Para ficar mais perto de Deus
Igreja de Santo Antônio, no Travessão Paredes, em Nova Pádua, foi restaurada e entregue domingo durante missa festiva
Uma igrejinha de pedra que data 1931 ganhou novos adornos no interior de Nova Pádua. A comunidade de Santo Antônio, no Travessão Paredes, recebeu os traços das mãos habilidosas do artista Luis Henrique Lima. O trabalho iniciou no mês passado com tinta acrílica. A entrega oficial à comunidade ocorrerá neste domingo, dia 20, com missa e almoço festivo no salão comunitário.
A imagem do Cristo Ressuscitado foi escolhida para preencher o altar da capela, numa área de mais de 3 metros de altura. “Nunca trabalhei com outra coisa. É o que eu sei e o que amo fazer”, destaca Lima, que tem seu trabalho registrado em outras igrejas locais. Natural de Rio Grande, no Sul do Estado, ele reside em Flores da Cunha há quase 30 anos, e foi aqui que desenvolveu seu dom e tem seu trabalho como artista reconhecido. Os tapetes de Corpus Christi são um exemplo, há mais de 20 anos que ele auxilia na confecção das peças em serragem. É uma forma de fazer arte do jeito que ele mais gosta: na rua.
Essa ligação com os motivos sacros é que levaram o artista a desenvolver restauros e criações em igrejas. Entre suas obras mais conhecidas estão as pinturas internas da igreja do bairro São José e da capela São João Batista, na Prefeitura de Flores da Cunha. “Já fiz muitas obras de criação e também de restauro de arte sacra. Isso me encanta e faço com alegria, pois alimenta minha fé e me sinto mais perto de Deus”, enfatiza. Lima também assinou trabalhos nas igrejas do Travessão Carvalho, em Otávio Rocha; na comunidade Nossa Senhora do Rosário, em Nova Roma; e nas comunidades São João Batista dos travessões Cavour e Alfredo Chaves, entre outras.
Aos 54 anos, ele conta com o talento que carrega desde menino, quando os lápis de cor eram artigo de luxo. Estudou Belas Artes na Escola Heitor de Lemos, em Rio Grande, e tem suas influências na fotografia e na observação de detalhes. Para a obra no Travessão Paredes, Lima teve o auxílio do amigo Samuel Vanin, 33 anos, e da comunidade. “Todos foram muito prestativos, o que facilita para desenvolver a minha arte”, conta.
Da nave do templo, os fiéis poderão apreciar a obra, e algumas peças do altar que também foram pintadas. A obra principal recebeu técnicas de profundidade e movimento e ganha os olhos de quem a observa. Orgulhoso, Lima destaca que os últimos detalhes foram trabalhosos e exigiram cuidados, mas também são determinantes para a obra dar vida ao espaço. “As minhas pinturas são a obra que vou deixar da minha vida. É uma forma de entrar para a história desses municípios que tão bem me acolheram”, constata.
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