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Uma das mais tradicionais demonstrações de fé da Serra recebeu cerca de 4 mil pessoas ontem em Flores da Cunha. A 21ª Romaria ao Eremitério de Frei Salvador Pinzetta percorreu as ruas centrais na ensolarada tarde de quinta-feira, quando os romeiros entoaram cantos religiosos e rezaram. A caminhada durou menos de uma hora.

No Eremitério, os fiéis foram recepcionados com quentão, servido por escoteiros. Em seguida, acomodaram-se na frente da Igreja Nossa Senhora de Fátima, na escadaria e ao pé do altar para acompanhar a missa celebrada por freis capuchinhos. Entre os romeiros estavam membros das famílias Carraro e Mascarelo. Natural de Flores da Cunha e residente na localidade de São Paulino, em Ipê, Rita Corso Carraro, 48 anos, levou um maço com mudas de repolho, palmeira e de gerânio. “Participo da romaria sempre que posso. Vim ver minha filha e minha neta, e abençoar minhas plantas”, disse Rita. Ao seu lado estavam as filhas Suelen Mascarelo, 22 anos, e Sabrina Corso Carraro, 16 anos, o genro Cassiano Mascarelo, 27 anos, e a neta Camile, quatro anos, além de Zaida Mascarelo, 55 anos. “Minha filha trouxe uma plantinha também. O mais importante é que meu segundo filho está sendo abençoado hoje”, conta Suelen, que está no início da gravidez.

Durante a celebração, uma Bíblia foi levada ao altar, acompanhada de tochas de fogo. Após, uma enxada, um terço e um cesto com verduras também foram transportados, representando os utensílios usados no dia a dia da vida de Frei Salvador. Ao final da missa, sementes, mudas de árvores, flores e hortaliças e pães foram abençoados e distribuídos aos participantes. Um dos que aceitou a partilha do pão foi André Torcati, 23 anos. Natural de Vacaria e residente em Flores, ele e a filha Luiza, de um ano e seis meses, acompanham a romaria anualmente, sempre ao lado de familiares. A 21ª Romaria ao Eremitério de Frei Salvador, capuchinho nascido em Casca em 1911 e falecido em Flores da Cunha em 31 de maio de 1972, é realizada, oficialmente, desde 1990.