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Otávio Rocha: De braços abertos para o turismo

Otávio Rocha aposta nos costumes italianos para atrair turistas e se desenvolver

Visitar Otávio Rocha é sentir de perto a cultura italiana preservada nos costumes e memórias, experimentar a tranquilidade e os sabores do interior. Na comunidade, se desfruta de bons vinhos, espumantes, chocolates finos, doces, geleias, gastronomia típica italiana, belezas naturais e pessoas acolhedoras. Com muitos atrativos turísticos, o visitante encontra o aconchego de estar em uma pequena vila colonial.
Com isso em mente, no ano de 2019, foi criado o roteiro “Otávio Rocha Vila Colonial”, unificando os diversos empreendimentos, pontos e locais turísticos da região. A estratégia deu certo e é possível enxergar um futuro promissor para a iniciativa, que teve seus planos um tanto frustrados por conta da pandemia: no ano passado, o “Otávio Rocha Vila Colonial” foi o 8º dos dez roteiros mais procurados no site do Sebrae.
“Nós já notamos um crescimento bem grande das pessoas procurando o roteiro por já ter uma marca. Hoje, trabalhamos com visitas particulares ou roteiros completos, com nosso guia turístico, Dirceu Panizzon, que é daqui. Ele acompanha todos os pontos turísticos, explica um pouquinho de tudo, faz piada, canta. Tendo um guia, as pessoas se envolvem ainda mais com a comunidade, isso é legal”, explica o presidente do roteiro, Michael Molon.
Para o futuro, a ideia é agregar mais empreendimentos – são oito atualmente, além de outros 10 pontos turísticos – a fim de explorar por completo todo o potencial de Otávio Rocha. “Nós pretendemos que ele ganhe uma proporção maior. Estamos abertos a novos empreendimentos, todos agregam mesmo sendo do mesmo segmento. Queremos crescer para que o roteiro seja reconhecido como um ponto de visitação do Rio Grande do Sul”, afirma o presidente.
Se quiser se tornar ainda mais atrativa, Otávio Rocha precisa de algumas melhorias reivindicadas pela comunidade, como a reforma dos banheiros públicos e dos prédios da subprefeitura e da Cantina Slaviero, que está abandonado. Além, é claro, de melhorias na infraestrutura em geral, como sinalizações e asfaltos. “Nós temos muito a crescer, temos muito potencial turístico e às vezes não é visto assim”, enfatiza Molon (veja mais na página 12).
Esse potencial é antigo, tanto que Otávio Rocha é terra da primeira festa tipicamente italiana da cidade, anterior até mesmo à Fenavindima: a Fecouva, criada em 1966. Presidente da festa, como seu pai foi há 30 anos, Molon detalha a importância do evento para a comunidade: “Ele tem um diferencial, brilha mais o olho, festeja o nosso produto mais importante. É uma festa comunitária mesmo, quem trabalha ali é a comunidade, sem receber nada por isso”.
Atual rainha da Fecouva, Evelyn Marzarotto também guarda boas recordações da festa desde criança. “Meus pais participaram por muitos anos, me lembro de abrir o portão para os jurados estacionarem o carro, de ficar acompanhando as entrevistas, o concurso, de participar nas torcidas, dos desfiles. Foi muito gratificante receber esse título e poder representar essa festa que tem mais de 50 anos”, relata Evelyn.
A próxima  rainha da festa – que deve ter sua próxima edição no ano que vem – será presenteada com uma nova coroa, que poderá ser levada para casa como recordação. A original, baseada na coroa da Rainha Elizabeth e com desenhos imperiais, passada há mais de 50 anos entre as embaixatrizes, ainda está intacta.
Seja seguindo a tradição ou agregando novidades, o importante é celebrar a comunidade que é orgulho para os seus moradores: “Otávio Rocha é um lugar acolhedor. Sempre gostei daqui porque não é só uma comunidade, mas uma família. Essa proximidade com todo mundo, eu vejo desde criança, e a essência da comunidade continua. Isso é muito positivo”, encerra Molon.

Monte Calvário

Monumento construído em homenagem ao Centenário da Colonização, conta com uma escadaria de 170 degraus que dá acesso a uma visão privilegiada de Otávio Rocha e região. Na subida, estão expostas imagens que retratam os 12 passos feitos por Jesus na via sacra. No topo, a estátua de Cristo e a cruz de 14 metros compõem o cenário e acolhem os visitantes. Desde a inauguração, é o Grupo de Jovens Jucri que faz a manutenção do ponto turístico, realizando atividades como pintura e corte de grama.

Casarão dos Veronese

Construído em 1898 pelo imigrante italiano Felice Veronese, que se tornou o maior produtor de vinhos da região. A construção foi residência, cantina doméstica de produção de vinho e também fábrica de pólvora. Por iniciativa da comunidade, o edifício de pedras basalto foi tombado por ser um importante exemplar da arquitetura italiana. Em 2017, a restauração do prédio proporcionou uma cobertura metálica e vidros em estilo contemporâneo, além de espaços para a realização de atividades culturais.

Parque da Gruta

Construído em 1937 para ser uma usina hidrelétrica, costumava fornecer energia para moradores da região. Agora propriedade da Associação dos Amigos de Otávio Rocha, virou ponto turístico com capacidade para até 200 pessoas. Distante 1 km da vila, o parque abriga uma gruta natural com cascata de 25 metros. No interior da gruta, junto a uma fonte de água, há uma imagem de Nossa Senhora das Graças, colocada em 20 de janeiro de 1980 e que costumava receber anualmente, no primeiro domingo de dezembro, a Festa da Gruta.

Túnel da Uva

Um lindo parreiral que embeleza o centro de Otávio Rocha. Ótima opção de passeio ao ar livre, o túnel é coberto por aproximadamente 100 mudas de videiras e possui 80 metros de comprimento e 5,6 metros de altura. Fica localizado na Praça Regional da Uva, em frente à Igreja Matriz São Marcos, na rua Uva Itália. Além de atrair turistas, o Túnel da Uva é palco de eventos – em 2019, ano em que foi revitalizado, sediou a abertura das atrações do É Tempo de Vindima – e faz parte do roteiro Otávio Rocha Vila Colonial.

A rainha da Fecouva, Evelyn Marzarotto, e o presidente da Festa, Michael Molon. - Gabriela Fiorio e Pedro Henrique dos Santos
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