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Corredores vazios, livros guardados, quadros em branco. Esta é a atual realidade das escolas. O governador Eduardo Leite já anunciou que os estudos presenciais voltarão apenas em junho. Na rede privada, as escolas serão condicionadas às regras de um novo decreto – ainda sem data – e um retorno poderá ser possível ainda em maio. Na rede estadual, o recesso de inverno, normalmente em julho, foi antecipado para maio. Assim, dos dias 4 a 18, os alunos estarão de férias. Já no período de 19 a 29, as aulas estão suspensas, mas serão recuperadas posteriormente. A expectativa é de que o ano letivo termine em janeiro de 2021. Ao longo de maio serão estabelecidos protocolos para que alunos, professores e servidores possam retomar as aulas com segurança.

Para a diretora da Escola Estadual Professor Targa, Andreia Pegoraro, o caminho é de incertezas. “No início ficamos bem perdidos, mas disponibilizamos as atividades virtualmente, divulgamos e-mails de contato, criamos grupos de WhatsApp com os pais para sanar dúvidas e responder questionamentos. Aos poucos, todos nós fomos nos adaptando a nova realidade. Mas acreditamos que as aulas programadas deveriam continuar”, declara Andreia.

A diretora da Escola Estadual Frei Caneca, Patrícia Pontalti, também compartilha da opinião sobre a programação de aulas.  “As aulas foram canceladas com muita antecedência, não sendo levado em consideração nosso clima. O inverno e dias mais frios ainda estão por vir. Neste mês poderíamos estar dando continuidade às aulas programadas, que estavam sendo positivas. Dessa forma, as aulas programadas poderiam ter avançado em maio”, declara. A Frei Caneca completa neste ano 95 anos, mas a festa, juntamente com o IV Festival Cultural, foi cancelada.

Conforme a diretora da Escola Estadual Horácio Borghetti, Fabiana Simonaggio, os alunos estão tendo dificuldades com as aulas programadas, principalmente os menores. “Para as crianças, as plataformas digitais são difíceis. Por isso, a escola optou por disponibilizar trabalhos em xerox e livros”, conta. 
Já para a coordenadora pedagógica da Escola São Rafael, Neiva Zanatta, é de fundamental importância seguir as orientações das autoridades na condução das ações de enfrentamento da disseminação da Covid-19. “Muitos analisam como cuidado excessivo. Eu prefiro isso a ser vítima da omissão. Cabe a nós apenas seguir as orientações”, destaca.

Retorno dos estudos domiciliares
Na rede municipal, os estudos domiciliares retornaram nesta semana – as férias de inverno haviam sido antecipadas para abril. “Neste mês de maio, nossa opção, é retomar os estudos domiciliares com as atividades programadas. E consideramos isso importante, porque caso tenhamos a volta às aulas em junho, os alunos já estão sendo estimulados”, avalia a secretária de Educação, Cultura e Desporto, Ana Paula Weber Zamboni.

As escolas municipais manterão as atividades por meio do portal da educação, das vídeo aulas por WhatsApp e dos aplicativos Google Hangouts e Zoom. “Principalmente para as crianças menores, de Educação Infantil e alfabetização, é muito importante a interação com o professor. Então, os docentes estão utilizando as gravações para não ter um distanciamento tão grande entre escola e aluno”, explica Ana Paula.

Os professores estão cumprindo sua carga horária em casa, realizando o planejamento das aulas e diariamente tendo interação com os alunos. “Em realidades onde precisamos ter as atividades em papel, as escolas estão abertas com a equipe diretiva e coordenação pedagógica para a família buscar as atividades ou, se precisar, a equipe levará até o aluno. Assim, todos os estudantes estão sendo atendidos”, diz a secretária.

Em Nova Pádua
A Escola Municipal de Educação Infantil Professor Bortolo Bigarella e Idalino Vailatti também retornou com as aulas a distância para evitar que os alunos tenham perdas cognitivas. As professoras criaram grupos de WhatsApp e encaminham as atividades para os estudantes diariamente.

De acordo com a diretora da escola, Marisangela Beazuti Triaca, a instituição ficará aberta alguns dias da semana para os pais que precisarem de impressão e material. “A escola está preocupada em atingir todas as famílias, sem deixar nenhum aluno sem contato. Por se tratar de Educação Infantil, também estamos enviando trabalhos possíveis de serem realizados com a ajuda dos pais, sempre lembrando que eles não são professores e muitos estão trabalhando. Por isso temos cuidado com o que está sendo exigido”, reforça a diretora.

Já a Escola Estadual Luiz Gelain segue as diretrizes estaduais. “Se o Governo concluiu que há a necessidade do isolamento e distanciamento social, é uma boa atitude substituir esse tempo pelo recesso escolar, assim os alunos poderão ter aulas presenciais perdidas no período em que supostamente seria o recesso”, declara a diretora Lenita Sonda. A escola tem realizado aulas programadas, bem como comunicando e orientando os pais para acompanharem e auxiliarem os filhos na execução das tarefas domiciliares.