Peça teatral "Odila" retorna à Caxias do Sul com três apresentações gratuitas
O projeto “À Memória de Odila”, uma homenagem à sobrevivente da explosão da empresa Gazola em 1943, será encerrado com três apresentações gratuitas em Caxias do Sul.
O espetáculo "Odila" está pronto para encantar Caxias do Sul. A estreia será nesta sexta-feira (23), às 19h30, na escola Profa. Ivonne Lúcia Triches dos Reis, no bairro Desvio Rizzo. A peça vai contar a história de Odila Gubert, uma jovem caxiense que sobreviveu à tragédia na Metalúrgica Gazola. Este é o primeiro de três eventos gratuitos que acontecerão entre agosto e setembro, marcando o encerramento do projeto de circulação "À Memória de Odila".
Encenada e dirigida por Tina Andrighetti, a peça "Odila" é um monólogo que narra a vida de Odila Gubert, a jovem caxiense que sobreviveu à tragédia na Metalúrgica Gazola. Com apenas 20 anos, Odila perdeu a perna direita em um acidente que também vitimou fatalmente sete operárias. A Metalúrgica Gazola era responsável pela fabricação de artefatos bélicos para os combatentes brasileiros.
A peça teatral retrata um fragmento desse acontecimento, que está eternamente entrelaçado com a história da cidade. O espetáculo foi inicialmente montado em 2016 como parte do Projeto Identidades, com o propósito de levar histórias reais à cena. Em 2023, ano que marcou os 80 anos da explosão e os 20 anos da morte de Odila Gubert, a peça voltou aos palcos com uma programação que incluiu sete apresentações nos distritos e bairros de Caxias do Sul, como Criúva, Santa Lúcia do Piaí, Vila Cristina, Vila Oliva, Vila Seca, Panazzolo e Petrópolis. A reestreia tem o objetivo de destacar a importância dessa história para a comunidade local.
Confira a agenda do espetáculo “Odila”: Horário: 19h30 Dia 23/08 (sexta-feira): E.E.E.M. Profa. Ivonne Lúcia Triches dos Reis (Rua Isidoro Dias Lopes, 736, Bairro Desvio Rizzo) Dia 31/08 (sábado): Centro Comunitário do Bairro Santa Fé (Av. Santa Fé, 628) Dia 14/09 (sábado): Centro Cultural Euzébio Beltrão de Queiróz (Rua Bento Gonçalves, 3.333, Bairro Euzébio Beltrão de Queiróz) |
Sobre a tragédia: Em 22 de julho de 1943, sucessivas explosões ocorreram no principal pavimento da fábrica de munições Gazola, Travi & Cia e vitimaram sete funcionárias, as quais perderam sua vida ao cumprirem o dever “pelo esforço de guerra”: Graciema Formolo, Júlia Gomes, Olívia Gomes, Irma Zago, Maria Bohn, Tereza Morais e Anoema da Costa Lima, reconhecida como vítima somente em 2018. A tragédia deixou ainda 15 feridos, sendo que uma delas foi Odila Gubert, 20 anos, porém sua vida tomou outro rumo, contrário aos sonhos alimentados até então. Ela teve a perna direita amputada e permaneceu três meses e meio internada devido aos ferimentos. A empresa, encampada pelo Exército, fabricava artefatos bélicos para os combatentes brasileiros e, naquele dia, cerca de vinte operárias – com idades entre 14 e 20 anos, fabricavam munições no pavilhão. Recém consolidados, os direitos trabalhistas ainda careciam de igualdade entre homens e mulheres e também de cumprimento efetivo. |
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