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O cenário eleitoral a um ano das eleições

As articulações políticas apontam que Flores terá entre quatro a cinco candidatos disputando a prefeitura

Um cenário bem diferente das eleições municipais de 2016 vem se desenhando em Flores da Cunha. A um ano do próximo pleito, marcado para 4 de outubro de 2020, as articulações visando a prefeitura de Flores da Cunha apontam para um panorama entre quatro a cinco candidatos – nas últimas eleições eram apenas dois. Com o prefeito Lídio Scortegagna (MDB) encerrando seu mandato de oito anos com uma votação expressiva de 70% dos votos em 2016, os caminhos mostram novos nomes e partidos, numa pulverização das candidaturas. E razões externas são favoráveis para compor esse horizonte. A principal é a mudança nas regras eleitorais que proíbem coligações na eleição proporcional. Até as eleições do ano passado, partidos que formavam coligação para chapas majoritárias tinham diferentes possibilidades nas proporcionais: podiam disputar individualmente, aliados em sub-blocos ou totalmente unidos. A regra beneficiava principalmente partidos de menor expressão, mas passava despercebida para uma ampla fatia do eleitorado que, após proclamados os resultados, não entendia muito bem como determinados candidatos “puxavam” outros de siglas diferentes. Aprovada em 2017, a alteração impede que candidatos com baixo ou inexpressivo número de eleitores conquistem uma cadeira. Outra regra aprovada é a do desempenho individual, que estabeleceu que um candidato precisa ter um número de votos igual ou maior do que 10% do quociente eleitoral – o resultado da divisão do total de votos válidos da eleição pelo número de vagas. Agora, os campeões na preferência dos eleitores só poderão ajudar a eleger integrantes de suas próprias siglas e estes precisarão de uma quantidade mínima de votos. Com o veto às alianças, partidos que tradicionalmente não aspiram o Executivo estão sendo levados a apresentar candidaturas para fortalecer suas nominatas na Câmara de Vereadores.
Antecipando o calendário de articulações, alguns partidos já sinalizam mudanças. Caso do ‘bloco’ que apoiou Lídio nas últimas eleições. PSB, PTB, PRB e PT já se reúnem para uma possível candidatura própria a prefeito. No encontro promovido no final de setembro da coligação ‘Flores Unida’, grupo composto pelos 11 partidos que hoje fazem parte da atual administração municipal (MDB, PSB, PTB, PT, PRB, PSD, DEM, SD, PC do B, PT do B e PTC), ficou claro que o PSB almeja também um lugar ao sol. Os nomes mais cotados são do ex-prefeito Ernani Eberle e do atual vice-prefeito Almir Zanin. 
Nas eleições de 2012, um suposto “acordo partidário” indicava que o MDB ficasse no poder por oitos anos e após esse período apoiasse a candidatura do PSB a majoritária. Ao que tudo indica, o “acordo” não vingará. O MDB deve vir com candidato próprio. Os possíveis nomes são dos vereadores Moacir Ascari (Fera) e Everton Scarmin e do ex-prefeito Renato Cavagnoli. Uma manutenção do MDB com os partidos menores têm sido articulada. 
Os Progressistas, que na eleição de 2016 se alinharam com o PDT, apresentam como possíveis nomes os do vereador César Ulian, do ex-vereador Jorge Rizzon de Godoy e da ex-candidata a prefeitura Giovana Ulian. Já o PDT, que tradicionalmente tem candidato próprio as eleições, tem como cotados a vereadora Claudete Gaio Conte, o ex-vice prefeito Domingos Dambrós e o ex-suplente de vereador  Jatir Mosquer. 
Uma das novidades é o PSL, partido do presidente Bolsonaro e que foi criado em Flores da Cunha neste ano. A presidente da sigla, Elaine Ferreira, já sinalizou que o partido terá candidatos próprios para o executivo e o legislativo em 2020. “Os partidos terão que se coligar ao PSL e não o PSL se coligar a algum partido. E a sigla que quiser se coligar tem que cumprir com a nossa filosofia de trabalho”, disse a presidente em entrevista sobre a criação do PSL. 

O que dizem os partidos

MDB
A intenção do partido é seguir com a coligação Flores Unida, vencedora das últimas eleições. Conforme o presidente da sigla, Éverton Scarmin, a comunidade ganhou muito com o modelo adotado. “O objetivo principal é manter esta união, porque com toda essa força conseguimos muitas emendas parlamentares, o que resultou nessas grandes obras que aconteceram nesses quase sete anos da administração Lídio e Zanin”, destaca.  Para ele, ainda é muito cedo para citar nomes para o executivo. “Isso não pode ser decidido por vontade própria. Hoje temos que administrar essa coligação e é esse grupo que vai decidir”, afirma. 

PT
O partido tem realizado reuniões em preparação para o pleito de 2020. Conforme o presidente, Paulo Couto, as reuniões ocorrem com os filiados do partido e também com demais siglas. “Nosso intuito é fazer uma construção coletiva, mas não descartamos a possibilidade de ter candidatura própria, até porque temos quatro pessoas que se colocaram à disposição”, afirma ele que complementa que questões internas estão sendo analisadas. “Hoje estamos unidos com o MDB, mas isso não significa dizer que vamos renovar essa aliança”, revela. 

PSB
Atualmente o partido está unido com o MDB, entretanto, segundo o atual vice-prefeito, Almir Zanin, nada está definido para o pleito de 2020. “O partido tem vontade de ir à majoritária. Estamos nos organizando e reestruturando o PSB para que isso ocorra. Fomos três vezes vice-prefeito, uma com o Dambrós (2009/2012) e duas vezes comigo (2013/2016 – 2017/2020), e temos grandes possibilidades de ser cabeça de chapa”, afirma ele. O presidente do PSB, Ernani Heberle, afirma que estão sendo feitas tratativas. “O formato ainda está em aberto, colocamos o nome do nosso partido à disposição para fazer as composições que forem possíveis, mas está na hora de sermos protagonistas”, adianta.

Solidariedade
O partido deve seguir na coligação com o MDB. De acordo com o presidente da sigla, Saule Mioranzza, um conversa com o prefeito Lídio será feita para algumas definições, mas a intenção é seguir com a aliança. Sobre uma possível coligação com o ‘bloco’, o presidente diz que não foi procurado para conversar. Devido as novas regras eleitorais, o Solidariedade não deverá lançar candidatos a vereador. 

PDT
A sigla está realizando reuniões e filiando partidários. O partido almeja ter candidatos na majoritária e na proporcional. “Estamos analisando projetos e planos, até de um governo futuro se for a ideia de todos os filiados. Não queremos nos precipitar já que temos muita experiência”, diz o presidente do PDT, Domingos Dambrós.

PTB
O presidente do partido, Antônio Inglês, afirma que a sigla terá candidatos a vereador e que fará coligação para a majoritária. “O partido tem nomes para concorrer como prefeito ou vice, mas tudo vai depender de uma composição”, adianta.  

Avante
Nos próximos dias o Avante se reunirá com os filiados para analisar a permanência do partido em Flores. “A sigla está com um número muito baixo de filiados ativos e não sabemos quais são os próximos passos. Temos duas opções: reestruturar o partido para se posicionar para a próxima eleição ou o extinguirmos”, diz o presidente Edson Severo.

Progressistas
O partido se prepara para concorrer à majoritária. "Estamos nos reestruturando, executando alguns planos e há uma grande possibilidade de encabeçarmos sozinhos uma chapa. Mas, estamos abertos para conversar com outros partidos”, pontua o presidente Daniel Gavazzoni. Segundo ele, alguns nomes já foram apresentados, porém não existe definição.

PRB
O partido está se organizado para concorrer a chapa completa de vereadores. De acordo com o presidente, Luís Fernando Rosa, atualmente o PRB conta com 11 pré-candidatos aptos dos 14 necessários. “Temos até dezembro para buscar esses nomes e a partir de 2020 vamos começar a nos reunir para ver a possibilidade de indicar um candidato a prefeito ou vice-prefeito. É uma solicitação do Republicanos Estadual que os partidos façam o possível para colocar candidatos a majoritária junto com outras siglas. É muito difícil, pela nossa estrutura, irmos sozinhos. Vamos coligar”, destaca. 

PC do B 
Atualmente o partido está sem presidente, mas o ex-presidente, Izequiel Brum, diz que a ideia é manter coligações e lançar candidatos a vereador. 

PSL
Fundado neste ano em Flores, o partido deve apresentar candidatos para prefeito e vereadores – sem nomes definidos. Conforme a presidente, Elaine Ferreira, o PSL foi procurado para realizar coligações que estão em análise. “Estamos trabalhando bastante e a nossa comunidade, junto com a comunidade nacional, quer mudança. Por isso resolvemos fundar o PSL no município, para buscar melhorias”, afirma.

PSD
O partido continuará na coligação com o MDB e deverá lançar candidato ao legislativo. “Já estamos participando de algumas reuniões e está certo que vamos permanecer nesta união”, pontua o presidente, Deonir Barcaro.

PSDB
O partido pretende ter representação no legislativo. “Na última eleição não teve concordância, tanto é que ficamos de fora. Mas queremos estar presente na próxima eleição”, afirma o presidente Gilbero Malacarne. 

- O Jornal O Florense tentou entrar em contato com os partidos PTC e DEM, mas não obteve retorno. O Jornal O Florense tentou entrar em contato com os partidos PTC e DEM, mas não obteve retorno.  

 - Gabriela Fiorio
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