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O gigante ainda mais encantador

Mais de 250 pessoas participaram da visitação guiada ao Campanário durante a programação de Corpus Christi

Após três meses da inauguração das obras de restauro e requalificação do Campanário da Igreja Matriz, o gigante abriu as portas para visitação pela primeira vez. A atividade ocorreu durante os quatros dias de programação de Corpus Christi e teve seus ingressos esgotados rapidamente. Foram mais de 250 pessoas que puderam conhecer de perto o Campanário e admirar, do alto, a beleza do município e os tradicionais tapetes de serragem colorida que enfeitavam as ruas ao entorno da Praça da Bandeira. 
Além dos munícipes e turistas, a redação do Jornal O Florense também esteve participando da visitação guiada. 
E a experiência de percorrer os oito andares da construção com uma guia explicando cada detalhe e retomando um pouco da trajetória, fez com que aquele momento fosse ainda mais encantador e especial, até mesmo para quem já esteve dentro do monumento antes de sua reforma. Em cada andar, uma pausa para conhecer a estrutura, seu funcionamento e as reformas realizadas durante as obras de restauro e requalificação, além de relembrar sua construção. 
Se você ainda não teve a oportunidade de conhecer o nosso gigante – antes ou após  o restauro – vamos mostrar alguns detalhes para você se sentir dentro desse monumento de mais de 70 anos.  

Térreo – Memorial

A visitação guiada inicia no térreo, onde hoje está instalado um memorial. Nesse espaço é possível ver expositores que contam um pouco da história de nosso gigante e de seu processo de restauro, além da exposição das ferramentas e objetos que foram utilizados durante sua construção. No local também está exposto um banner com a réplica do projeto inicial da torre e um painel com a fotografia dos construtores em cima da sexta fileira de pedras - foto que foi tirada na mesma parede onde ela se encontra hoje. Também está exposta uma corda, a qual remete a forma manual de como os sinos eram tocados até o ano de 1993.

1º Pavimento – Detalhes do restauro

No primeiro andar, assim como nos demais, é possível ver as reformas que foram realizadas no Campanário durante a obra de restauro, como os eletrodutos, por onde passam toda a fiação elétrica da iluminação exterior, automação dos sinos e a modernização dos relógios. Também notamos a diferença de tonalidade nos rejuntes das pedras, alguns mais alaranjados, lembrando a cor terra, referentes a argamassa mais antiga, e outros mais acinzentados, que foram preenchidos recentemente para evitar a umidade, além, é claro, das novas janelas que podem ser abertas para realizar a manutenção das luzes que iluminam o Campanário. Neste mesmo pavimento encontramos, mais visivelmente, os buracos no chão pelos quais as cordas de cada sino passavam para que eles pudessem ser tocados. No andar também nos deparamos com os primeiros mastros utilizados na Praça da Bandeira.

2º Pavimento – Máquina do relógio

Na segunda parada, podemos ver o primeiro contrapeso dos sinos e a máquina original do relógio, modelo 2B série 0065, a qual foi adquirida no ano de 1948 da empresa Schwerther & Filhos, do município de Estrela (RS). A máquina coordenava os quatro mostradores, com três metros de diâmetro cada, posicionados um em cada face da torre, ou seja, quando os ponteiros marcavam as horas ou minutos errados, para ajustar o horário era preciso consertar o equipamento para, só então, ele refletir nos relógios. Hoje o equipamento está desativado devido a modernização e a automação.

3º Pavimento – História dos sinos

No terceiro pavimento encontramos outro contrapeso dos sinos. Nele, aproveitamos a parada para relembrar a história dos cinco sinos que, em 1900, foram encomendados por Frei Dom Augusto Finotti, da empresa George, na França.

 

4º Pavimento – Sinos

A subida para o quarto pavimento é um pouco mais desafiadora, uma vez que a escada fica mais estreita e os degraus também, o que exige um pouco mais de atenção dos visitantes. Ao longo dos degraus, encontramos os cinco sinos: Pierina, o maior, que pesa 1.200 kg e leva esse nome em homenagem ao padroeiro do município, São Pedro; Cláudia Giuseppa, com 600 kg, que carrega esse nome em homenagem a Dom Cláudio José Gonçalves Ponce de Leão, bispo de Porto Alegre, que em 1896 trouxe para o Rio Grande do Sul os Freis Menores Capuchinhos; Dom Finotti, que pesa 350 kg e leva esse nome em homenagem ao vigário, Padre Augusto Finotti, quem encomendou os sinos na França; Antonieta, com 150 kg, cujo nome é em homenagem a Santo Antônio de Lisboa e/ou Pádua; e Maria Santíssima, o menor dos sinos e o mais delicado, pesa 80 kg e seu nome é em homenagem a Maria Santíssima, mãe de Jesus. Cada sino está identificado com nome e peso por placas escritas com caligrafia da época. Juntos, os sinos pesam 2.380kg e quando eram tocados, de forma manual, eram necessárias  de seis a sete pessoas para executar tal tarefa. 

5º Pavimento – Arquitetura

No quinto pavimento encontramos as antigas rodas de madeira que moviam os sinos. Nelas passavam as cordas. Em 1993, quando o conjunto de sinos foi automatizado, as rodas de madeira foram substituídas por metal. 
Neste andar também chama a atenção a belíssima estrutura em arco ogival, que faz referência às existentes na Igreja Matriz, e o acabamento das janelas que os construtores fizeram com as pedras, destacando suas habilidades.

6º Pavimento –  Engrenagens do relógio

Chegando ao sexto andar, por meio das gigantes janelas, temos a primeira vista de nossa cidade. Podemos parar para contemplar as belezas, fazer fotos e, em seguida, subir até o topo, dessa vez sem fazer pausa no próximo andar. Lá encontram-se as engrenagens dos quatro relógios. É possível ver no chão as barras de ferro cruzadas que giram as engrenagens e fazem os ponteiros dos relógios se movimentarem.

7º Pavimento -  Belezas

Passamos pelas engrenagens do relógio e seguimos para o antigo alçapão, que foi substituído durante o restauro por uma escada de metal e uma claraboia, para chegarmos ao topo. Dali é possível nos encantarmos com a beleza da cidade e fazer diversos registros. Após é iniciada a descida, sem paradas, nos despedindo do gigante. 

Uma experiência para ser repetida

Conforme a subsecretária de Cultura, Camila Stuani Pauletti, a experiência da primeira visitação guiada foi um sucesso. Ao longo da programação de Corpus Christi, 266 pessoas conheceram o Campanário da cidade. “A maior parte dos visitantes eram moradores de Flores da Cunha, o que não nos surpreendeu, pois sabíamos que desde a finalização do processo de Restauro e Requalificação do Campanário, em março deste ano, a comunidade florense almejava a oportunidade de conhecê-lo ou revisitá-lo e subir até seu topo”, relata a subsecretária, completando que por ser um projeto piloto, ele demanda algumas melhorias que só foram percebidas após essa experiência.
De acordo com Camila, a partir de agora os setores responsáveis irão se reunir para organizar os próximos passos em relação às futuras visitações guiadas. “O objetivo é permanecer realizando estas visitações com maior frequência para oportunizar a mais pessoas conhecer este monumento tão grandioso. Ainda não temos definidas as próximas datas em que as visitações guiadas serão realizadas. Todas as informações serão divulgadas nas redes sociais do município, do turismo e da cultura”, conclui.

 - Gabriela Fiorio
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