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Promessa da RGE é de que quedas de luz serão reduzidas

Substituição e manutenção de cabos pela empresa distribuidora motivam frequentes problemas de fornecimento de energia em várias regiões e no Centro de Flores da Cunha

Faz algumas semanas que os florenses estão enfrentando problemas com a falta de energia elétrica, principalmente o comércio, que precisa manter os serviços em funcionamento para atender aos clientes. Em casa a deficiência também gera transtornos. Do micro-ondas ao banho, tudo fica mais difícil, principalmente quando falta luz sem ao menos existir um aviso de desligamento programado por parte da Rio Grande Energia (RGE).

O problema, segundo a distribuidora, é que desde o início deste ano a rede elétrica está recebendo cabos parcialmente blindados e que oferecem maior segurança em temporais e no contato um com o outro. Mas, para a substituição, são necessárias manobras de desligamentos. O investimento, estimado em R$ 1 milhão, deve ser concluído no final de setembro.

A falta de energia é um problema que preocupa o comerciante Hélio Luiz Ferrarez. Dono de um açougue no Centro de Flores, ele precisa ficar de olho nas constantes quedas, pois não são necessárias muitas horas para que o prejuízo seja grande. “Durante a sexta-feira e o sábado temos ainda mais carnes, o cuidado e aflição aumentam com a quantidade de produtos. Como nosso principal item são as carnes, que necessitam de resfriamento constante, uma queda de energia mais prolongada resulta em prejuízo”, reconhece Ferrarez.

A Casa de Carnes Fronteira comercializa ainda diversos produtos que envolvem o ato de fazer um churrasco, os quais também necessitam de refrigeração. “Precisamos desses equipamentos e eles podem até queimar com as sucessivas quedas. O que me deixa descontente é que ligamos informando o problema e não recebemos resposta, posição e, tampouco, uma previsão de retorno. Essa situação de indiferença é preocupante”, pondera o empresário.

Desde a década de 1990 Flores da Cunha conta com uma subestação da RGE, estrutura que proporciona uma garantia maior do que cidades que têm atendimento à distância. A estrutura, localizada nas proximidades do Eremitério Frei Salvador, absorve a demanda crescente do município, principalmente as solicitações da indústria.

Manutenção
De acordo com o gerente de serviços da Rede Leste da RGE, Roberto Sartori, a melhoria é feita com cabos de maior proteção, uma espécie de blindagem que evita que o contato com galhos ou placas em um temporal, por exemplo, cause a queda da energia. Essa nova rede é considerada ‘ecológica’ porque convive melhor com a natureza e precisa de um menor espaço para ser configurada. “Antigamente os cabos eram nus, a rede exposta causa muitos problemas e com essa manutenção vamos conseguir uma maior harmonia. Mas para isso precisamos fazer manobras que provocam uma falta de energia momentânea, mas sempre atingindo o mínimo possível de consumidores”, explica.

O último desligamento de luz em função dessa substituição está marcado para o dia 30 de setembro, quando a obra deve estar concluída. Após isso, o problema deve diminuir. “Além das obras, não temos nenhuma condição anormal no dia a dia em Flores da Cunha. Em agosto tivemos 64 chamados, mais ou menos 30 emergenciais foram em residências, situações onde a própria estrutura da casa necessita de manutenção. Posso garantir que a rede de Flores da Cunha é extremamente normal”, esclarece Sartori.

Além disso, a RGE está substituindo os postes de madeira (onde a nova rede passa) por postes de concreto. O interior também recebe melhorias na estrutura. De acordo com Sartori, cerca de R$ 1,5 milhão está sendo investido nos transformadores das comunidades. Com o aumento de consumo e a rede antiga, moradores convivem com luz fraca – a chamada ‘meia fase’. Para isso, a RGE está operando uma rede com mais transformadores.


Como informar a falta de energia

- Quando acontece queda de luz, o consumidor deve tomar algumas providências antes de entrar em contato com a RGE. Pode ser que o problema esteja dentro de casa.

- Verifique os disjuntores, eles têm a função de cortar a passagem da corrente elétrica em casos de sobrecarga ou curto-circuito. Verifique também os disjuntores externos.

- Se nada for percebido, faça contato com a RGE pelo telefone 0800.970.0900 (ligação gratuita). Caso a equipe seja acionada e, antes dela chegar, a energia voltar, é muito importante que você avise a RGE por meio pelo mesmo número.

- A falta de energia pode ser informada ainda enviando um torpedo/SMS com a palavra ‘luz’ e o número da unidade consumidora (presente na fatura mensal) para o número 27350. Você receberá uma mensagem de retorno com o protocolo de atendimento e a confirmação da sua solicitação ou nova orientação para contato com a RGE. Este serviço é gratuito e está disponível 24 horas.

- Mais informações no site www.rge-rs.com.br


Em caso de prejuízo

- Os consumidores que se sentirem prejudicados pela falta de energia elétrica podem tentar cobrar o prejuízo da concessionária.

- Em tese, o ressarcimento pelas horas que o consumidor ficou sem luz não precisa ser solicitado. O valor correspondente deve ser automaticamente abatido no máximo nas duas contas seguintes.

- Em caso de queima de aparelhos, o consumidor deve apresentar uma reclamação diretamente à concessionária. Ele preencherá um formulário relatando o que aconteceu. A partir da data do pedido de ressarcimento, a empresa terá prazo de até 10 dias para inspecionar e vistoriar o equipamento danificado. Para os equipamentos que acondicionam alimentos perecíveis, como geladeiras, a vistoria deverá ser realizada em um dia útil a partir do pedido.

- A partir da vistoria, a empresa terá prazo máximo de 15 dias para informar ao consumidor, por escrito, sobre o deferimento ou não do seu pedido. No caso de deferimento, a distribuidora pode efetuar o ressarcimento em moeda corrente, providenciar o conserto ou a substituição do equipamento danificado em até 20 dias.

- Se a decisão for de não pagar a indenização, o consumidor poderá apelar para a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos (Agergs). Se a decisão da Agergs também não for a esperada pelo cliente, ele poderá apelar à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

- Pedidos de indenização para os problemas causados pela interrupção à atividade comercial, perda de mercadores ou outros prejuízos decorrentes da falta de luz, em geral devem ser resolvidos com ações na Justiça. Os consumidores podem registrar os prejuízos em delegacias de polícia. Independentemente de recorrer às agências reguladoras (Agergs e Aneel), os consumidores também podem buscar seus direitos com os Procons.

Fontes: Rio Grande Energia (RGE) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).



Hélio Ferrarez está sempre atento em sua casa de carnes: sem energia é prejuízo certeiro. - Camila Baggio
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