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O que falta é conscientização

O município de Flores da Cunha, com população de 26.435 habitantes, segundo estimativa de 2008 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem quatro vagas de estacionamento para portadores de deficiência física (PPDs). Ou seja, uma para cada 6.608 pessoas.

O município de Flores da Cunha, com população de 26.435 habitantes, segundo estimativa de 2008 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem quatro vagas de estacionamento para portadores de deficiência física (PPDs). Ou seja, uma para cada 6.608 pessoas. Três ficam na área central e uma no Parque da Vindima Elóy Kunz. Na opinião de deficientes e do diretor do Departamento de Trânsito da Secretaria Municipal de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, José Carlos Tronco, falta conscientização da comunidade, já que muitos motoristas ocupam as vagas destinadas aos portadores de deficiência. Segundo o ex-vereador José Carlos Catafesta (PMDB), 58 anos, que tem problemas nas pernas, basta percorrer o Centro da cidade para constatar que as vagas, indicadas por placas específicas, não são respeitadas. Na manhã de quinta-feira, dia 4, O Florense constatou tal afirmação nas esquinas da Avenida 25 de Julho com a Rua Maria Dal Conte e das ruas Ernesto Alves com Borges de Medeiros. Catafesta foi autor, em 1996, da lei municipal que estipula vagas para veículos utilizados por PPDs diante de órgãos públicos.

De acordo com Catafesta, tal meta não estaria sendo atingida, pois existem poucas vagas. “Acredito que algumas delas deveriam ser trocadas de lugar, pois estão longe dos prédios. Mas o fato mais preocupante é a falta de conscientização da comunidade, que não respeita os espaços”, destaca. Para tentar melhorar a situação, o ex-vereador solicitou ao colega de sigla, Moacir Ascari, o encaminhamento de uma indicação ao prefeito Ernani Heberle (PDT) para que a lei seja cumprida na frente das repartições públicas, bem como a colocação de placas nesses espaços com o número da lei (1.863).

Conforme o aposentado e cadeirante Gildo da Silva, 38 anos, a luta pela acessibilidade proporciona melhoria na qualidade de vida dos PPDs. “Os portadores de deficiência sentem-se úteis quando estão integrados à sociedade. Os poderes públicos devem dar o exemplo e oferecer meios para isso, bem como adequar prédios para deficientes terem acesso”, pondera Silva, casado com a dona de casa Patrícia Maia Lentino, 34 anos, também cadeirante. O casal lembra ainda que precisou encaminhar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e uma renovação do documento em Centros de Formação de Condutores (CFCs) de Caxias do Sul, pois não conseguiram em Flores da Cunha. “Mandaram-me ir a Caxias devido à falta de acessibilidade, mas como se não tinha carteira?”, ironizou Patrícia. Um ponto positivo destacado por Silva é o acesso à Câmara de Vereadores e à prefeitura, feito por meio de um elevador. “Defendo a eliminação de barreiras físicas e o cumprimento das leis, bem como a colocação do PPD no mercado de trabalho”, apontam os cadeirantes. Catafesta, Silva e Patrícia sugerem, assim como a indicação do vereador Ascari, a criação de novas vagas para estacionamento em frente aos bancos Banrisul, Bradesco e Sicredi, na agência dos Correios, no tabelionato e no cartório do município, entre outros pontos.

Ampliar vagas O diretor do Departamento de Trânsito, José Carlos Tronco, concorda com os deficientes físicos: falta conscientização da comunidade. “Estamos elaborando um projeto para ampliar as vagas na área central. Para isso, ouvimos sugestões de PPDs que nos procuram. Tronco cita ainda que encaminhou à Brigada Militar (BM) sugestão para que haja maior rigor na fiscalização junto às vagas para deficientes. Para que os PPDs usufruam dos pontos de estacionamento é preciso que tenham o veículo devidamente identificado com o adesivo válido em todo o território nacional. Para obter o selo, é preciso fazer o pedido na Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMTTM) de Caxias do Sul, que fica na Rua Moreira César, 1.666, no bairro Pio X – telefone (54) 3290.3900. É preciso apresentar atestado médico de especialista ou laudo do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), CNH e documento do veículo. Na Serra, os PPDs podem buscar orientações na Associação Regional de Deficientes Físicos (A/Rampa), entidade fundada em 1990 que fica na Rua Venâncio Aires, 1.198, sala 5, no Centro de Caxias (próxima à Estação Rodoviária) – telefone (54) 3209.1169.
Falta de conscientização pode ser conferida na área central de Flores da Cunha - Fabiano Provin
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