Pelos vinhedos do Chile
Comitiva florense esteve no país para conhecer o plantio de uvas e a produção de vinhos
Os vinhedos e o sistema produtivo de frutas dos arredores de Santiago, no Chile, foram conhecidos na semana passada por uma comitiva de produtores rurais e de representantes de entidades ligadas ao segmento agrícola de Flores da Cunha. De 21 a 27 de março, o grupo composto por 27 pessoas – 20 produtores vencedores da exposição de uvas da 12ª Festa Nacional da Vindima e sete pessoas ligadas a Emater, STR, Secretaria da Agricultura e Centro Empresarial – esteve no Chile para conhecer os processos de produção de uvas e elaboração do vinho. A viagem ao país vizinho teve por finalidade premiar os produtores vencedores, além da aquisição de conhecimentos sobre o sistema produtivo chileno. A comitiva visitou vinícolas, produtores, Central de Abastecimento e pontos turísticos.
A excelente reputação na elaboração vinhos, tradição iniciada na época de colonização da América, em 1500, foi um dos pontos que chamaram a atenção da comitiva. Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua (STR), Olir Schiavenin, o país mantém um sistema produtivo bastante diferente do brasileiro e que prima pela qualidade. "Eles estão preocupados com a qualidade e não com a quantidade. Toda a produção está voltada para o mercado externo", relata. O chefe da Emater, Valdir Franceschet complementa que "toda a colheita é feita dentro dos padrões de qualidade que o mercado externo exige. Possuem um cuidado no manuseio, escolhem os frutos e descartam as uvas sem sanidade. Para eles todas as uvas que não apresentam qualidade são jogadas fora". O Chile possui 126 mil hectares de uvas, sendo 80% de tintas. A produtividade média é de 8 a 10 mil kg nas variedades brancas e de 6 a 8 mil kg nas tintas. São produzidas, na grande maioria, as castas Carménerè, Cabernet Sauvignon, Merlot, Sauvignon Blanc e Chardonnay.
Com clima seco – a precipitação anual de chuvas é de apenas 360 milímetros -, temperaturas altas durante o dia e baixas à noite e geografia privilegiada, o Chile não tem problemas com ataque de fungos nas frutas, o que facilita a produção orgânica. "Praticamente 90% da produção é orgânica. Isso é um nicho, pois o mercado externo prima por produtos limpos", destaca Franceschet. As mudanças de temperatura ajudam na concentração de açúcar no fruto o que garante também uma graduação média de 24 a 26º babo.
Outro ponto de destaque é a maneira como são conduzidos os produtos para o mercado interno e externo. As frutas, sejam elas uvas, nectarina, pêssego, pera ou ameixa, que apresentam condições de sanidade baixa são consumidas no país, enquanto que as que apresentam melhor qualidade são exportadas. "Um produtor nos contou que neste ano resolveu trabalhar apenas para o mercado interno, pois assim não teria todos os gastos que o mercado externo exige, pois os melhores produtos são exportados, enquanto que os de segunda categoria servem para fazer uva passa", conta Schiavenin.
Produção
Os pequenos produtores são minoria no país. A maior parte das indústrias é comandada por grandes empresários, que possuem áreas em diversas regiões. "Num dos lugares que visitamos, o produtor possuía duas vinícolas no Chile e outras duas na Califórnia", diz o secretário da Agricultura, Jair Carlim. O centro de comercialização e abastecimento, nos mesmos moldes da Ceasa-Serra, também é comandado pelo setor privado, por meio de associações-cooperativas. "Essa questão dos grandes produtores nos mostra que mais adiante os nossos pequenos produtores terão que se unir para tornarem-se competitivos e fortes", aponta.
Para os líderes do segmento, a viagem é uma forma de refletir para promover modificações na produção local. "Percebemos que daqui um tempo poderemos praticar essa visão do mercado internacional aqui também, com as uvas orgânicas, o espaçamento maior entre os vinhedos e a organização interna", pontua Franceschet. "E fazer uma produção voltada para o turismo e vender esse turismo", complementa Carlim.
Os conhecimentos adquiridos no Chile serão repassados aos produtores florenses por meio de relatórios. Além da visita às vinícolas e aos vinhedos, a comitiva também conheceu uma produção de hortaliças.
O Chile
- A produção de vinho no Chile foi introduzida pelos colonizadores espanhóis, através do México ou do Peru, por volta de 1551;
- Os vinhedos cobrem uma área de 126 mil hectares;
- São produzidos de 6 a 7 milhões de litros de vinho;
- 55 mil hectares de uvas são destinados para são fornecer uva e matéria-prima para o Pisco, bebida tradicional de alto teor alcoólico;
- 80% das uvas são tintas e 20% são brancas. As mais importantes são: Cabernet Sauvignon, Merlot, Carménerè, Syrah, Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Chardonnay, Viognier e Riesling.
- O país utiliza-se de irrigação artificial;
- As principais vinhas estão localizadas nas províncias de Aconcágua, Valparaíso e Santiago;
- O Chile é o quinto maior exportador de vinhos do mundo.
Fonte: Enciclopédia do Vinho
A excelente reputação na elaboração vinhos, tradição iniciada na época de colonização da América, em 1500, foi um dos pontos que chamaram a atenção da comitiva. Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua (STR), Olir Schiavenin, o país mantém um sistema produtivo bastante diferente do brasileiro e que prima pela qualidade. "Eles estão preocupados com a qualidade e não com a quantidade. Toda a produção está voltada para o mercado externo", relata. O chefe da Emater, Valdir Franceschet complementa que "toda a colheita é feita dentro dos padrões de qualidade que o mercado externo exige. Possuem um cuidado no manuseio, escolhem os frutos e descartam as uvas sem sanidade. Para eles todas as uvas que não apresentam qualidade são jogadas fora". O Chile possui 126 mil hectares de uvas, sendo 80% de tintas. A produtividade média é de 8 a 10 mil kg nas variedades brancas e de 6 a 8 mil kg nas tintas. São produzidas, na grande maioria, as castas Carménerè, Cabernet Sauvignon, Merlot, Sauvignon Blanc e Chardonnay.
Com clima seco – a precipitação anual de chuvas é de apenas 360 milímetros -, temperaturas altas durante o dia e baixas à noite e geografia privilegiada, o Chile não tem problemas com ataque de fungos nas frutas, o que facilita a produção orgânica. "Praticamente 90% da produção é orgânica. Isso é um nicho, pois o mercado externo prima por produtos limpos", destaca Franceschet. As mudanças de temperatura ajudam na concentração de açúcar no fruto o que garante também uma graduação média de 24 a 26º babo.
Outro ponto de destaque é a maneira como são conduzidos os produtos para o mercado interno e externo. As frutas, sejam elas uvas, nectarina, pêssego, pera ou ameixa, que apresentam condições de sanidade baixa são consumidas no país, enquanto que as que apresentam melhor qualidade são exportadas. "Um produtor nos contou que neste ano resolveu trabalhar apenas para o mercado interno, pois assim não teria todos os gastos que o mercado externo exige, pois os melhores produtos são exportados, enquanto que os de segunda categoria servem para fazer uva passa", conta Schiavenin.
Produção
Os pequenos produtores são minoria no país. A maior parte das indústrias é comandada por grandes empresários, que possuem áreas em diversas regiões. "Num dos lugares que visitamos, o produtor possuía duas vinícolas no Chile e outras duas na Califórnia", diz o secretário da Agricultura, Jair Carlim. O centro de comercialização e abastecimento, nos mesmos moldes da Ceasa-Serra, também é comandado pelo setor privado, por meio de associações-cooperativas. "Essa questão dos grandes produtores nos mostra que mais adiante os nossos pequenos produtores terão que se unir para tornarem-se competitivos e fortes", aponta.
Para os líderes do segmento, a viagem é uma forma de refletir para promover modificações na produção local. "Percebemos que daqui um tempo poderemos praticar essa visão do mercado internacional aqui também, com as uvas orgânicas, o espaçamento maior entre os vinhedos e a organização interna", pontua Franceschet. "E fazer uma produção voltada para o turismo e vender esse turismo", complementa Carlim.
Os conhecimentos adquiridos no Chile serão repassados aos produtores florenses por meio de relatórios. Além da visita às vinícolas e aos vinhedos, a comitiva também conheceu uma produção de hortaliças.
O Chile
- A produção de vinho no Chile foi introduzida pelos colonizadores espanhóis, através do México ou do Peru, por volta de 1551;
- Os vinhedos cobrem uma área de 126 mil hectares;
- São produzidos de 6 a 7 milhões de litros de vinho;
- 55 mil hectares de uvas são destinados para são fornecer uva e matéria-prima para o Pisco, bebida tradicional de alto teor alcoólico;
- 80% das uvas são tintas e 20% são brancas. As mais importantes são: Cabernet Sauvignon, Merlot, Carménerè, Syrah, Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Chardonnay, Viognier e Riesling.
- O país utiliza-se de irrigação artificial;
- As principais vinhas estão localizadas nas províncias de Aconcágua, Valparaíso e Santiago;
- O Chile é o quinto maior exportador de vinhos do mundo.
Fonte: Enciclopédia do Vinho
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