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População florense precisa descartar corretamente o lixo

Noções básicas para ajudar o meio ambiente ainda requerem atenção constante. Apenas 30% do lixo seletivo é reaproveitado

Desde os primeiros anos escolares, as crianças trabalham a separação correta do lixo, um tema de fundamental importância para o futuro da humanidade. Ações simples, mas que estão demorando para a comunidade de Flores da Cunha entender.  
Não precisa ir muito longe. Você pode estar passando pela calçada ou olhando da janela de sua casa, alguém sempre colocará algo errado na lixeira errada, ou algum resíduo que não deve estar lá, como é o caso de móveis, pneus e até lâmpadas. 
A equipe de redação de O Florense caminhou por cinco quadras e olhou 10 contêineres (cinco seletivo e cinco orgânico), todos tinham lixo jogado incorretamente. É caixa de papelão no orgânico, papel higiênico no seletivo, além de podas de árvores ao lado das lixeiras – e se, infelizmente, você não sabe, a coleta de lixo não vai recolher isso. 
O município de Flores da Cunha possui 1.166 contêineres de lixo, ou seja, 583 pares (orgânico e seletivo). Destes, 57 foram depredados e estão inutilizados (dados até fevereiro). “Nas últimas semanas foi realizada a limpeza dos contêineres, o que ocorre a cada dois meses, e, provavelmente, este número de contêineres inutilizados irá aumentar”, declara a diretora do meio Ambiente, Franciele Zorzi. Conforme Franciele, a maioria é vandalizado.
E atenção para como colocar o lixo nos contêineres: todos devem estar em sacolas plásticas. “O lixo precisa estar acondicionado em sacolas plásticas e muito bem amarrado para não se espalhar na lixeira. O lixo solto, sem sacola, irá soltar mau cheiro e deixar o contêiner sujo, principalmente o orgânico”, explica.  
Além disso, precisa ter cautela: nem tudo se coloca no contêiner. Volumosos como móveis, materiais de construção, latas de tinta e lâmpadas são exemplos que não devem entrar na lixeira. “Na questão de volumosos é preciso ligar para agendar. O recolhimento é sempre feito nas quintas-feiras. Já a questão de latas de tinta e lâmpadas devem ser devolvidas para o comércio”, relata a diretora de Meio Ambiente. O contato para volumosos deve ser feitos através do 0800 970 9754 ou (54) 9.9609.7874. Materiais de construção civil há duas empresas no município licenciadas para realizar o recolhimento e galhos de poda devem ser agendados na Secretaria de Obras. 

Mas você sabe para onde vai o lixo? 
Os contêineres seletivos são encaminhados para a Associação dos Recicladores de Flores da Cunha, na comunidade Nossa Senhora da Medianeira. Já os resíduos orgânicos e os rejeitos do seletivo – material orgânico encontrado no seletivo e chorume –, são destinados à Central de Tratamento de Resíduos, em São Leopoldo. Neste cenário: se você colocar lixo seletivo nos contêineres orgânicos, muito do que está ali irá demorar milhares de anos para se decompor e irá provocar prejuízos aos cofres públicos, que pagam por quilo à Central de Tratamento de Resíduos. Já o lixo orgânico colocado no seletivo causa um retrabalho para a Associação dos Recicladores – que faz o trabalho que você não faz – também causando prejuízos nos resíduos que podem ser reciclados. 
O que pode ser resumido como falta de responsabilidade da população tem uma solução prática: é preciso começar imediatamente a mudar.
Conforme levantamento do Departamento de Meio Ambiente do município, nos três primeiros meses de 2021 a média diária de lixo orgânico e rejeitos do seletivo foi de 500 toneladas por mês – o indicador no ano de 2019 foi de 450 toneladas. 

A Associação dos Recicladores 
Há 13 anos trabalhando com o município de Flores da Cunha na destinação correta dos resíduos seletivos, a Associação recebe aproximadamente 190 toneladas por mês de lixo seletivo. “Não conseguimos aproveitar nem um terço com a reciclagem. Vem tudo muito misturado”, alerta o presidente da entidade Adriano Alves da Silva, que estima que das 190 toneladas recebidas mensalmente, apenas 57 toneladas é reciclada (30%). “Quando a cidade não possuía os equipamentos de lixo, os garis conseguiam fazer uma separação mais adequada de cada sacola. Com os contêineres todo o lixo é apenas depositado dentro do caminhão”, declara o responsável.
Para os 18 trabalhadores do local, é dinheiro que se perde. 
De acordo com Franciele, a pandemia influenciou no lixo, e não foi positivamente. “Percebemos que com a pandemia muitos coletores informais surgiram, o que acaba atrapalhando de diversas maneiras”, enaltece a responsável do setor. Conforme ela, além de não terem o licenciamento para praticar essa atividade, bagunçam o pouco lixo que é separado corretamente, colocando muitas sacolas no orgânico, além de ficarem com a melhor parte. “A fiscalização está atuando fortemente nesta questão e temos processos junto ao Ministério Público para tentar sanar o problema”, analisa Franciele. 

O que é:
Lixo orgânico: São restos de alimentos (comida, frutas, carnes, etc), materiais não-laváveis contendo matéria orgânica (papel higiênico, fraldas descartáveis, papéis engordurados, filtro de café, etc.), folhas de árvore e grama. 
Lixo seletivo: São todos os resíduos recicláveis, ou seja, podem ser utilizados novamente ou transformados em matéria-prima.

Atenção!
O Departamento de Meio Ambiente alerta a população a destinação das cinzas de fogão a lenha e lareiras neste inverno. Conforme Franciele, muitos contêineres são inutilizados devido a cinza quente jogada no local, o qual provoca incêndios. “É sempre necessários deixa-la esfriar e colocar em sacolas plásticas. Nunca jogar solta nos contêineres”, ensina. 

 - Gabriela Fiorio
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