O coração da Florentina volta a bater
Banda florense está com nova diretoria e sendo reestruturada
No ano que completa 57 anos, a Banda Florentina renasceu das cinzas. Desde 2016 sem atividades constantes, agora com nova diretoria, a banda volta com os ensaios semanais – dependendo da bandeira do distanciamento controlado – e com ideias de alavancar a divulgação desta cinquentona florense.
Atualmente 20 músicos estão se reunindo, ensaiando e programando os próximos passos da banda, assim como o repertório que irão tocar. “A Banda Florentina está viva, mas respirando com algumas dificuldades. Fiz parte de 2002 a 2009 e agora retornei, junto com uma equipe maravilhosa, para conseguir recursos e ativar como nunca a Banda que é um símbolo florense”, conta o novo presidente José Luis Guarese, 28 anos.
Junto com o vice-presidente, Vinícius Martins Fiorese, o maestro, Valdocir Fiorese, e o coordenador de projetos, Carlos Raimundo Paviani, a ideia é buscar verbas para recomeçar o trabalho e dar continuidade à história da Florentina. “Estou aqui de coração e quero me doar muito para preservar e reestruturar a Banda”, diz Guarese, que afirma que a ideia é ainda oferecer aulas de música (teoria e prática), ter uma parceria com as escolas municipais e estaduais e realizar várias apresentações. “A Banda Florentina vai muito além da música. Queremos oportunizar crescimento, convívio e fazer das pessoas, cada dia, melhores”, assegura.
A vida na Florentina
“Falar da Florentina é falar da minha vida. A Banda é a minha vida”, relata o maestro Valdocir Fiorese, que lembra que iniciou os estudos musicais na antiga sede da Florentina, com o professor Remi Toscan, por volta de 1977. “Com 14 anos estava aprendendo música, solfejando, lendo partitura”, conta o clarinetista.
O maestro lembra de apresentações realizadas com a Banda em Vacaria, Veranópolis, Bento Gonçalves, além do interior de Flores da Cunha. “Quando tinha alguma festa, a gente ia tocar. A banda era reconhecida no Estado inteiro. Era bastante conceituada”, relembra. “Não podemos deixar morrer essa Banda. Essa Banda é a minha vida e de outras tantas pessoas. Flores da Cunha foi vista em todo o Brasil através da Florentina”, enfatiza.
Fiorese destaca que a Banda Florentina está numa fase de transição, na qual está precisando de gente nova. “Precisamos abrir a escola, colocar professor, renovar os músicos, incentivar, para não perdermos essa característica e a história de Flores da Cunha”, finaliza Fiorese dizendo: “a música é a única linguagem universal”.
História
Fundada em 7 de setembro de 1964, a Florentina formou-se devido ao término da banda Giuseppe Garibaldi, que permaneceu ativa até os anos 1950. Sentindo a falta da presença musical nas festas da cidade e encontros de amigos, um grupo de percursionistas da Escola São José passou a organizar-se para formar um novo grupo. A turma buscou aulas com a professora de teoria musical Nair Ferreira e também com a irmã Joana Margarida Gasparin, e logo a banda surgiu apoiada pelos fundadores, Armindo Zamboni, Remi Toscan, Mateus de Godoy, Domingos Rizzon, Assis Brasil Lavoratti, José Rech Oldra, Alcides Corso, Arthur Corso, Hilário Sgarioni, Claudino Mambrini, Plínio Ciochetta, Antônio Carlos Finger e Rony Montanari. O nome teria sido indicado por Lavoratti, uma fusão entre Flores da Cunha e Nova Trento, surgindo Florentina.
No início os ensaios eram realizados no salão paroquial e a partir de 1965 a prefeitura doou um terreno no Centro da cidade para a construção de uma sede própria. Somente na década de 1970 o prédio ficou pronto, sendo, aos poucos, erguido com os valores das mensalidades pagas pelos membros. Também foram adquiridos materiais para os ensaios. A Florentina recebeu também como doação os instrumentos musicais da antiga banda Giuseppe Garibaldi.
A primeira apresentação foi no ano de fundação em uma festa de São Pedro, na Paróquia de Flores. Neste início o repertório era típico, com a regência do maestro João Gobbi. Quando o maestro Elírio Toldo assumiu a regência, o repertório passou a integrar canções italianas.
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