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Programa Miniempresa desperta o empreendedorismo

Projeto é desenvolvido com jovens florenses e paduenses

Estão em plena produção os três empreendimentos criados por estudantes do ensino médio de Flores da Cunha e Nova Pádua, desenvolvidos por meio do programa Miniempresa, comandado pelo Centro Empresarial (CE) Jovem florense com a chancela da organização Junior Achievement. As empresas Decorplate, Plantarte e Confortagem, comandadas por 65 estudantes, irão comercializar seus produtos durante a programação de Corpus Christi, no dia 31, numa feira na Praça da Bandeira. Conhecidos pela criatividade e sustentabilidade, os produtos são pensados como solução de problemas rotineiros.

O projeto Miniempresa ensina os jovens a virarem empresários na prática – e sem sair da sala de aula. Voltado para estudantes do segundo ano do ensino médio, o programa é desenvolvido em 15 encontros, em jornadas semanais, realizadas nas escolas, geralmente à noite. Os estudantes aprendem conceitos de livre iniciativa, mercado, comercialização e produção, acompanhados por quatro profissionais voluntários das áreas de marketing, finanças, recursos humanos e produção – os advisers. “Esta é a quarta edição do projeto encabeçado pelo CE Jovem, abrangendo alunos de Flores e Nova Pádua. O principal objetivo é semear, fomentar e despertar o empreendedorismo nos jovens, que daqui a algum tempo poderão ser futuros administradores do próprio negócio. Além disso, auxilia na escolha da profissão, pois eles circulam por todas as áreas dentro da miniempresa. A escola não exige a participação dos alunos, quem se interessa passa a integrar o negócio”, explica Elias Biondo, que coordena a iniciativa nesses municípios.

Conceitos e habilidades

Quando o programa inicia, os advisers passam aos estudantes conceitos de empresa, orientam em estudos de viabilidade e pesquisa de mercado, na escolha do nome, na captação de recursos, determinação de capital inicial, custos operacionais do negócio e num organograma. Depois é feita a escolha da diretoria da miniempresa, o preenchimento de formulários de controle, o estágio com treinamento nas quatro áreas e reuniões de diretoria. Depois dessas fases inicia a fabricação do produto. “Os estudantes são estimulados desde o início a pensarem em algo diferente. O maior cunho do projeto é a criação de produtos inovadores, que não existem no mercado, que possam resolver problemas, e ainda serem sustentáveis, reaproveitando materiais, por exemplo”, observa Biondo.

Os estudantes passam ainda por fases de recolhimento de impostos, participação nos eventos complementares ao programa para a comercialização e retorno do capital investido. “O valor recolhido pelos ‘impostos’ é destinado para uma entidade beneficente escolhida pelos alunos e o lucro é dividido entre os sócios, além daquelas pessoas que adquiriram ‘ações’ da empresa”, conta o coordenador. A formatura das turmas ocorre em agosto, no UCS Teatro, unindo escolas dos municípios de Flores da Cunha, Nova Pádua, Caxias do Sul e Farroupilha. No último ano, a miniempresa Bio Garden, dos alunos da Escola Luiz Gelain, de Nova Pádua, que produziu mini-hortas, foi a melhor da região.

Além da experiência prática em economia e negócios, os estudantes podem aproveitar o programa para ajudar na escolha da futura profissão. Para isso foi criado, dentro do Miniempresa, o projeto Inspira. “É um momento onde os profissionais das áreas abrangentes do programa são deslocados por um dia para acompanhar o estudante que tem interesse, mostrando a rotina da profissão, os desafios, e assim por diante. É uma forma do jovem conhecer o dia a dia e até disseminar algumas barreiras que ele tem e coisas que pode aprender”, valoriza Biondo.

Em Flores e Nova Pádua, o Miniempresa ocorre desde 2014. Os advisers são voluntários das áreas de marketing, finanças, recursos humanos e produção. Neste ano atuam nas escolas Marcelo Rizzotto, Juliano Zembruski, William Vitali, Miguel Casagrande, Silvane Isoton, Suellen Molon Brunhar, Mathias Mazzocco, Paulo Debenetti, Tiago Manosso, Daniela Dal Bó, Luana Berton Bulla e Jéssica Tochetto.

 

Confortagem

Os alunos da Escola Frei Caneca estão produzindo uma almofada para ser instalada no cinto de segurança do carro. O presidente da miniempresa Confortagem, Fernando Suzin, explica que a turma buscou um produto que não existisse no mercado. “Procuramos algo diferenciado e que, ao mesmo tempo, ajudasse as pessoas. Por exemplo, pessoas mais baixas têm um desconforto com o cinto, que às vezes fica em contato com o pescoço e machuca. Fizemos um produto para proteger e dar um maior conforto para as pessoas dentro dos veículos”, explica. “Além disso, é uma peça que relativamente dá pouco trabalho para produzir, não é difícil encontrar a matéria-prima e conseguimos fazer juntos. Só terceirizamos a costura, que é feita pela mãe de uma colega”, complementa Fernando.

No Facebook: Confortagem

Valor: R$ 30

 

Plantarte

Uma forma prática de plantar temperos, mesmo que você more em apartamento. Esse foi um dos objetivos pensados pelos alunos da Escola São Rafael, que criaram a miniempresa Plantarte, que comercializa hortas verticais. O presidente Antony Oliveira conta que a turma tinha várias ideias e quatro produtos foram selecionados. Pensando na aceitação do público, a horta vertical foi a escolhida. “É um item prático, pois pode ser decorativo, com mudas flores; ou funcional, com mudas de temperos diversos. Além disso, pode ficar em forma de cavalete, no chão; ou pendurado na parede, otimizando espaço”, conta o estudante. A turma pesquisou fornecedores e faz toda a montagem dos produtos – apenas algumas etapas como a pintura da madeira são terceirizadas. As hortas vêm com mudas, seja de temperos ou flores, conforme o pedido, e para o Dia das Mães os alunos prepararam uma promoção.

No Facebook: PlantArte S/A

Valor: R$ 75

 

Decorplate

Em Nova Pádua os alunos da Escola Luiz Gelain criaram a Decorplate, com produção de placas decorativas que podem ser personalizadas. “Nossa ideia inicial eram placas ou quadros para decorar ambientes. Tínhamos muitas ideias e no começo foi complicado decidir. Depois de muita conversa entre os integrantes conseguimos chegar ao produto final, que é uma placa decorativa, produzida em madeira e trabalhada com frases”, explica a aluna Gabriela Wegner Leite. A Decorplate oferece duas opções de produtos, placas com corda ou placas sem corda, ambas compostas por três madeiras. Toda a produção é feita pelos estudantes, apenas o corte das madeiras é terceirizado. “Montamos as frases e pintamos, desde o fundo até o verniz. O cliente pode escolher o que quer escrever na sua placa, desde que sejam frases curtas”, complementa a presidente da miniempresa.

No Facebook: Decorplate

Valor: R$ 25

 

A turma da Escola Frei Caneca mostra as almofadas para sinto de segurança da miniempresa Confortagem. - Camila Baggio/OF Na Escola São Rafael as hortas verticais da Plantarte já estão sendo produzidas e podem ser comercializadas com flores ou temperos. - Camila Baggio/OF A Decorplate, miniempresa dos estudantes da Escola Luiz Gelain, oferece placas decorativas e que podem ser personalizadas. - Fabiano Provin/OF
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