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Pequenas no tamanho, mas gigantes no retorno

Hortaliças mini e baby têm mercado em expansão, garantia de lucro e presença cada vez maior na mesa dos brasileiros

Consumidores mais atentos já devem ter notado nas gôndolas dos supermercados uma nova forma de apresentação de hortaliças. São as miniaturas que, apesar do tamanho reduzido, têm um grande potencial de mercado. Além do porte menor, elas garantem aspecto moderno e sofisticado ao prato, o que os torna mais atrativos para a alta gastronomia. Só isso já amplia a margem de lucro para seus produtores em comparação às hortaliças tradicionais.

Na Europa e nos Estados Unidos, os mini fazem sucesso desde os anos 1990, enquanto que no Brasil o mercado começa a se expandir além das mesas de restaurante dos chefs. Os alimentos estão disponíveis em lojas especializadas e nos supermercados. Segundo pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o consumo médio dos vegetais e frutas em miniaturas cresce a taxas médias anuais de 15% a 20%.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (Abcsem), Luis Eduardo Rodrigues, a representatividade dos mini é pequena em relação à totalidade das hortícolas, não chegando a 1%. Porém, é um segmento que leve às redes de supermercado um produto diferenciado e atrativo. “Tem uma tendência natural de crescimento porque é muito mais prático para o consumidor final devido ao sabor, à facilidade de manuseio (não precisa cortá-lo) e também possibilita o consumo em diferentes momentos e não apenas nas horas tradicionais”, enumera Rodrigues.

Entretanto, o estudo da Cepea sobre o crescimento também aponta que o mercado dos minis precisa superar alguns desafios, como preços mais acessíveis, facilidade de comercialização entre produtor e consumidor e melhoras no manejo. Por serem mais delicadas, as miniaturas demandam mão de obra mais intensa – no geral precisam ser plantadas em cultivo protegido – e requerem mais cuidados na época da colheita. Entre as culturas mais conhecidas estão os minitomates, as minicenouras, as minialfaces e as folhosas baby, porém é possível encontrar outros legumes e frutas, como abobrinha, beterraba, cebola, chuchu e até melancia. “O tomate é muito comercializado, as abobrinhas têm ingressado e o grande xodó do momento são o minipimentões, que recém estão entrando no Brasil”, destaca o presidente da Associação.

Diferenças entre mini e baby

- As frutas e hortaliças em miniatura integram o segmento das ‘especialidades’ e estão divididas em dois grupos: as mini e as baby. Apesar de terem o mesmo tamanho, existe um grande diferencial entre elas.

- Nas mini a produção ocorre pelo plantio de sementes que passaram por melhoramento genético, como os minitomates, as miniabóboras ou ainda as minicenouras.

- As baby são obtidas por meio da colheita antecipada do produto original, como as alfaces e folhosas, ou ainda abobrinhas, milhos, beterraba, berinjela, moranga, pepino, melancia, e uma série de outros legumes.

- Em geral, as sementes das mini-hortaliças são híbridas e têm origem japonesa ou europeia, o que torna o custo de produção mais elevado do que os legumes tradicionais.

- O cultivo das miniaturas guarda muitas semelhanças com as de tamanho normal. Por exemplo, o tempo de plantio e a colheita são praticamente os mesmos que o produto normal. Algumas hortaliças, contudo, podem se desenvolver mais rápido, como a beterraba e a abóbora.


Cenouras e beterrabas em miniatura estão caindo no gosto dos consumidores. - Danúbia Otobelli
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