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O que fazer diante de um derrame

O acidente vascular cerebral (AVC), conhecido popularmente por derrame cerebral, é uma doença séria que pode causar sequelas irreversíveis se a pessoa não for atendida rapidamente.

O acidente vascular cerebral (AVC), conhecido popularmente por derrame cerebral, é uma doença séria que pode causar sequelas irreversíveis se a pessoa não for atendida rapidamente. O AVC responde por 10% das mortes no mundo a cada ano e está classificado em dois tipos: hemorrágico e isquêmico. O primeiro ocorre quando um vaso se rompe e o sangue extravasa alagando uma área da massa cinzenta. Já no AVC isquêmico, que representa 80% dos casos, acontece algo parecido ao que ocorre no coração dos infartados: uma obstrução de uma artéria bloqueia o fluxo de sangue que deveria irrigar uma determinada região. Nos dois tipos o resultado é o mesmo: as células da área afetada morrem, causando diversas sequelas. Dependendo do local da lesão, pode provocar desde a morte da pessoa até paralisias, problemas de fala, de visão, de memória, entre outros. Isso é uma realidade para 2/3 dos pacientes que sobrevivem a esse tipo de ataque. Riscos e sinais Os estudos mostram que o grupo mais vulnerável a um AVC engloba homens com mais de 55 anos e histórico familiar da doença. Além disso, os fatores de risco são praticamente os mesmos que estão por trás de um infarto, como: pressão alta, cigarro, diabete, entupimento nas carótidas (artérias do pescoço que levam o sangue ao cérebro), problemas cardíacos, colesterol alto, sedentarismo e obesidade. Conforme os médicos é preciso ficar atento a alguns sinais e correr para um hospital imediatamente à menor suspeita deles. São tidos como sinais de AVC: falta de sensibilidade ou fraqueza que surge de repente no rosto, no braço ou na perna, especialmente se for de um lado só do corpo; dificuldade de enxergar com um dos olhos; problemas em caminhar, tonturas, perda de equilíbrio ou da coordenação; dores de cabeça fortes que surgem sem causa aparente. Diagnóstico e tratamento Diante de uma suspeita de AVC, o médico geralmente pede uma tomografia ou uma ressonância magnética do cérebro. Esses exames mostram com exatidão a dimensão, a causa, o local e a gravidade da lesão. Também é possível fazer exames das artérias para ver como está o fluxo sanguíneo. Atualmente há drogas capazes de evitar a morte ou as sequelas em quem sofre um AVC. Elas desfazem os coágulos e reestabelecem prontamente a circulação. O grave porém é que, para surtirem efeito, devem ser ingeridas no máximo três horas depois do início do ataque. Daí a importância de reconhecer os sintomas e correr para o hospital ao menor sinal deles. No caso dos hemorrágicos, os médicos lançam mão dos medicamentos para estancar o sangue e reduzir a inflamação que acontece logo depois. Dependendo da causa, pode ser necessário uma cirurgia para tratar um aneurisma ou eliminar um coágulo que tenha se formado com o derramamento de sangue. Além disso, a reabilitação é fundamental para a recuperação de um AVC. Ela deve começar ainda no hospital e se prolongar pelo tempo que for preciso. É ela que vai permitir reconquistar habilidades como falar, comer e até andar. Normalmente é feita por fisioterapeutas e fonoaudiólogos, mas há programas que incluem até equitação e atividades na água. Prevenção É possível prevenir 80% dos AVC controlando os fatores de risco, que são: - controlar sua pressão arterial. Não hesite em tratá-la se estiver alta; - verificar com um cardiologista se você tem alguma fibrilação atrial; - parar de fumar; - beber com moderação; - manter as taxas de colesterol no lugar; - se for diabético, manter a doença sob controle; - exercitar-se regularmente; - consumir pouco sal. AVC Hemorrágico Este tipo é mais grave e de pior prognóstico. Por sorte responde pela minoria dos casos - cerca de 20% deles. É mais comum em jovens e pode vir acompanhado de uma forte dor de cabeça, náuseas e vômitos. Mas às vezes não dá nenhum sinal. Sabe-se que alguns hábitos, como fumar, usar contraceptivos orais (principalmente os que têm muito estrógeno) e o abusar de álcool e drogas favorecem esse tipo de ataque. Há duas formas dessas hemorragias: 1. Sub-aracnóide - um vaso da superfície se rompe, derramando sangue no espaço entre o cérebro e o crânio. A causa mais comum é o rompimento de um aneurisma, as dilatações nas artérias que ficam cheias de sangue como um balão. Em geral o gatilho para esse estouro é a pressão alta. 2. Hemorragia intracerebral - o derramamento de sangue é no meio da massa cinzenta, normalmente por causa do envelhecimento dos vasos ou da hipertensão crônica. Só 10% dos AVC se enquadram nesse tipo. AVC Isquêmico Nesses casos, sintomas como dificuldades de falar ou de compreensão, perda da sensibilidade nos membros e do equilíbrio se desenrolam em poucos minutos e vão piorando ao longo das horas. A falta de irrigação no cérebro pode ter dado algum sinal de aviso semanas ou até meses antes, na forma de um miniataque, em que os sinais apareceram e sumiram de repente. Dependendo da causa da obstrução, os isquêmicos podem ser de três tipos: 1. Trombótico - aqui o causador do entupimento é um coágulo formado numa artéria que irriga o cérebro devido à aterosclerose. Responde por 60% dos casos. 2. Por embolia - em 20% dos casos o coágulo foi formado em outra parte do corpo e viajou até obstruir alguma artéria que leva sangue à massa cinzenta ou que fica por lá. 3. Insuficiência circulatória - o problema é uma falha no coração, que deixa de bombear sangue corretamente levando à deficiência de circulação na cabeça. Isso explica por que um ataque do coração pode levar a um AVC.
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