Pai que abusou sexualmente e matou filho é condenado a 36 anos
O pai que abusou sexualmente do filho e o estrangulou até a morte, em dezembro de 2007, foi condenado a 36 anos de prisão, em júri realizado nesta segunda-feira, 31, no salão de júri do Fórum de Flores da Cunha.
O pai que abusou sexualmente do filho e o estrangulou até a morte, em dezembro de 2007, foi condenado a 36 anos de prisão, em júri realizado nesta segunda-feira, 31, no salão de júri do Fórum de Flores da Cunha. Cleomar da Silva, 22 anos, confessou o homicídio, mas negou a violência sexual, embora os laudos indiquem o contrário. Ele foi sentenciado a 24 anos de prisão pelo assassinato e a 12 anos por atentado violento ao pudor contra o menino Kauê Fernando Rodrigues dos Santos, de um ano e quatro meses.
De acordo com o promotor de Justiça Stéfano Lobato Kaltbach, que classificou o crime como o mais terrível dos últimos 15 anos em Flores da Cunha, os jurados acataram na íntegra a denúncia do Ministério Público.
Segundo a denúncia, no dia 2 de dezembro de 2007, Cleomar estava sozinho com o filho na propriedade onde a família morava, no distrito de Otávio Rocha. O crime ocorreu no intervalo de 10 minutos em que a mulher havia saído com o irmão gêmeo da vítima para consertar um cano d’água. Conforme o promotor, Cleomar estrangulou o filho e o violentou. Quando a mãe retornou e encontrou o menino desacordado, Cleomar alegou que ele havia se engasgado comendo bolacha e leite. O menino chegou sem vida ao Hospital Fátima da cidade.
O acusado arrependido
O acusado, que já cumpre pena no Presídio Central de Porto Alegre desde o final de 2007, chegou às 10h15min no Fórum local. Interrogado pela juíza Tânia Cristina Dresch Buttinger, que presidiu a seção do júri, Silva preferiu não se manifestar. No entanto, respondeu a vários questionamentos do promotor. Disse que estava arrependido e, apesar disso, não se sentia aliviado, pois isso “não vai trazer meu filho de volta”, frisou. Disse também que é justo pagar por isso.
Com a mesma frieza que confessou ter estrangulado o filho devido ao choro que o incomodava, Cleomar acompanhou o julgamento quase sempre de cabeça baixa, mas em nenhum momento demonstrou remorso, e também não derramou sequer uma lágrima durante as oito horas de julgamento. Por outro lado, o promotor se emocionou ao abrir o debate, lembrando da forma como o menino, filho de Cleomar da Silva, foi agredido e morto. “O filho não era meu, mas este fato é imperdoável”, sustentou o promotor diante do plenário lotado, e na presença de seus pais, Vany Lobato e o advogado Ingolf José Jacob Kaltbach.
A defesa
Na defesa do réu, o defensor público Raphael Rafaelli tentou desclassificar o crime de homicídio para lesões corporais seguidas de morte, além de sugerir que o acusado pudesse sofrer de distúrbios mentais, e com isso, ao invés de ser julgado, deveria receber tratamento em clínica especial. No entanto, o corpo de jurados formado por três homens e quatro mulheres não atendem o apelo do advogado de defesa.
Após o julgamento, Cleomar da Silva foi levado de volta ao Presídio Central de Porto Alegre, onde deverá cumprir a pena de reclusão inicialmente em regime fechado.
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