Otávio Rocha: Uma visão empreendedora
Família Dani: de hidrelétrica a cooperativa, de hotel a materiais de construção
Arlindo Dani, com seus 80 anos, relembra Otávio Rocha de antigamente, com três, quatro casas de madeira, chão batido, com luz elétrica da hidrelétrica do avô, José Dani, que distribuía luz para toda a vila, a escola, a praça, a igreja. Uma Otávio Rocha diferente da atual, que se desenvolveu, mas que até hoje fica na lembrança de quem a viu crescer e fez parte deste crescimento.
“Otávio Rocha, há trinta anos, quando eu era conhecedor do Brasil, com empresa em São Paulo, já havia uma visão do progresso. Quando eu fiz meu prédio, em 1990, o pessoal achava que eu era louco, mas sempre imaginava que futuramente Otávio Rocha será um bairro de Caxias ou Flores da Cunha, por isso invisto aqui até hoje”, afirma Dani. E Arlindo ainda destaca que a localidade pode crescer ainda mais: “tem tudo para crescer mais”
A trajetória
1929: Fundada a Cooperativa Vinícola Otávio Rocha, a 4ª cooperativa do Rio Grande do Sul. “Meu avô, José Dani, foi um dos primeiros sócios e o primeiro presidente da Cooperativa Vinícola de Otávio Rocha”, relata Dani.
1933: José Dani construiu o primeiro hotel da localidade. “Naquele tempo tinha os tanoeiros que faziam as barricas, o vinho só saia em barricas e ia pra São Paulo, então essas pessoas que trabalhavam tinham que ter o dormitório”, enfatiza.
1935: José Dani montou um armazém com o fim da cooperativa, de secos e molhados.
1937: José Dani e Demétrio Molon fundaram uma hidrelétrica, no atual Parque da Gruta, que fornecia luz para toda a vila de Otávio Rocha. “Até na rua. Na rua tinha os postes e quem fornecia era essa hidrelétrica que tinha no Parque da Gruta”, descreve Arlindo. A hidrelétrica funcionou até 1962, quando chegou a luz elétrica da CEEE.
1954: “Meu pai comprou um trator, trator traçado. Ele ficava toda hora trabalhando na agricultura, no mato, puxando, era um meio de trabalho”, relata Dani, informando que foi um dos primeiros tratores da comunidade.
1958: Arlindo Dani foi o fundador do Grêmio Esportivo de Otávio Rocha.
1968: Juntamente com os irmãos, Alcides, Adito e Alcindo, funda a vinícola Dani.
1971: Arlindo e Alcides abriram uma loja em São Paulo, na Via Dutra, onde vendiam vinhos, produtos coloniais, tapetes, vassouras e artigos gaúchos.
1982:Juntamente com a Grendene, idealizou a cestinha (palha) plástica do garrafão. “Fui eu um dos idealizadores que fundou aquela palha. Nós comprávamos os garrafões e vendíamos em São Paulo. Os garrafões, metade para baixo com plástico e em cima faltava. Então levei lá pro velho Grendene “me faz isso, assim, assim e assim”, e assim foi feito. Como comprávamos vinho de todas as empresas para nossa loja em São Paulo, nós divulgamos, exigíamos de nossos fornecedores a palha plástica, ninguém conhecia, todo mundo não queria, mas enfim foi o começo da palha plástica que revolucionou o mercado do garrafão”, conta Arlindo.
1988: Abriu uma empresa com duas injetoras plásticas que produzia capsulas e palha de garrafão.
Foi presidente da Associação dos Amigos de Otávio Rocha. “Encaminhamos junto ao governo do Estado o pedido de asfaltamento das estradas Otávio Rocha / Flores da Cunha, a qual ficou pronta em 1994”, relembra.
1989: Fundou a Dani Ferragens - materiais de produção.
1995: Arlindo Dani assumiu como subprefeito de Otávio Rocha, onde na época implantou o Museu, realizou a abertura da estrada que liga Mato Perso, além de, no período, ser instalado o telefone DDD.
2002: Juntamente com o irmão Alcides, fundou a vinícola Otávio Rocha.
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