Primeiro patrimônio tombado de Flores da Cunha enfrenta problemas de conservação
Degradação atual do Campo Santo dos Imigrantes, que já foi tema de peça teatral e documentários, ameaça a herança cultural.
O Campo Santo dos Imigrantes, antigo cemitério da capela São Martinho, é um símbolo da história local. Em 2018, se tornou o primeiro patrimônio histórico cultural tombado em Flores da Cunha. Contudo, atualmente o local está abandonado e com problemas de conservação. A situação preocupa a comunidade e membros da Associação Amigos do Museu. Nesta sexta-feira (1º), manhã da véspera do Dia de Finados, a prefeitura fez a roçada do local.
O cemitério abriga os primeiros imigrantes italianos da região e 40 revolucionários mortos na Revolução de 1923. Ex-moradora da comunidade São Martinho, Fátima Caldart Galiotto, destaca esta relevância do cemitério para a identidade local.
Fátima, que faz parte da Associação Amigos do Museu, esteve à frente da luta pelo tombamento do cemitério na última década e lamenta a situação de abandono do espaço.
— A vegetação está alta, as cruzes menores estão escondidas, tem cinco que foram danificadas e praticamente destruídas (provavelmente) com um equipamento que cortava a grama. Uma das cruzes mais antigas, que são relíquias, também está toda torcida. A taipa está caída há anos. Falta cuidado com o patrimônio histórico do município — evidencia.
Na semana do Dia de Finados, o Campo Santo dos Imigrantes não estava em condições para receber visitantes, o que costuma incluir estudantes e historiadores que procuram o local para pesquisas. Questionada pela reportagem, aprefeitura afirmou que a roçada já estava programada para a manhã desta sexta-feira (leia nota na íntegra abaixo).
A presidente da Associação Amigos do Museu, Lorete Calza Paludo, ressalta a importância do Campo Santo.
— Ele (o cemitério) tem muita história que precisa ser preservada. E como todo e qualquer patrimônio tombado pelo Município, a manutenção deve ser feita pelo poder público — salienta.
O Campo Santo já foi tema de peça teatral da Associação Cultural Miseri Colini, de Caxias do Sul, e de documentários como o Nostre Radize e Nostra Stòria, da Associação Amigos do Museus, mas a degradação atual ameaça essa rica herança cultural.
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