O primeiro Natal do Bom Velhinho
Luis Henrique Lucatelli vem de uma família de Noéis e ganhou a primeira oportunidade de viver o personagem em Flores da Cunha
O Bom Velhinho de Flores da Cunha é, na verdade, um novato. O Natal de 2020 é a primeira experiência de Luis Henrique Lucatelli, 63 anos, como Papai Noel. E ele tem tudo o que é preciso para viver o personagem: barba e cabelos brancos, roupa e gorro vermelhos e um carisma especial. Características que vêm de família, já que dois de seus irmãos também se vestem de trajes vermelhos em dezembro.
Mas o caxiense Luis carrega um detalhe que o distingue dos demais Papais Noéis da região: o sotaque nordestino, adquirido nos 11 anos que morou no Nordeste. E por pouco ele não aterrissou o trenó por lá neste Natal. Luis iniciou o ano careca e sem barba, que deixou crescer a partir de março, visando o trabalho no fim do ano. O contrato com os shoppings fracassou devido à pandemia – e foi aí que o seu destino cruzou com Flores da Cunha.
Um dia, ao abrir o jornal, descobriu que o município estava à procura de um Bom Velhinho e decidiu candidatar-se, com sucesso. “É uma coisa incrível. Quando eu visto essa roupa, parece que baixa o espírito do Noel também. E as crianças vêm de braços abertos”, conta Luis, que diariamente conta para elas a história do Papai Noel, das renas e mostra a fábrica de brinquedos, localizada na Praça da Bandeira.
Entre bonecas e carrinhos, aparelhos eletrônicos são os presentes preferidos da criançada – esses, Luis deixa claro que o Papai Noel não fabrica. Mas o pedido mais frequente é, segundo ele, o fim do vírus. “É uma coisa interessante o número de crianças, criancinhas pequenas mesmo, pedindo para o coronavírus acabar”, diz o Noel florense, que atende os seus visitantes seguindo todos os protocolos de saúde.
Luis conta que os presentes mais simples são os que mais o emocionam: “Tu tens várias surpresas, pessoas pedindo coisas que nem são pra elas. Teve bastante gente que pediu uma cesta básica, um sapatinho, uma camisa, isso mexe contigo. Eu falo para elas terem pensamento positivo, focar no que querem, mesmo que não seja neste ano. É um ânimo que a gente dá para a criança, para que elas gostem cada vez mais do Natal”.
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