Hortaliças.
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