Presidente da Fiergs visita Flores
Paulo Tigre esteve nos pavilhões da Fenavindima e se reuniu com representantes de setores da economia florense
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Tigre, esteve em Flores da Cunha na sexta-feira, dia 11, para participar de uma reunião com representantes do setor produtivo da cidade e visitar a Festa Nacional da Vindima.
Tigre foi recepcionado pela presidente do Centro Empresarial, Eroni Koppe, e visitou as instalações da entidade. Durante encontro com representantes dos setores, o presidente da Fiergs explanou, entre outros assuntos, sobre o salário mínimo regional, a agenda 2020, as restrições às importações impostas pela Argentina, bem como ouviu manifestações de líderes industriais locais. Além disso, destacou o trabalho realizado junto à indústria pelo Sesi-RS, Senai-RS e IEL-RS, entidades que compõem o Sistema Fiergs.
Depois da vista ao Centro Empresarial, Paulo Tigre almoçou com o prefeito Ernani Heberle e demais autoridades locais e regionais, principalmente voltadas ao setor vitivinícola. Em seguida visitou os pavilhões da Festa Nacional da Vindima. Antes, Tigre concedeu a seguinte entrevista à reportagem do O Florense.
O Florense: Diante do novo governo, o que esperar da economia para este ano e para os próximos?
Paulo Tigre: Acredito que o Brasil saiu muito bem de um momento de crise internacional. Porém, ainda estamos sujeitos aos reflexos desse período. Sabemos que o 1º Mundo continua vivendo com dificuldades. Os problemas do Mundo Árabe também poderão ter consequências negativas para economia mundial. Isso nos deixa preocupados. Entretanto, o Brasil criou um mercado interno que antes não existia e está valorizando mais esse mercado. Só que isso nos revela outro problema preocupante, o câmbio. Outro fator importante: atualmente, dentro do aspecto brasileiro, nós do Sul estamos longe do bom consumo que existe dentro do País. Por isso, sofremos com a falta de infraestrutura e logística. Por conta disso, estamos com um otimismo menor, já que sabemos que esse será um ano de ajustes internos e fiscais. Nós acreditamos muito no governo federal, em relação a uma gestão que diminua os gastos públicos e não os investimentos públicos. O Brasil para poder crescer com sustentabilidade precisaria investir de 21% a 22% do produto interno bruto. Atualmente é investido entre 16% e 18% ou seja, faltam investimentos. Nós só seremos um país que terá desenvolvimento se tivermos condições de competir para defender o mercado interno e, também, para poder exportar produtos com maior valor agregado. Nós acreditamos também que o Governo do Estado começou tentando ouvir, integrar e trabalhar para resolver problemas cruciais.
O Florense: O Rio Grande do Sul já foi destaque em termos de desenvolvimento. Hoje não é mais. O que é necessário para impulsionar novamente o Estado?
Tigre: Para se ter uma ideia, depois de São Paulo, o Rio Grande do Sul é o que mais tem diversificação de setores econômicos e industriais. Essa diversidade é um desafio maior para a Federação, pois acreditamos que os setores empresariais e industriais têm que trabalhar juntos para que cada vez mais consigamos ser ouvidos. Também lutamos para que as nossas bancadas representem os interesses do RS. Muitas vezes vemos outros estados mais organizados, mesmo com divisões políticas. Dentro desse contexto, cito como exemplo Flores da Cunha. Esta é uma cidade com uma grande capacidade de gestão empresarial, de geração de empregos, que possui um empresariado qualificado e com uma visão de trabalho em grupo.
O Florense: O aumento da inflação pode, de certa forma, prejudicar o crescimento industrial?
Tigre: Acredito que sim, pois as medidas que o governo tem tomado são aumentos de juros e a diminuição de crédito, que hoje está muito abundante. Dentro disso, também é preciso ter produtos melhores, voltar a buscar os mercados externos e diminuir a chamada guerra fiscal. Outro ponto que considero crucial é a reforma política e tributária num geral.
O Florense: Sobre o aumento dos investimentos estrangeiros, pelos quais se prevê que o Brasil seja uma grande potência nos próximos anos, o que pode se esperar?
Tigre: Isso reflete o salto de qualidade do país. Hoje o Brasil é um país confiável, que tem regras definidas, um sistema bancário sólido, saldo na sua balança comercial, reservas elevadas e juros elevados. Tudo isso favorece os investimentos estrangeiros.
O Florense: Ainda sobre o Brasil ser uma potência no futuro, o senhor acredita mesmo nisso?
Tigre: Já somos uma potência mundial. O que precisamos é acelerar processos seja de gestão, de custo da máquina governamental ou de investimentos maiores. Isso acontecerá mais rapidamente se resolvermos nossos problemas e dermos mais modernidade a nossa estrutura.
O Florense: Flores da Cunha é o maior produtor de vinhos do Brasil. Com relação ao setor vitivinícola, quais são as tuas perspectivas?
Tigre: Muito boas. Esse é um setor que apresenta um crescimento fantástico. Hoje o brasileiro está aprendendo a saborear vinhos e espumantes. O consumo aumentou consideravelmente em diversos estados do Brasil. Isso configura um desafio maior para as empresas que terão que produzir mais e melhor, terão que saber como competir, como vender e como qualificar os produtos. Com isso está sendo criado um mercado maior e esse mercado tem que ser cada vez mais gaúcho, pois somos grandes produtores.
Reunião aconteceu nas dependências do Centro Empresarial. (Foto/Fiergs/Divulgação)
Tigre foi recepcionado pela presidente do Centro Empresarial, Eroni Koppe, e visitou as instalações da entidade. Durante encontro com representantes dos setores, o presidente da Fiergs explanou, entre outros assuntos, sobre o salário mínimo regional, a agenda 2020, as restrições às importações impostas pela Argentina, bem como ouviu manifestações de líderes industriais locais. Além disso, destacou o trabalho realizado junto à indústria pelo Sesi-RS, Senai-RS e IEL-RS, entidades que compõem o Sistema Fiergs.
Depois da vista ao Centro Empresarial, Paulo Tigre almoçou com o prefeito Ernani Heberle e demais autoridades locais e regionais, principalmente voltadas ao setor vitivinícola. Em seguida visitou os pavilhões da Festa Nacional da Vindima. Antes, Tigre concedeu a seguinte entrevista à reportagem do O Florense.
O Florense: Diante do novo governo, o que esperar da economia para este ano e para os próximos?
Paulo Tigre: Acredito que o Brasil saiu muito bem de um momento de crise internacional. Porém, ainda estamos sujeitos aos reflexos desse período. Sabemos que o 1º Mundo continua vivendo com dificuldades. Os problemas do Mundo Árabe também poderão ter consequências negativas para economia mundial. Isso nos deixa preocupados. Entretanto, o Brasil criou um mercado interno que antes não existia e está valorizando mais esse mercado. Só que isso nos revela outro problema preocupante, o câmbio. Outro fator importante: atualmente, dentro do aspecto brasileiro, nós do Sul estamos longe do bom consumo que existe dentro do País. Por isso, sofremos com a falta de infraestrutura e logística. Por conta disso, estamos com um otimismo menor, já que sabemos que esse será um ano de ajustes internos e fiscais. Nós acreditamos muito no governo federal, em relação a uma gestão que diminua os gastos públicos e não os investimentos públicos. O Brasil para poder crescer com sustentabilidade precisaria investir de 21% a 22% do produto interno bruto. Atualmente é investido entre 16% e 18% ou seja, faltam investimentos. Nós só seremos um país que terá desenvolvimento se tivermos condições de competir para defender o mercado interno e, também, para poder exportar produtos com maior valor agregado. Nós acreditamos também que o Governo do Estado começou tentando ouvir, integrar e trabalhar para resolver problemas cruciais.
O Florense: O Rio Grande do Sul já foi destaque em termos de desenvolvimento. Hoje não é mais. O que é necessário para impulsionar novamente o Estado?
Tigre: Para se ter uma ideia, depois de São Paulo, o Rio Grande do Sul é o que mais tem diversificação de setores econômicos e industriais. Essa diversidade é um desafio maior para a Federação, pois acreditamos que os setores empresariais e industriais têm que trabalhar juntos para que cada vez mais consigamos ser ouvidos. Também lutamos para que as nossas bancadas representem os interesses do RS. Muitas vezes vemos outros estados mais organizados, mesmo com divisões políticas. Dentro desse contexto, cito como exemplo Flores da Cunha. Esta é uma cidade com uma grande capacidade de gestão empresarial, de geração de empregos, que possui um empresariado qualificado e com uma visão de trabalho em grupo.
O Florense: O aumento da inflação pode, de certa forma, prejudicar o crescimento industrial?
Tigre: Acredito que sim, pois as medidas que o governo tem tomado são aumentos de juros e a diminuição de crédito, que hoje está muito abundante. Dentro disso, também é preciso ter produtos melhores, voltar a buscar os mercados externos e diminuir a chamada guerra fiscal. Outro ponto que considero crucial é a reforma política e tributária num geral.
O Florense: Sobre o aumento dos investimentos estrangeiros, pelos quais se prevê que o Brasil seja uma grande potência nos próximos anos, o que pode se esperar?
Tigre: Isso reflete o salto de qualidade do país. Hoje o Brasil é um país confiável, que tem regras definidas, um sistema bancário sólido, saldo na sua balança comercial, reservas elevadas e juros elevados. Tudo isso favorece os investimentos estrangeiros.
O Florense: Ainda sobre o Brasil ser uma potência no futuro, o senhor acredita mesmo nisso?
Tigre: Já somos uma potência mundial. O que precisamos é acelerar processos seja de gestão, de custo da máquina governamental ou de investimentos maiores. Isso acontecerá mais rapidamente se resolvermos nossos problemas e dermos mais modernidade a nossa estrutura.
O Florense: Flores da Cunha é o maior produtor de vinhos do Brasil. Com relação ao setor vitivinícola, quais são as tuas perspectivas?
Tigre: Muito boas. Esse é um setor que apresenta um crescimento fantástico. Hoje o brasileiro está aprendendo a saborear vinhos e espumantes. O consumo aumentou consideravelmente em diversos estados do Brasil. Isso configura um desafio maior para as empresas que terão que produzir mais e melhor, terão que saber como competir, como vender e como qualificar os produtos. Com isso está sendo criado um mercado maior e esse mercado tem que ser cada vez mais gaúcho, pois somos grandes produtores.
Reunião aconteceu nas dependências do Centro Empresarial. (Foto/Fiergs/Divulgação)
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