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Produção plena na Cooperativa Nova Aliança

A partir desta terça-feira, dia 20 de janeiro, o empreendimento em Flores da Cunha abre as portas para o recebimento da primeira safra de uva

Uma das maiores cooperativas do setor vinícola do Brasil, a Cooperativa Nova Aliança pretende registrar a primeira produção plena da novíssima planta em Flores da Cunha no segundo semestre de 2015. A partir do dia 20 de janeiro o empreendimento abre as portas para o recebimento da safra da uva e, desde que foi inaugurada, em janeiro de 2014, utilizará suas três linhas de produção (uma para processamento de uvas brancas e duas para tintas) que têm capacidade para industrializar 15 toneladas por hora cada uma. Na safra anterior foram processados 5 milhões de quilos, utilizando apenas uma linha. Segundo o presidente da Cooperativa, Alceu Dalle Molle, a expectativa é que passem pela unidade entre 20 e 25 milhões de quilos até o final da colheita.

Dalle Molle adianta que, conforme o cronograma, inicialmente será mantido apenas um turno de recebimento de uva. Em um segundo momento, quando um volume maior estiver disponível, será ampliado para dois turnos, com 23 funcionários em cada. “Essa é uma experiência nova para nós, pois nunca trabalhamos com o segundo turno. Faremos testes e alguns ajustes, mas acredito que estamos preparados.” Das 700 famílias que entregam a produção na Nova Aliança, cerca de 400 irão entregar as frutas na nova unidade.

A previsão de faturamento para 2015 gira em torno de R$ 130 milhões. Em 2014, primeiro ano de funcionamento, havia projeção de faturamento de R$ 105 milhões, que foi superado, fechando o ano com uma arrecadação de RS 110 milhões. “O período mais crítico de instabilidade, com ajustes de processos e de pessoal, já passou. Agora, queremos fechar esse ano com rentabilidade financeira. A expectativa é que em 2016 estejamos a pleno vapor, superando a capacidade de recebimento de 30 milhões de quilos. A gente acredita que até lá teremos matéria-prima para isso, o que será possível com novos associados e com a migração das filiais para cá”, explica o presidente.

Planos para 2015
O projeto da Nova Aliança começou a tomar forma em agosto de 2012 e, segundo Dalle Molle, ainda não está 100% concluído, sendo que alguns equipamentos ainda não estão em funcionamento. Em 2015 serão instaladas duas linhas de engarrafamento e ao longo do ano a empresa espera atingir sua capacidade total de produção. “Durante a safra iremos engarrafar cerca de 2 milhões de litros de suco. Esse processo será feito em dois turnos para que possamos fazer frente à demanda na linha tetra pak. A partir de abril colocaremos em operação as outras duas linhas. Esperamos que tudo esteja 100% pronto entre os meses de maio e junho. Acreditamos que no segundo semestre estaremos com toda a produção em funcionamento”, projeta.

Hoje, cerca de 40% do que é produzido pelos associados é entregue nas demais unidades industriais que compõem a Cooperativa. Contudo, Dalle Molle explica que com o tempo a tendência é que o recebimento e o processamento das uvas da região sejam feitos na unidade florense, com exceção de uma filial de Flores da Cunha, a São Pedro, que continuará produzindo pequenas quantidades; outra em Santana do Livramento, que elabora vinhos finos; e outra na Linha Jacinto, em Farroupilha, que ficará apenas com o processamento das uvas brancas. “Ainda temos uma pendência com relação ao engarrafamento de embalagens de dois litros, de garrafão e de pet para vinho, que provavelmente iremos concentrar na unidade de São Pedro. Já o bag-in-box passará a ser feito aqui, que também poderá fornecer suco de uva em embalagens de vidro, pet e tetra pak”, explica Dalle Molle, que acrescenta que a planta florense irá prestar serviços para terceiros no processamento de suco de uva integral.

A única fermentação que será realizada na sede florense é a de espumantes moscatel e brut, a partir do mosto fornecido pelos associados. “A quantidade que é envasada aqui está muito aquém da demanda de mercado. Então, é provável que os primeiros investimentos sejam nessa área”.

O presidente destaca que o grande desafio da cooperativa para os próximos anos é buscar novas alternativas para agregar renda aos associados, que não seja exclusivamente a uva. “Hoje, o grande problema do agricultor familiar é a falta de mão de obra. Por isso, é preciso encontrar outras culturas que não interfiram no processo de produção da uva e que possam se tornar fonte de renda. A Cooperativa precisa de alguns ajustes no setor de processamento para receber essa demanda adicional. Dessa forma, não teremos a sazonalidade da planta em nenhum período do ano, o que nos proporciona um faturamento mais uniforme.”


Planta florense é considerada modelo

A Nova Aliança, que atualmente conta com aproximadamente 900 associados e 220 funcionários, é considerada um modelo no segmento do cooperativismo. O empreendimento, que uniu as cooperativas São Victor e Aliança (Caxias do Sul), São Pedro e Santo Antônio (Flores da Cunha) e Linha Jacinto (Farroupilha), tem o novo parque industrial de 24 mil metros quadrados de área construída, que inclui os pavilhões de recebimento, administrativo e as áreas de suporte em um terreno de 8 hectares, na localidade de Lagoa Bela, em Flores da Cunha.

Foram investidos R$ 83,4 milhões no projeto, recursos viabilizados por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A unidade foi elaborada para se enquadrar às normas de segurança do trabalho, priorizando padrões de qualidade e de sustentabilidade – com uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE). Além disso, a água da chuva é armazenada e reaproveitada para a limpeza e no sistema de combate a incêndios. A planta foi preparada para receber não apenas uvas, mas frutas diversas para a produção de sucos.

A linha de produção é totalmente automatizada e tem equipamentos com tecnologia de ponta para o segmento vinícola. O setor de estoque tem capacidade para comportar o resultado de duas semanas de trabalho, sendo que a cooperativa poderá processar até 45 toneladas de uva por hora, descarregando três caminhões a cada sete minutos.


Previsão é de que unidade receba entre 20 e 25 milhões de quilos de uva até o final da colheita. - Mirian Spuldaro
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