Onde a vida e a obra se encontram
Exposição ‘Das dores às cores’, da florense Tere Finger, poderá ser conferida a partir de 5 de maio na Casa da Cultura de Caxias do Sul
De traços livres e característicos e com uma obra considerável, a artista florense Tere Finger expõe sua primeira mostra individual em Caxias do Sul a partir da próxima semana. A série denominada Das dores às cores é composta por 40 obras inéditas, com uma temática que reflete a família, a religião, a vida e a morte. O trabalho foi desenvolvido ao longo de um ano e meio e conta com a curadoria da professora e pesquisadora Silvana Boone. O vernissage ocorrerá no local da exposição, na Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim (Rua Dr. Montaury, 1.333, junto à Casa da Cultura), em Caxias, no dia 4 de maio, a partir das 19h30min. A visitação é gratuita e segue até 27 de maio.
Tere, que é parte de uma família de 15 filhos, além dos pais, transcreveu suas narrativas pessoais em arte, já que o contexto os faz ser integrantes das mesmas alegrias e das mesmas dores. “Acredito que a obra é o próprio artista nas suas concepções de mundo, e eu me expresso pelo prazer de me dedicar a isso e dar vazão aos meus sentimentos”, define a artista que hoje, aos 55 anos, retoma seu trabalho e volta a estudar a arte contemporânea para reforçar suas referências.
Graduada em Artes Visuais, Tere trabalhou como professora de artes, mas dedicou-se muitos anos à decoração. Nas suas obras, faz uso de tinta acrílica sobre tela ou papel ilustrando corpos desconstruídos carregados de simbolismos. “Fazer arte é dividir. É dividir nossos sentimentos com as outras pessoas. Pois uma obra só ganha vida quando pode ser observada pelo público, ganhando as interpretações diversas que cada pessoa poderá dar a ela”, destaca.
Todos os personagens representados têm um protagonismo diferente. Na dor da mãe ou na deficiência física do irmão, e nas dificuldades que uniram ainda mais a família. Uma forma de encontrar um sentido na dor do outro ou na própria dor, adicionando pinceladas de cor. A figura humana é recorrente no conjunto da obra de Tere Finger, e uma veia expressionista aparece sob as influências de Van Gogh e Iberê Camargo. “Comecei pintando influenciada pelo expressionismo e, no decorrer dos anos, acabei mudando minha produção artística para imagens mais realistas para que houvesse maior aceitação do meu trabalho. Há cerca de cinco anos, retomei o gesto expressivo, que é onde verdadeiramente me mostro”, frisa a artista.
Entre as participações importantes, destacam-se exposições coletivas em Flores da Cunha e Caxias, e a seleção da obra Finitude para a 4ª Bienal Internacional Mulheres D’Artes, pelo Museu Municipal de Espinho, em Portugal. A exposição Das dores às cores segue até 27 de maio e a visitação pode ser feita de segundas a sextas-feiras, das 8h às 18h, e aos sábados, das 10h às 16h. A entrada é franca. Mais informações através do telefone (54) 3221.3697.
Obrigado,a reportagem ficou ótima,surpreendeu a todos, inclusive minha curadora,Silvana Boone, comentou , que ficou dez,obrigado por tudo.