Pacientes da região aguardam por cirurgias mais complexas
Hospital São Carlos, de Farroupilha, se descredenciou do SUS para alguns tipos de procedimentos na região, deixando florenses na fila de espera
A diminuição de repasses financeiros aos hospitais do Estado que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) traz reflexos nos atendimentos realizados na Serra Gaúcha. E a previsão é de que a situação se agrave nos próximos meses em razão da não manutenção de contratos com algumas instituições. O Hospital São Carlos, de Farroupilha, suspendeu o agendamento de novas cirurgias eletivas de alta e média complexidade em traumatologia e ortopedia para pacientes de mais de 30 municípios, deixando de ser referência nestas especialidades. Apenas os casos de urgência e emergência seguem com atendimento normal para toda a região.
De acordo com o secretário de Saúde de Flores da Cunha, Vanderlei Stuani, há no município 25 pessoas à espera por cirurgias, sendo que alguns casos se arrastam há mais de dois anos. No entanto, conforme o secretário, a situação piorou nos últimos meses, quando diminuíram os repasses públicos. O corte de R$ 300 milhões feito pelo governo do Estado, além de R$ 12 bilhões a menos da União ajudam a complicar a situação. Isso representa 4,6 milhões de atendimentos a menos por ano no SUS. Recentemente, Stuani esteve na 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (5ª CRS), em Caxias do Sul, para tratar do assunto e nos próximos dias deverá ocorrer novo encontro na tentativa de solucionar o impasse.
Conforme a titular da 5ª CRS, Solange Sonda, o Estado está empenhado na busca de alternativas para o problema. Uma das propostas, encaminhada pelo Hospital Pompéia de Caxias do Sul, é analisada pela Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS), no entanto, o credenciamento necessita do aval do Ministério da Saúde e pode demorar alguns meses até ser efetivado.
Segundo Solange, uma alternativa – com efeito mais imediato – seria a formação de um mutirão para atendimento de todas as cirurgias eletivas de alta e média complexidade em traumatologia e ortopedia já cadastradas nos 33 municípios da região, que compreende uma população de 444 mil pessoas. A Coordenadoria realiza um estudo para conhecer a demanda de cada um desses municípios, porém, não há prazo para que o problema seja amenizado.
Pelo Estado
Segundo o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul e superintendente-geral do Hospital Pompéia de Caxias do Sul, Francisco Ferrer, a situação é considerada grave porque o governo do Estado atrasou o repasse de R$ 84 milhões referentes a maio devido à prioridade estipulada pela Justiça para o pagamento da folha do funcionalismo. Por isso, o número de procedimentos a serem cortados deve aumentar.
Com 180 dias de gestão, o governador José Ivo Sartori (PMDB), acumula uma dívida deixada por Tarso Genro (PT) de R$ 132,6 milhões da produção dos hospitais em 2014. O secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, disse em entrevistas que não tem expectativa de pagar esse montante. Outra reivindicação da Federação é o retorno do pagamento do cofinanciamento, que foi cortado do orçamento de 2015 e somaria R$ 300 milhões no ano. A dívida somada aos atrasos de repasses prejudica os pacientes que continuam aguardando por uma cirurgia. As 245 santas casas e hospitais filantrópicos do Estado (incluindo o Hospital Fátima de Flores da Cunha) são responsáveis por 75,2% das internações do SUS e reúnem 65 mil trabalhadores.
Outros casos
– Em Flores da Cunha, o Hospital Fátima fecha cada mês de 2015 no negativo devido aos recursos previstos que não foram repassados pelos governos estadual e federal. Houve cortes de despesas e demissão de funcionários (o número não foi informado).
– Em Canoas, parte da folha de pagamento dos funcionários do Hospital Universitário não foi paga. A prefeitura encaminhou uma ação judicial contra o Estado para garantir os repasses previstos.
– Em Montenegro, o Hospital Montenegro suspendeu os atendimentos de especialistas, exames e procedimentos eletivos.
– Em Porto Alegre, a Santa Casa de Misericórdia reduziu 41 leitos e a previsão é de que outros 118 leitos sejam fechados nos próximos meses para reduzir prejuízos.
– Em São Leopoldo, a Fundação Hospitalar Centenário, que atende 17 municípios, fechou o serviço de neurocirurgia devido ao atraso de repasses desde 2014.
De acordo com o secretário de Saúde de Flores da Cunha, Vanderlei Stuani, há no município 25 pessoas à espera por cirurgias, sendo que alguns casos se arrastam há mais de dois anos. No entanto, conforme o secretário, a situação piorou nos últimos meses, quando diminuíram os repasses públicos. O corte de R$ 300 milhões feito pelo governo do Estado, além de R$ 12 bilhões a menos da União ajudam a complicar a situação. Isso representa 4,6 milhões de atendimentos a menos por ano no SUS. Recentemente, Stuani esteve na 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (5ª CRS), em Caxias do Sul, para tratar do assunto e nos próximos dias deverá ocorrer novo encontro na tentativa de solucionar o impasse.
Conforme a titular da 5ª CRS, Solange Sonda, o Estado está empenhado na busca de alternativas para o problema. Uma das propostas, encaminhada pelo Hospital Pompéia de Caxias do Sul, é analisada pela Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS), no entanto, o credenciamento necessita do aval do Ministério da Saúde e pode demorar alguns meses até ser efetivado.
Segundo Solange, uma alternativa – com efeito mais imediato – seria a formação de um mutirão para atendimento de todas as cirurgias eletivas de alta e média complexidade em traumatologia e ortopedia já cadastradas nos 33 municípios da região, que compreende uma população de 444 mil pessoas. A Coordenadoria realiza um estudo para conhecer a demanda de cada um desses municípios, porém, não há prazo para que o problema seja amenizado.
Pelo Estado
Segundo o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul e superintendente-geral do Hospital Pompéia de Caxias do Sul, Francisco Ferrer, a situação é considerada grave porque o governo do Estado atrasou o repasse de R$ 84 milhões referentes a maio devido à prioridade estipulada pela Justiça para o pagamento da folha do funcionalismo. Por isso, o número de procedimentos a serem cortados deve aumentar.
Com 180 dias de gestão, o governador José Ivo Sartori (PMDB), acumula uma dívida deixada por Tarso Genro (PT) de R$ 132,6 milhões da produção dos hospitais em 2014. O secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, disse em entrevistas que não tem expectativa de pagar esse montante. Outra reivindicação da Federação é o retorno do pagamento do cofinanciamento, que foi cortado do orçamento de 2015 e somaria R$ 300 milhões no ano. A dívida somada aos atrasos de repasses prejudica os pacientes que continuam aguardando por uma cirurgia. As 245 santas casas e hospitais filantrópicos do Estado (incluindo o Hospital Fátima de Flores da Cunha) são responsáveis por 75,2% das internações do SUS e reúnem 65 mil trabalhadores.
Outros casos
– Em Flores da Cunha, o Hospital Fátima fecha cada mês de 2015 no negativo devido aos recursos previstos que não foram repassados pelos governos estadual e federal. Houve cortes de despesas e demissão de funcionários (o número não foi informado).
– Em Canoas, parte da folha de pagamento dos funcionários do Hospital Universitário não foi paga. A prefeitura encaminhou uma ação judicial contra o Estado para garantir os repasses previstos.
– Em Montenegro, o Hospital Montenegro suspendeu os atendimentos de especialistas, exames e procedimentos eletivos.
– Em Porto Alegre, a Santa Casa de Misericórdia reduziu 41 leitos e a previsão é de que outros 118 leitos sejam fechados nos próximos meses para reduzir prejuízos.
– Em São Leopoldo, a Fundação Hospitalar Centenário, que atende 17 municípios, fechou o serviço de neurocirurgia devido ao atraso de repasses desde 2014.
0 Comentários