Geral

Passeios ciclísticos em evidência

Cicloturismo atrai cada vez mais adeptos. Em Flores, OliBike estimula o uso da bicicleta na cidade

Seja por hobby, esporte, lazer ou qualidade de vida, está cada vez mais comum ver ciclistas pedalando pela cidade e interior. A prática do ciclismo é geralmente feita por grupos de adeptos da modalidade ou por quem simplesmente quer curtir um passeio em cima de uma bicicleta e até utilizar-se dela como meio de transporte. Andar de bike também traz benefícios para a saúde, diminuindo o risco de doenças relacionadas ao sedentarismo. Além disso, seu uso reduz as emissões de gases de efeito estufa e poluentes locais. Há cerca de dois anos e meio, o agente de viagens Alencar Negri, 28 anos, optou por pedalar como uma alternativa de saúde e lazer. “Eu sempre gostei de bicicleta e comecei com um passeio. A partir daí, fui comprando equipamentos e despertando para longas distâncias”, conta. Negri normalmente pedala em grupo, acompanhado dos amigos Rodrigo Garcez e Emerson Caldeira. Durante a semana, ele costuma treinar sozinho pela cidade e por seu interior. “Você não disputa com ninguém, é consigo mesmo”, declara. Com o passar do tempo, o agente de viagens investiu em uma bicicleta melhor e já chegou a percorrer 212 quilômetros. Atualmente, ele também participa de provas e passeios de cicloturismo. “Estes tipos de passeios deveriam ser mais frequentes, pois fomentam a economia das cidades”, diz. No cicloturismo, o ciclista pedala em meio a paisagens que misturam cores, formas, cheiros, sons e natureza. Ele vivencia o ambiente por meio da bicicleta. A modalidade também oferece sensações de aventura e liberdade. Segundo Negri, o esporte, além de melhorar sua saúde e aumentar sua disposição, proporciona novas amizades e parceria. “É uma prática que está crescendo a cada dia”, comemora. 


Um exemplo de cicloturismo ocorreu recentemente em Nova Pádua: o 1º Pedal Paradiso. O passeio movimentou o município paduense no mês de novembro com opções de trajetos de 2, 11 e 12 quilômetros. Os percursos contavam com atrativos naturais como cachoeira, a Adega Dom Camilo e a vista do Rio das Antas. 
A iniciativa surgiu dos sócios do Piccolo Paradiso – Eduardo Araldi, Augusto Sonda, Maico Morandi, Danrlei Pilatti e Gabriel Paviani Araldi – e contou com o auxílio de Gelson Pan. “A ideia veio da vontade de juntar duas paixões: o turismo e o ciclismo”, conta Gabriel Paviani Araldi, um dos idealizadores do pedal e sócio do Piccolo Paradiso.
Cerca de 70 ciclistas de cidades como Caxias do Sul, Flores da Cunha, Porto Alegre e Nova Pádua participaram do passeio. “Eventos assim são importantes para movimentar o turismo da região e do município, dando opções ao visitante. O Pedal Paradiso foi pensado para iniciantes no esporte. Com isso em mente, procuramos determinar os roteiros de forma que o ciclista que está começando se sentisse a vontade, e que além de tudo pudesse conhecer lugares belíssimos”, declara. 
A segunda edição do evento já está sendo planejada para 2020. “Os próximos vão contar com trajetos mais longos, somados aos curtos já realizados, aumentando a abrangência de público”, diz. 
Para incentivar o uso da bicicleta no perímetro urbano e tornar a cidade mais cicloinclusiva, surgiu o OliBike, uma iniciativa da Olimóveis Urbanismo criada em 2018. Desde então, a empresa disponibiliza bicicletas para pessoas que queiram pedalar por Flores. O bicicletário está localizado junto ao estabelecimento. Por enquanto, três bikes estão disponíveis e podem ser utilizadas de forma gratuita como meio de transporte no município – a ideia é que no futuro as bicicletas estejam presentes em diversos pontos do município, como nos pórticos, por exemplo. Para fazer o uso, é preciso realizar um cadastro no site www.olibike.com.br. Na página também estão disponíveis as regras básicas, como o tempo máximo de utilização. Além disso, a empresa também estimula o passeio ciclístico fora da área central. Isso porque no Parque Romano, junto ao Loteamento Villa Romana – empreendimento localizado na Via Vêneto (estrada para São João), há uma ciclofaixa com um total de 993 metros lineares e 2 metros de largura.

“Um dia resolvi pedalar”

A florense Silvana Menegon, 38 anos, é apaixonada por esporte e aventura desde a infância. E isso inclui o ciclismo. Em dezembro de 2001, após ir morar sozinha e terminar um namoro de cinco anos, ela decidiu se aventurar ainda mais. “Vi uma bicicleta parada em um bar que fazia bico como caixa e a peguei emprestada. Naquele final de semana, sem equipamento algum, tampouco preparo físico, aceitei o convite de alguns amigos para pedalar até o Rio da Antas. Fui de bermuda comum, tênis, boné e sem luvas encarar cerca de 30 quilômetros. No dia seguinte eu não conseguia caminhar”, conta a florense radicada na Nova Zelândia.
Alguns meses depois, Silvana adquiriu a própria bicicleta e, aos poucos, foi aumentando as distâncias percorridas, fazendo novos amigos e participando de mais passeios. “Foram anos pedalando, até que em 2007 participei da minha primeira prova de mountain bike na cidade de Garibaldi. Logo após fui convidada para uma corrida de aventura”, lembra. 
Daí em diante, o foco e a dedicação só aumentaram. Passaram-se alguns anos e a meta era participar do Campeonato Gaúcho de Mountain Bike 2012. “Naquele período eu já havia juntado algumas economias, consegui adquirir uma bike de carbono e conquistei o título de campeã gaúcha”, recorda. 
Com o passar do tempo e algumas mudanças de cidade, Silvana também começou a praticar outro esporte: corrida de rua. Porém, ela nunca largou a bicicleta. Há cerca de três anos ela participa frequentemente de provas de corrida de aventura. Em 2018, foram 12 competições. 
Desde agosto de 2019 ela vive na Nova Zelândia, onde pretende aproveitar ao máximo as oportunidades esportivas – atualmente também pratica escalada.  “É onde busco forças para tocar o dia a dia. Fiz grandes amizades e conheci meu parceiro. Abri mão de muitas coisas, mas vivi momentos que somente o esporte pode nos proporcionar. Aprendi que a força física é muito importante, mas é a mente forte que sustenta o corpo”, finaliza Silvana.

Bicicletas da OliBike podem ser utilizadas de forma gratuita. - Divulgação
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário