Geral

Flores da Cunha, antiga Nova Trento, também conhecida por Terra do Galo, ostenta um título nem tão conhecido por toda a sua população, mas de importância muito significativa para a economia regional, estadual e do país. O município é, desde 1994, o Maior Produtor de Vinhos do Brasil. Nesta semana, segundo os dados apresentados pela Embrapa Uva e Vinho de Bento Gonçalves, por meio do Cadastro Vitícola do Rio Grande do Sul, Flores da Cunha também é a maior produtoras de uvas do país. Desde 2013. Isso principalmente pelo fato da oficialização da emancipação de Pinto Bandeira de Bento.

Apesar do aumento da produção em Flores da Cunha, segundo as informações apresentadas pela pesquisadora e coordenadora do Cadastro Vitícola, Loiva Maria Ribeiro de Mello, a Serra, mais tradicional região produtora de uvas e vinhos, está reduzindo a supremacia na produção em função da expansão da cultura em outras regiões. Segundo o levantamento, a tradicional microrregião de Caxias do Sul, que contempla 19 municípios, era detentora de 90% da área vitícola do Estado entre 1996-2000. Com os dados recém-publicados na edição do Cadastro 2013-2015, a região ainda permanece em 1º lugar, mas reduziu para 80% sua participação na produção da fruta no RS.

Outro ponto citado por Loiva foi a expansão da viticultura no Estado, chegando a 161 municípios, ocupando uma área de aproximadamente 40 mil hectares de vinhedos em 2015, enquanto que em 1995 eram 21,5 mil hectares plantados. Em Flores da Cunha, eram 3,2 mil hectares em 1995, chegando a 4,9 mil hectares em 2015 – o ápice do plantio foi em 2013, com mais de 5 mil hectares cultivados. Há dois anos, a produção chegou a 104,6 mil toneladas de uvas. Em 2016, devido à série de problemas climáticos (granizo e excesso de chuvas), foram colhidas 42,2 mil toneladas.

Avaliação

Segundo o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Zanus, o quadro da viticultura, na quantidade, distribuição geográfica e perfil de variedades, é bastante influenciado pelas vinícolas. “São elas que observam os mercados, incentivam a escolha da matéria-prima e instalam vinhedos em novas áreas geográficas de produção”, pontuou. Segundo o dirigente, cabe as empresas, entidades, sindicatos e associações fazer uma leitura e análise dos números da produção apresentados no Cadastro Vitícola e pensar uma visão estratégica para esta cadeia, identificando distorções e oportunidades de melhorias.

A edição 2013-2015 do Cadastro foi realizada pela Embrapa Uva e Vinho e pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), com o apoio da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi-RS) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O projeto é financiado com recursos do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (Fundovitis). O Cadastro Vitícola é gratuito e está disponível neste link.