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Obras na Praça da Bandeira vão até fevereiro de 2016

Revitalização foi iniciada no dia 8. Avenida 25 de Julho ficará bloqueada para o trânsito por no mínimo 120 dias

Um dos logradouros públicos mais antigos e tradicionais de Flores da Cunha está fechado para reformas. A ordem para o início da revitalização da Praça da Bandeira foi assinada na manhã do dia 8. Nos próximos oito meses o espaço passará por inúmeras melhorias, como pavimentação, instalações hidráulicas e elétricas, demolições, retiradas de entulhos, paisagismo, mudança do mobiliário urbano e pintura. “A mudança é um assunto discutido há tempos e chegou o momento de comemorar o início do projeto elaborado ao longo dos últimos dois anos. Que todos nós possamos usufruir da nova praça tão logo seja concluída”, discursou o prefeito Lídio Scortegagna durante o ato de assinatura.

Num primeiro momento é feita a colocação de tapumes ao redor de toda a Praça e também na Avenida 25 de Julho, que ficará bloqueada para tráfego entre as ruas Dr. Montaury e John Kennedy. Um espaço para circulação de pedestres foi garantido à frente das escadarias da Igreja Matriz. Os canteiros centrais serão retirados nessa área e o calçamento com bloquetos de concreto fará a ligação entre a Praça e a calçada em frente à Matriz. “A ideia é a Avenida virar um calçadão, sem meio-fio, mas que vai continuar sendo uma via, pois a trafegabilidade continuará quando as obras estiverem finalizadas”, explica Lucas Carenhato, sócio-proprietário da empresa vencedora da licitação, a Unic Engenharia e Construção.

A previsão é que a Avenida fique fechada para o trânsito por 120 dias (até outubro). Após esse período, a via central será liberada e os tapumes ficarão restritos à Praça. Ao redor de toda a área haverá um local destinado à circulação dos pedestres. Devido às obras, houve também alteração no estacionamento da Rua Dr. Montaury, que foi convertido em paralelo enquanto durar a revitalização. O ponto de táxi da Praça foi transferido para a esquina diagonal, ao lado da loja Volpato.

Foto/Secretaria do Planejamento/Reprodução


As mudanças
O projeto, desenvolvido pela Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, mudará completamente o aspecto da Praça da Bandeira. O que permanecem são o formato atual, que lembra um cálice, e os banheiros públicos. O espaço terá maior área de convivência e circulação, incluindo a realocação do parque infantil (que passará a ser no lado oposto do atual), instalação de uma fonte e de um pergolado com mesas. Haverá ainda um novo mobiliário urbano e um bicicletário. Toda a fiação elétrica será subterrânea, por isso, todos os postes serão retirados. Os banheiros não estão contemplados na reforma, mas receberão reparos e pintura. “Todo o piso será retirado e a escadaria de pedra será substituída. Será feita ainda uma nova drenagem. Vai ficar uma praça mais clean, aberta e moderna”, pontua Carenhato. Também é estudada a colocação da fiação elétrica subterrânea em frente à Igreja Matriz.

Os monumentos em homenagem ao primeiro intendente, Joaquim Mascarello, e ao general Flores da Cunha, assim como o Leão Alado, serão mantidos. O monumento à Pátria, que está danificado, será retirado e colocado no Museu e Arquivo Histórico. As placas comemorativas espalhadas pela Praça serão expostas em um único local, chamado de Memorial.

Quanto às árvores, serão preservadas as nativas, enquanto que os ligustros e as extremosas serão retirados – parte das plantas foi levada para o entorno do ginásio poliesportivo. “Nosso objetivo é criar um ambiente adequado para que todas as pessoas possam usufruí-lo. Essa é uma demanda antiga da população, pois a Praça não está num bom estado. Queremos ter uma praça à altura que a população florense merece”, afirma a secretária de Planejamento, Ana Paula Cavagnoli.

A revitalização tem um custo estimado em R$ 2,3 milhões e será paga com recursos municipais. Conforme a secretária, grande parte dos pisos e calçadas retiradas será reutilizada em outras obras, bem como a vegetação dos canteiros centrais da Avenida 25 de Julho. O parquinho infantil será destinado ao loteamento Parque dos Pinheiros.



Histórico

– O traçado da vila de Nova Trento foi definido em 1870 pelo engenheiro Diogo Felício dos Santos e já previa a instalação de uma praça na área central, em frente à Igreja Matriz.

– Na década de 1920, a praça, denominada 15 de Novembro, se resumia a um amontoado de canteiros comuns e passeios de chão batido. Conforme relatou a moradora Ilca Maria Fontana Moura ao Arquivo Histórico Municipal, uma fonte de água jorrava na praça e as mulheres aproveitavam para lavar roupas nos tanques construídos. Era uma espécie de lavadouro público.

– Após a emancipação política, em 1924, a praça teve algumas reformas e foi uma das primeiras obras do capitão Joaquim Mascarello. Árvores passaram a ornamentar o local, algumas delas plantadas pelos próprios moradores. Relatos indicam que um canhão de guerra serviu de monumento.

– Na década de 1930, passou-se a construir a praça mais semelhante a atual, com o desenho em formato de cálice. Nessa época a praça ainda chamava-se 15 de Novembro.

Foto/Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi/Divulgação


– Fotos tiradas entre os anos de 1930 a 1940 revelam a construção do local, com a edificação dos canteiros e a colocação dos meios-fios. Nessas imagens, pode-se observar o obelisco comemorativo a emancipação e também o coreto, onde aos domingos a Banda Giuseppe Garibaldi tocava para a população.

– Na década de 1960 uma lei municipal alterou a denominação de Praça 15 de Novembro para Praça da Bandeira.

– Nos anos seguintes a praça passou por pequenas reformas, como a construção do parque infantil e dos banheiros públicos.

Fonte: Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi.


Os monumentos e placas

1 - Joaquim Mascarello
O busto do primeiro intendente, Joaquim Mascarello, é um dos mais antigos monumentos da Praça. Foi instalado em 26 de janeiro de 1969, no segundo mandato do ex-prefeito Raymundo Paviani, como homenagem a um dos líderes da emancipação política. No monumento está a inscrição: “O prefeito municipal de Flores da Cunha, no uso de suas atribuições legais, presta homenagem e gratidão ao primeiro prefeito capitão Joaquim Mascarello considerando os inúmeros benefícios prestados”.
Antes da instalação do busto, no mesmo local estava localizado um obelisco, que tinha na parte superior algumas linhas maçônicas. O monumento foi inaugurado em 1925, um ano após a emancipação, e estava defronte à Igreja Matriz. Em 1969, com a colocação do busto do capitão sobre o pedestal, o obelisco foi retirado.

2 - General Flores da Cunha
O general José Antônio Flores da Cunha, ex-governador do Estado que dá nome ao município, teve um busto de bronze inaugurado na Praça da Bandeira em 4 de novembro de 2009. A homenagem partiu do governo do Rio Grande do Sul, durante o mandato de Yeda Crusius (PSDB), como forma de comemorar o cinquentenário da morte do político. O município recebeu o nome do ex-governador em 1935, após uma mudança na lei municipal que substituiu a alcunha de Nova Trento para Flores da Cunha. O general nunca esteve no município.

3 - Leão Alado
O mais recente monumento inaugurado na Praça da Bandeira data de 22 de junho de 2013. O monumento do Leão Alado, ou Leone di San Marco (Leão de São Marcos) foi erguido para celebrar os laços históricos e culturais entre a cidade de Flores da Cunha e a região do Vêneto, na Itália. O leão é considerado uma representação de proteção, paz e tradição cristã e foi projetado para comemorar os 138 anos da imigração italiana no RS.

4 - Cinquentenário da Emancipação Política
Placa em homenagem aos cinquenta anos da emancipação política de Flores da Cunha, em 24 de maio de 1974. Nessa mesma data, em 1924, o capitão Joaquim Mascarello tomou posse como intendente do novo município.

5 - Parque Infantil
Placa de inauguração do parque infantil pela prefeitura em 1963, durante o governo de Raul Bigarella.

6 - Expedicionários Florenses
Placa em honra aos expedicionários florenses que participaram da Segunda Guerra Mundial. Inaugurada em 12 de março de 1982, tem a seguinte inscrição: “Aos expedicionários florenses da II Guerra Mundial nos campos de batalha da Itália em 1944 a 1945: Angelo Dal Bó, Claudino Brandalise, Francisco Fantin, Geraldo Fortunatti, João Detofol, Mario Menegolla, Casemiro Otobelli, Olices Guerra, Raimundo Sandi e Silvino Guarese”.

7 - Altar da Pátria
Localizado na área central da Praça, foi inaugurado em 1942 durante a Semana da Pátria. No monumento está a inscrição: “Ama com fé e orgulho a terra que nasceste”. Sua estrutura está ligada a um fato curioso: o mármore que forma o monumento foi retirado de um túmulo do antigo cemitério localizado atrás da Escola Frei Caneca. O túmulo pertencia a um senhor sem familiares em Flores da Cunha e, como ninguém reivindicou o mármore durante a transferência do cemitério para o local atual, o material, para não ser desperdiçado, foi colocado como parte integrante do Altar.

– Também existia na Praça da Bandeira uma placa em forma de roda de moinho inaugurado em 1975 em comemoração ao Centenário da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul. No entanto, a placa desapareceu.



Investimento de R$ 2,3 milhões inclui remoção de todo o piso e de árvores e instalação subterrânea da parte elétrica, entre outras ações. - Fabiano Provin
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