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Prefeito quer garantir vinda da Coocenal para Flores

Ernani Heberle pretende encaminhar compra de terreno para a instalação da Cooperativa Central Nova Aliança até o dia 18. Área escolhida está localizada na Lagoa Bela

O debate em torno da instalação da Cooperativa Central Nova Aliança (Coocenal) em Flores da Cunha foi ampliado no município. O empreendimento, oficializado em agosto deste ano após a unificação de cinco tradicionais cooperativas vitivinícolas da região – as florenses São Pedro e Santo Antônio, as caxienses São Victor e Aliança e a farroupilhense Linha Jacinto –, pode ocupar uma área de cerca de oito hectares no limite entre as localidades de Lagoa Bela e São Roque. O terreno foi escolhido por meio de critérios técnicos pela Coocenal. Para confirmar o projeto, o prefeito Ernani Heberle (PDT) pretende encaminhar até o dia 18 o projeto de compra do espaço, o qual será doado à cooperativa. “Meu objetivo é garantir que a Coocenal venha para Flores. Faltam apenas detalhes para o documento ir para a Câmara de Vereadores”, explica. O presidente do Legislativo, Felipe Salvador (PP), acenou com a possibilidade de realizar uma audiência pública para discutir o tema. O presidente da Coocenal, diretor-presidente da Aliança e presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), Alceu Dalle Molle, conta que o interesse inicial era por uma área em São Gotardo. Mas a intenção parou no quesito água potável. “Avaliamos muitas áreas, e a que oferece as melhores condições técnicas é a que a prefeitura pretende nos repassar. Outras cidades estão interessadas. Não estamos fazendo leilão, mas a prefeitura de Flores da Cunha foi a que sempre se mostrou parceira para encaminhar o plano”, argumenta. Além de Flores, Nova Pádua e Farroupilha ofereceram terras. Nesta semana, o diretor-técnico da Coocenal, Jocemar Dalcorno, apresentou o cenário vitivinícola do Rio Grande do Sul e as cinco cooperativas que se uniram na Tribuna Livre da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. “Esse é um projeto muito discutido no interior, que visa mudar a realidade que sofre com a falta de organização. Cabe a nós provar que esse modelo é viável. Vamos começar com cinco, mas pode ser ampliado”, salienta Dalle Molle, referindo-se ao cooperativismo. Segundo sua estimativa, no primeiro ano de instalação a projeção é faturar mais de R$ 50 milhões. O empreendimento unificará cerca de 800 associados, responsáveis, na vindima 2008, pela produção de cerca de 31 milhões de quilos de uva para vinificação. Especulação imobiliária Para o prefeito florense, a questão logística (acesso direto pela RS-122) e o potencial hídrico foram os principais fatores que fizeram os diretores da Coocenal escolherem a área na Lagoa Bela. “Caxias está se mexendo, querem levar para lá o negócio. O debate precisa ser nutrido”, opina. Heberle se refere aos comentários sobre o preço do hectare que estaria sendo cobrado na região almejada pela cooperativa – em torno de R$ 160 mil, totalizando R$ 1,3 milhão o investimento público. “Se for caro ou barato, vamos discutir. Na Linha 80 os valores subiram muito depois da vinda da Keko. O Mesmo está acontecendo em São Gotardo”, resume o chefe do Executivo. Consultado pelo O Florense, o proprietário da Imobiliária Pelizzer, Ricardo Pelizzer, observa que vários fatores influem no aumento do preço do hectare em uma determinada região. “Não conheço pessoalmente a área, mas o valor giraria em torno de R$ 30 mil a R$ 150 mil. Acesso pavimentado, rede elétrica, relevo pouco acidentado e ausência de mata nativa são itens que elevam o preço da terra em qualquer parte do país”, esclarece Pelizzer. Por estar localizada nos fundos do loteamento Industrial, a área pode ser ainda mais valorizada pelo potencial industrial. Debate iniciou na Câmara Na sessão da Câmara de Vereadores florense de segunda-feira, dia 7, o presidente Felipe Salvador (PP) lembrou da intenção da doação de uma área de terras feita em maio deste ano pela Associação dos Amigos de Otávio Rocha. Entretanto, o assunto é discutido há pelo menos três meses, inclusive pela Comissão Permanente da Vitivinicultura da Casa. A carta entregue na prefeitura e no Legislativo na época elencava os atrativos turísticos, culturais e de infraestrutura do 3º Distrito. O terreno fora doado por Arlindo Dani, morador de Otávio Rocha, próximo ao Parque da Gruta, a cerca de 500 metros da sede, na estrada que dá acesso à localidade de Mato Perso. “Se a prefeitura aceitasse o terreno, poderia usar o dinheiro em outras ações”, disse Moacir Ascari (PMDB), o Fera. O líder de governo, Jatir Mosquer (PDT), argumentou que as questões técnicas são as que devem ser levada em consideração. “A Coocenal escolheu o terreno. Essa área de Otávio Rocha foi visitada e descartada. Se a comunidade de Otávio Rocha manter o interesse de doar uma área de terras, é só procurar a administração”, respondeu Mosquer. Para Valdir Franceschet (PMDB), o Feio, o preço do hectare “estaria meio caro”. Sem dúvida um debate que tende a ser ampliado em Flores da Cunha.
Área de aproximadamente 8 hectares fica localizada no último manancial hídrico do município.  - Fabiano Provin
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