Geral

Quatorze. Este foi o número de pessoas de cabelos alaranjados que a atriz Dida Camero contabilizou na plateia do Espaço Cultural São José. O número pode não parecer tão grande, mas, segundo a atriz, Flores da Cunha foi recordista em número de ruivos na plateia. Cento e oitenta. Este foi o número de pessoas que lotaram o espetáculo Os Ruivos, da Cia. Jogo de Cena, promovido pela Secretária de Educação Cultura e Desporto, com intermédio do SESC, na última segunda-feira, dia 16. No blog da peça (http://osruivos.blogspot.com/2009/11/diario-de-turne-flores-da-cunha.html) os atores declararam que Flores é a capital brasileira dos ruivos. Espetáculo A montagem aborda de forma bem humorada a rotina dos ruivos, que desde criança são obrigados a conviver com apelidos como "ferrugem" e "cabeça de fósforo". Taxados de gringos em seu próprio país, esses raros indivíduos enfrentam até o risco de extinção, de acordo com estudos recentes. Para lutar contra preconceito, exclusão e as previsões nada otimistas da ciência, a comunidade ruiva rebela-se contra as dificuldades de ter sardas e cabelos vermelhos num país de negros, pardos, índios e amarelos. Tanto o movimento, como o espetáculo, estão seriamente engajados na defesa dos ruivos e suas particularidades. Quando Pedro Monteiro entrou em cena, passou seu celular para um integrante da plateia e orientou: “A cada 15 minutos meu celular vai tocar, aí você me avisa, que eu preciso parar tudo o que eu estou fazendo para passar protetor solar, porque minha dermatologista disse que se eu não passar, com essas luzes, na próxima vez que vocês me virem minhas sardas terão se multiplicado”. E não era mentira, a cada 15 minutos os atores eram avisados e o espetáculo parava para que eles se protegessem da iluminação do local. Escrita por Pedro Monteiro e Leonardo Neves e dirigida por Cynthia Reis, a peça levanta a bandeira em favor dos ruivos e faz algumas brincadeiras como reivindicações por um prefeito ruivo e meia-entrada em dermatologistas.