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Polícia Civil indicia quatro pessoas por homicídios

Até hoje, dia 26 de dezembro, três assassinatos e duas tentativas de homicídio foram registradas em Flores da Cunha em 2015

Os três assassinatos e as duas tentativas de homicídio ocorridos em Flores da Cunha nos primeiros oito meses do ano já foram esclarecidos, segundo a Polícia Civil. Duas pessoas estão presas preventivamente e outras duas respondem a inquérito em liberdade – um dos acusados foi assassinado em Caxias do Sul três meses depois de ter cometido o crime. De acordo com a titular da Delegacia de Polícia (DP), delegada Aline Martinelli, os quatro indiciados irão a júri popular. Um dos casos de maior repercussão e que causou grande revolta na população florense ocorreu há quatro meses.

Na noite de 9 de agosto, o pedestre Claudir Lazzari, 46 anos, foi atropelado na Rua Barros Cassal, quase esquina com a Rua Borges de Medeiros, no Centro da cidade, depois de uma briga entre o atropelador e sua ex-namorada. Lazzari tentava atravessar a rua quando foi atingido pelo Escort placas ICK-0584, dirigido por Gilnei Antunes Boeno, 33 anos. Com o impacto, o pedestre foi projetado a 20 metros de distância. A cena foi gravada por um morador, postada nas redes sociais e logo ganhou notoriedade pela violência.

Após o atropelamento, o condutor retornou com o Escort pela mesma rua, quase passou sobre o corpo de Lazzari e ingressou na Rua Borges de Medeiros. O carro subiu na calçada e por pouco não atropelou um grupo de pessoas, entre elas a ex-companheira de Boeno, que estava próxima a um bar. Revoltados, populares agrediram o motorista com pedaços de madeira e chutes ainda dentro automóvel. O motorista e a vítima de atropelamento foram hospitalizados. Após receber alta, Boeno foi preso preventivamente e está recolhido no Presídio Regional de Caxias do Sul. A Polícia Civil concluiu o inquérito indiciando Boeno por dois homicídios tentados e qualificados por motivo torpe, cujas penas somadas são de 12 a 30 anos. Passados 140 dias do fato, Lazzari segue internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Saúde, em Caxias do Sul.


Outros crimes


5 de fevereiro – Dois jovens foram baleados por volta do meio-dia numa propriedade rural na localidade de Nova Roma, interior de Flores da Cunha. O adolescente Wesley Tayuan Rodrigues Casol, 17 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte no Hospital Pompéia, em Caxias do Sul. Conforme a Polícia Civil, o autor dos disparos tem 31 anos e foi indiciado por duplo homicídio qualificado, o primeiro por motivo torpe e o outro pelo meio de emboscada dificultando a defesa da vítima. O homem está preso preventivamente e irá a júri popular.

7 de junho – Josemar Alexandre, 28 anos, foi assassinado com quatro tiros de revólver por volta das 5h, após um acidente de trânsito com três veículos na estrada vicinal que liga a ERS-122 ao distrito de Otávio Rocha, próximo à localidade de Linha 80. Conforme a investigação, a colisão de um Ômega na traseira de um Astra, que parou na rodovia após colidir numa motocicleta , teria sido a motivação dos disparos, logo após a saída de uma casa noturna. De acordo com a Polícia Civil, Josemar estaria no Ômega e teria atirado primeiro em outro rapaz que estaria no outro veículo. Conforme a delegada Aline Martinelli, um terceiro envolvido que estaria com o grupo no Astra seria o autor dos disparos que matou Josemar. No entanto, o principal suspeito foi assassinado três meses depois, dia 5 de setembro, em Caxias do Sul. O crime teria sido motivado em razão do acidente, além de alguns dos jovens serem suspeitos de integrarem os ‘bondes’, famosos grupos rivais de Caxias do Sul. Com isso, não há indiciados.

12 de junho – O pedreiro Valderi da Silva Rosa, o Viagra, 37 anos, foi assassinado a tiros de revolver por volta das 21h em frente a um bar na Rua João XXIII. De acordo com a Polícia Civil, o inquérito foi concluído indiciando o autor confesso, um homem de 39 anos, por homicídio qualificado por motivo fútil, cuja pena é de 12 a 30 anos de reclusão. A investigação apurou que o acusado tinha uma rixa anterior, contrariando a versão do agressor que alegou ter efetuado os disparos após entrar em luta corporal com Rosa, fato desmentido pela perícia. O acusado responde ao inquérito em liberdade.

11 de agosto – Evandro Camargo de Oliveira, 36 anos, foi atingido por disparos de arma de fogo no tórax por volta das 21h, na Estrada dos Ciprestes, na Linha 80. Conforme relato da esposa da vítima, o marido e o acusado de 26 anos, que seria compadre, conversavam no pátio da residência quando ela ouviu quatro disparos de arma de fogo e em seguida viu o agressor fugindo por um matagal. Segundo a delegada Aline Martinelli, o acusado chegou a ficar preso temporariamente e, até ontem, estava em liberdade. O acusado foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil, cuja pena em caso de condenação varia de 12 a 30 anos de prisão.

Dupla execução em Caxias do Sul
Além dos crimes investigados pela Polícia Civil de Flores da Cunha, a polícia caxiense apura a dupla execução dos florenses Diego Dal Prá, 26 anos, e Siane Sandi, 30 anos, ocorrida na noite de 12 de julho, em Caxias. O casal estava dentro do Escort placas IDU-3179, de Flores da Cunha. O veículo estava com o motor e o rádio ligados quando foi avistado por adolescentes na Rua Adolfo Randazzo, no bairro Cânyon, via que acessa a estrada velha, via represa da Maestra. Testemunhas teriam avistado duas pessoas afastando-se do Escort antes de ele ser encontrado. Diego e Siane foram executados com disparos de arma de fogo na cabeça (ele estava no lugar do motorista e ela caída sobre seu colo). A bolsa dela e dois telefones celulares estavam no interior do veículo. Segundo a Polícia Civil, aparentemente nada foi roubado, o que caracteriza o crime como execução. Diego estava foragido da Justiça. Passados mais de cinco meses do crime, a polícia não prendeu nenhum suspeito. A investigação é conduzida pela Delegacia de Homicídios e Desaparecidos de Caxias.


Claudir Lazzari, vítima de atropelamento, segue internado em Caxias do Sul. Autor da tentativa de homicídio está preso. - Arquivo O Florense
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