Obras do Complexo Nova Aliança iniciam com a retirada de tanques e pipas
Projeto inovador em Flores da Cunha contará com hotel, centro comercial e Memorial do Vinho
Quem passa pela Avenida 25 de Julho e pela Rua Borges de Medeiros, acesso Norte, já consegue ver algumas movimentações nas obras do Complexo Nova Aliança. O local está na etapa de retirada dos materiais – tanques e pipas – que estavam dentro dos pavilhões da antiga cooperativa. Conforme o sócio diretor da ANP Empreendimentos, responsável pela comercialização do hotel e complexo, Arlei Betiolo, as pipas de madeira já foram todas retiradas e, nesta semana, iniciou a remoção das de inox. “Precisávamos retirar o telhado e algumas paredes para a remoção delas. Até o fim do mês acredito que o local estará limpo, restando apenas os quatro tanques maiores – que ficam de frente para a Avenida –, pois estes precisarão ser cortados”, esclarece Betiolo, acrescentando que o processo não interferirá no início da terraplanagem dos dois subsolos, que iniciará nos próximos dias.
O Complexo, que contará com hotel, memorial e centro comercial, tem como prazo de entrega 36 meses, mas, conforme o sócio diretor da ANP, a empresa tem a tradição de entregar antes, tendo como meta o final de 2024.
O hotel – Axten Hotel Flores da Cunha – terá cinco pavimentos, 96 apartamentos, 23 flats e um centro de convenções, além de uma estrutura de restaurante, bar executivo, piscina, espaço fitness e recreação infantil. Já o centro comercial contará com 39 lojas comerciais, 20 salas aéreas e 170 vagas de estacionamento com acesso pela Avenida 25 de Julho e pela Rua Borges de Medeiros. O Complexo ainda contará com um Memorial do Vinho, passarela, praça de alimentação, espaço de convivência, loja de vinhos e estacionamento rotativo.
O projeto do local, inovador em Flores da Cunha, é assinado pela empresa Tarso Hoffmeister Arquitetura, de Porto Alegre, através dos arquitetos e urbanistas Tarso de Oliveira Hoffmeister, Cristiane Lavall e Bruno de Oliveira Hoffmeister. “Planejar este conjunto de edifícios foi uma enorme responsabilidade e também um prazer. Flores da Cunha é uma bela cidade e nós tivemos muito cuidado com a inserção dos edifícios, de maneira que o extenso programa do conjunto resultasse em uma forma controlada, amigável ao entorno, mas que também estabelecesse relações com os edifícios vizinhos. Sabíamos da importância que a criação deste lugar teria para a cidade e também do alcance regional”, destacou Tarso de Oliveira Hoffmeister, salientando que o projeto foi de grande complexidade. “A legislação do município é bastante restritiva, o que consideramos muito positivo, pois contribui para a qualidade urbana. Porém, isso resulta em maior complexidade no caso de um projeto com grande área construída, principalmente pela limitação da altura, mas também por outros fatores. Além disso, a existência de uma edificação histórica no terreno, sua preservação e incorporação às demais partes do Complexo foi um enorme desafio. Nesse sentido, na Avenida 25 de Julho, nos preocupamos em respeitar o gabarito de altura determinado tanto pelo edifício da Cooperativa quanto pelo Moinho localizado nas imediações”, relata Hoffmeister, complementando que o local terá ventilação e iluminação natural para todos os edifícios.
A equipe também buscou estudar a cidade de Flores da Cunha antes de qualquer traço ou desenho. “Essa pesquisa inicial é bastante extensa e, apenas para citar alguns exemplos, inclui aspectos da morfologia urbana, do lote e do entorno imediato, da cultura regional, características visuais a partir do terreno para a cidade e vice-versa, legislação e normas, etc. A investigação também inclui algo primordial para o processo de projeto: as características climáticas locais, que são fundamentais para o conforto ambiental e a eficiência energética dos edifícios. Todos esses dados nos permitem compreender muito bem o problema com o qual estamos lidando”, esclarecem os arquitetos responsáveis, que desde o início preveem a recuperação do prédio histórico.
“Nossa pretensão foi criar algumas condições semelhantes àquelas da década de 1930, agora em uma Flores da Cunha contemporânea, para que o edifício histórico possa voltar a ter todas as fachadas livres de obstruções, como era originalmente. Entretanto, para nós, preservar não é apenas reabilitar o edifício histórico, mas também atribuir a ele um papel ativo e importante. Isso contribui para a vitalidade e para a sustentabilidade econômica do conjunto e do próprio edifício histórico”, evidenciam, destacando ainda que alguns aspectos da arquitetura tradicional da imigração italiana, como por exemplo, a proporção de janelas, e a utilização de materiais da região, como o basalto, estão incorporados ao desenho do conjunto.
De acordo com Tarso, o projeto cria espaços com grande flexibilidade, que podem ser utilizados das mais diversas formas, seja para gastronomia, atividades culturais, de lazer, entretenimento ou negócios. “Sempre tivemos a preocupação de propor um lugar qualificado e com o qual a comunidade pudesse se identificar, afinal, é isso que trará vitalidade ao conjunto”, finaliza.
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