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Obras são finalizadas no Casarão Veronese

Prédio centenário recebe os últimos acabamentos. Inauguração está programada para o dia 15 de dezembro

Mais de 30 anos desde que foi tombado pelo patrimônio histórico estadual em 1986, o Casarão Veronese, no distrito de Otávio Rocha, começa a mostrar a sua verdadeira imponência centenária. As obras de restauração do prédio estão na reta final e a última etapa de recuperação da casa, datada de 1898, está em andamento. Foram instalados os vidros e a iluminação. Nesta semana, ocorre a finalização do assoalho em madeira e das esquadrias restauradas, bem como o ajardinamento, as pinturas e os testes nos locais com acessibilidade, como o elevador. Os espaços da cozinha, administração, bistrô, auditório, áreas de convivência e serviços recebem os móveis – todos doados pela Fábrica de Móveis Florense. De acordo com o dirigente de Cultura da prefeitura, Michael Molon, as obras devem ser encerradas até a metade do mês, para depois dar início à colocação da exposição museográfica.

O prédio será entregue oficialmente no dia 15 de dezembro, dois anos após o início do restauro. O evento deverá contar com a presença do governador do Estado, José Ivo Sartori, e de integrantes das famílias que residiram no local. O Casarão terá três pavimentos direcionados a múltiplas atividades. O térreo dará espaço a uma oficina de gastronomia, um bistrô e um espaço para mostras. As exposições se concentrarão, principalmente, no segundo andar. O antigo sótão da residência será utilizado como uma sala multiuso, com espaço para reuniões, atividades culturais e ensaios de grupos folclóricos.

A restauração do Casarão Veronese conta com recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (Lic), com o patrocínio das empresas Móveis Florense e Keko Acessórios, além da Prefeitura de Flores da Cunha. O investimento é de aproximadamente R$ 3 milhões.

Restauração

Iniciado em 2015, o projeto de restauração, proposto pelo arquiteto Edegar Bittencourt da Luz, contempla algumas adequações em relação ao projeto original elaborado em 2008. Isso por causa da defasagem do tempo e da degradação que tornaram o projeto original tecnicamente inadequado. De acordo com o arquiteto, foram buscadas soluções para o avançado processo de deterioração das alvenarias de pedra e barro, que se encontravam em péssimo estado e apresentavam perigo de desmoronamento. Além disso, o projeto precisou ser adequado às novas normas de construção e de prevenção, como acessibilidade.

A nova solução estrutural conta com coberturas metálicas e a utilização de vidros (que na construção original não havia), evitando a sobrecarga de um telhamento em barro. E como a edificação não tinha mais o telhado, optou-se por não realizar uma imitação das telhas de barro, mas construir uma nova cobertura contemporânea. O projeto atual foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae).

O Casarão Veronese foi construído em 1898, 16 anos após a chegada do imigrante italiano Felice Veronese ao então Travessão Marcolino Moura, hoje distrito de Otávio Rocha. O projeto de Felice era construir uma casa de grandes dimensões, que pudesse abrigar um aposento para cada um dos filhos homens, que ali passariam a residir com suas famílias. O prédio marcou a paisagem, com paredes em pedras e os fechamentos e os arremates em tijolos. No térreo ficava uma sala social, a cozinha e a cantina. No andar de cima, os quartos e o sótão amplo e alto, servia para a secagem e guarda das colheitas de grãos e outros alimentos.

Inicialmente, a residência abrigou a família, uma cantina e a fábrica de pólvora e foguetes. Após se mudar para Caxias, os Veronese venderam o terreno para a família Galiotto, que manteve a propriedade.

 - Danúbia Otobelli/O Florense  - Danúbia Otobelli/O Florense  - Danúbia Otobelli/O Florense  - Danúbia Otobelli/O Florense  - Danúbia Otobelli/O Florense  - Danúbia Otobelli/O Florense  - Danúbia Otobelli/O Florense  - Danúbia Otobelli/O Florense  - Danúbia Otobelli/O Florense  - Danúbia Otobelli/O Florense
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