Geral

Parque de Rodeios recebe 3 mil árvores nativas

Ação da prefeitura florense pretende recuperar locais apontados como de proteção permanente, as chamadas APPs

Quem visitar o Parque de Rodeios Antônio Dante Oliboni, em Flores da Cunha, irá perceber mudanças significativas na área onde existiam casas e estruturas de concreto. Desde o final de julho as secretarias de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito e de Agricultura e Abastecimento promovem o plantio de mais de 3 mil mudas árvores de espécies nativas como ipê, araucária, canela e jerivá. A ação tem como objetivo recuperar a Área de Proteção Permanente (APP) próxima ao córrego. A medida foi desencadeada após ação do Ministério Público (MP), que chegou a interditar o local.

Desde março o Parque é transformado. As casinhas de madeira foram retiradas e encanamentos de esgoto foram removidos do arroio. Na 11ª edição do Rodeio Crioulo Nacional, em abril, o espaço não foi usado para acampamento. Desde então o processo entre MP, prefeitura e Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Galpão Serrano está avançando. A prefeitura, contudo, decidiu adiantar o trabalho de recuperação com a limpeza do local e plantio de árvores. “Não precisamos que um processo nos obrigue a recuperar essa APP. Nossos técnicos analisaram os locais e começamos o trabalho de readequação”, argumenta o prefeito Lídio Scortegagna (PMDB).

A diretora do Departamento de Meio Ambiente, Franciele Zorzi, complementa que até o final desta semana o replantio será concluído. Além do entorno do córrego, as árvores estão sendo plantadas nas cercas do entorno do Parque e no local da antiga cancha, onde ouve movimentação de terras. “É uma maneira mais rápida para que esses locais se recuperem. Futuramente, depois de revolver a brita e preparar o solo, teremos mais mudas para plantar. É válido dizer que todas as plantas estão com mais de um metro de altura, ou seja, devem ter um crescimento rápido”, complementa a diretora.

O que diz o Ministério Público

O promotor de Justiça Stéfano Lobato Kaltbach esclarece que a ação espontânea e antecipada da prefeitura não deve alterar em nada o processo, levando em conta que o Departamento de Meio Ambiente tenha feito toda a avaliação do local. “Não é impedimento nenhum que o município já inicie um trabalho de recuperação, desde que essa ação espontânea tenha um plano avaliado por responsáveis. Uma das exigências da ação civil pública é o plano de recuperação; a prefeitura está se adiantando ao que certamente será pedido”, pondera o promotor.

O trabalho da administração deve, também, de acordo com Kaltbach, respeitar as medidas que serão apontadas no laudo do MP. “São algumas ações que serão pontuais como reabrir o olho d’água e a reposição daquela área, além da retirada das britas. Só me preocupa a maneira como o trabalho já está sendo feito, para que depois não seja necessário fazê-lo novamente”, observa o promotor. O impasse judicial entre MP, CTG e prefeitura permanece. Nesta semana, de acordo com o poder público, o valor de R$ 38,4 mil destinado para cobrir o déficit do Rodeio deste ano, e que foi bloqueado por meio de uma ação civil pública cautelar, foi depositado em uma conta do Poder Judiciário. O CTG permanece com a conta bloqueada.

Mudas nativas de ipê e canela, entre outras, foram plantadas na proximidade do córrego que corta a propriedade. - Camila Baggio
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário