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Projeto do Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi está saindo do papel

As obras da primeira etapa já iniciaram e, com elas, o atendimento da Casa do Artesão e do próprio Museu sofreram alterações

Aos poucos o projeto ‘Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi’, que está divido em duas etapas, vem sendo colocado em prática no município florense. O sonho de conceder instalações adequadas à Reserva Técnica do Museu e ao Arquivo Histórico Municipal, além de poder restaurar o atual prédio do Museu, que foi construído entre os anos de 1943 e 1945 e abrigou, por muitos anos, a prefeitura municipal, começou a sair do papel e se tornar realidade após o lançamento da primeira etapa e o início da demolição da edificação que abrigava a Casa do Artesão.
De acordo com a presidente da Associação dos Amigos do Museu, Lorete Maria Calza Paludo, a edificação é muito importante para Flores da Cunha por carregar em sua trajetória a história do desenvolvimento da cidade, sua organização política, econômica e social, além de hoje ser guardiã da colonização italiana do município.  “No seu interior, estão mais de 2,5mil peças, classificadas em armarias, artes sacras, condecorações, documentos, indumentárias, instrumentos agrícolas, científicos, musicais, máquinas, mobiliários, objetos de decoração, fotografias, utensílios domésticos e outros, que contam a história dos nossos bravos imigrantes e sua saga na formação de um município forte e próspero”, informa Lorete, completando que o  restauro é de interesse público porque é por meio do patrimônio que preservamos nossas raízes. 
“Nos sentimos orgulhosos em fazer parte do projeto da primeira fase das obras, mas sabemos que existe um longo caminho a ser percorrido até o restauro. Tombamos o Museu em 2019 e agora estamos entrando na primeira fase, que é servir de apoio, concedendo instalações adequadas à Reserva Técnica do Museu e ao Arquivo Histórico e também instalações adequadas para a Casa do Artesão. Mas tudo é um começo e, dentro da nossa luta, estamos vislumbrando uma luz para que o nosso guardião de memórias tenha o respeito, a valorização e a preservação que merece”, declara a presidente da Associação dos Amigos do Museu.
Com o início da execução da primeira etapa do projeto, o atendimento do Museu e da Casa do Artesão precisou passar por algumas modificações. De acordo com a subsecretária de Cultura do município, Camila Stuani Pauletti, atualmente os artesãos estão atendendo no andar térreo do próprio Museu, de segunda a sexta-feira, das 13h45min às 17h45min e aos sábados, das 9h30min às 11h45min e das 13h30min às 17h30min.  O espaço interno do Museu, por sua vez, permanecerá fechado para visitações até o término das obras, previsto para maio de 2025.
Segundo Camila, para esta primeira etapa está programada a construção de um anexo de três pavimentos ao lado do Museu: “A arquitetura projetada não compete com a do Museu, além de destacar a arquitetura Art Decó desta edificação antiga, que será restaurada na segunda etapa”, informa a subsecretária, completando que o restauro é importante por se tratar de um prédio histórico, tombado como patrimônio do município e por ser um símbolo da nossa história e da nossa comunidade.
“Além da nova edificação, também será executada a adequação do quadro de arranjo, classificação, organização, conservação e armazenamento do acervo arquivístico do Arquivo Histórico Municipal de Flores da Cunha, a elaboração de políticas para o acervo, plano museológico, elaboração do inventário do acervo do Museu Municipal e um software de gestão de acervos desenvolvido para a instituição”, explica Camila, ao mesmo tempo em que relata que a etapa dois do projeto ainda está em elaboração.

Primeira Etapa

A primeira etapa contempla a construção de um anexo de três pavimentos ao lado do Museu. O espaço abrigará a sala da Associação dos Artesãos, a Reserva Técnica do Museu e o Arquivo Histórico Municipal. “Para fazermos o restauro da antiga prefeitura, nós temos que tirar o que existe lá dentro, esse é o princípio básico, e como é um acervo museológico documental extremamente delicado, não se pode simplesmente tirar de lá e colocar em qualquer lugar”, explica a Gestora Cultural, Cristina Schneider, completando que por esse motivo foi optado por primeiro construir uma nova edificação para que, só depois, se possa retirar os objetos de dentro do prédio e restaurá-los.
Conforme Cristina, o projeto arquitetônico do novo prédio foi desenvolvido pela arquiteta concursada pelo município, Sayonara Guaresi. A edificação contará com uma ligação ao prédio atual do Museu, feita por uma passarela, o prédio será construído no estilo contemporâneo, com características retas e lisas, a partir das quais será possível perceber que se trata de um projeto atual, que destacará ainda mais a arquitetura da estrutura antiga. “A edificação nova tem que mostrar que é uma intervenção contemporânea, a gente não faz um falso histórico, a gente não constrói uma coisa do nosso tempo como se fosse coisa antiga” relata, informando que para sua construção serão utilizados concreto e vidro.
Esse estágio das obras também visa a execução e adequação do quadro de arranjo, classificação, organização, conservação e armazenamento do acervo arquivístico do Arquivo Histórico Municipal; a elaboração de políticas para o acervo; um plano museológico; a elaboração do inventário do acervo do Museu municipal e um software de gestão de acervos desenvolvido para a instituição. 
De acordo com a Gestora Cultural, no momento há duas frentes trabalhando na execução do projeto. “Uma frente é a demolição da atual Casa do Artesão e a construção dessa nova edificação e a outra frente é a organização de todo o acervo museológico, arquivístico e as ações de conservação”, relata Cristina, ao mesmo tempo em que explica que, após a conclusão do novo prédio, todo o acervo e a reserva técnica serão condicionados ao local e organizados no seu lugar definitivo.
A demolição da Casa do Artesão iniciou logo após o lançamento da primeira etapa e está sendo finalizada para posteriormente iniciar as obras de construção da nova edificação. O projeto é financiado pelo Pró-Cultura RS, da Secretaria da Cultura e Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Lei de Incentivo à Cultura. A realização é da Associação de Amigos do Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi, com apoio da prefeitura de Flores da Cunha e patrocínio das empresas Móveis Florense e Hidrover e com contrapartida de 30% do município. A previsão da conclusão da primeira etapa, que não inclui o restauro do Museu, está prevista para maio de 2024, na comemoração dos 100 anos do município.
O investimento referente a primeira etapa é de R$ 1,7 milhão.

Segunda Etapa

Após a conclusão da primeira etapa e o deslocamento de todos os arquivos e objetos existentes no Museu é a vez de iniciar a segunda etapa, que está prevista para acontecer em maio do ano que vem. Nesta fase será realizado, efetivamente, o restauro do antigo prédio que já foi sede do Centro Administrativo de Flores da Cunha. 
“A estrutura dele (Museu) como ele está hoje vai ficar exatamente igual, tanto que o elevador é interno, vai ficar escondido, as fachadas não serão alteradas. Internamente não tem nenhuma parede que irá sair, a única coisa é que vai ter uma nova exposição, uma sala para educação patrimonial, para atividades pedagógicas –  que hoje não existe – e a sala de exposição de longa e curta duração para mudar as exposições”, explica Cristina Schneider, que completa dizendo que o restauro  irá trazer de volta a originalidade da edificação e que tudo que está danificado será consertado e restaurado.
Após esse processo, o prédio será totalmente destinado para a exposição do Museu, uma vez que a Reserva Técnica e o Arquivo Histórico passarão a ser na nova edificação. “O prédio do Museu será só para exposições e trabalhos educacionais, assim terá espaço para o público interagir mais. Não vai ser como a gente vê hoje, onde todos os objetos estão lá”, informa a gestora, ao mesmo tempo em que explica que alguns objetos ficarão guardados na Reserva Técnica e que muitos irão integrar exposições temporárias. 
Cristina também reforça que o projeto da segunda etapa não está concluído, poderá sofrer ajustes durante a execução da primeira etapa. A previsão é que para maio de 2025 ocorra a conclusão da etapa dois e, então, o Museu poderá voltar a abrir suas portas para os florenses e visitantes. Até lá a comunidade pode acompanhar o andamento do projeto do restauro pela página do Instagram @museu.pedrorossi.

A primeira etapa contempla a construção de um prédio que abrigará a Casa do Artesão, a Reserva Técnica do Museu e o Arquivo Histórico Municipal. - Prefeitura de FC/Ilustração
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