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Número de atendimentos é baixo após seis meses

Samu completa meio ano com demanda de apenas 195 chamados. Coordenação diz que implantação plena do serviço ocorrerá em até dois anos

No dia 26 de março o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) fechou seu primeiro semestre em Flores da Cunha totalizando 195 atendimentos. A equipe avisa que está à disposição da população e aguarda melhorias nas instalações da sede do serviço, que fica junto à Unidade Sanitária Dr. Hildebrando Cardoso Pereira, no pórtico do Acesso Sul. “A população deve aderir, deve ligar mais para o Samu, deve confiar no serviço, afinal, são profissionais capacitados e uma ambulância com recursos completos à disposição. Em caso de emergência, ligue para o 192”, frisa a enfermeira e coordenadora do serviço em Flores, Neusa Stolfo.

Desde o dia 29 de setembro de 2011, após a ambulância ficar por mais de um ano parada, Flores da Cunha passou a contar com os benefícios do Samu. Os últimos seis meses não marcaram um número expressivo de atendimentos. O primeiro mês de trabalho foi também o período com mais atendimentos – 52 ocorrências em outubro do ano passado. Até quarta-feira, dia 28, a média era de 32,5 atendimentos por mês, número considerado baixo pela coordenadora. “A população não está aderindo o Samu e provavelmente seja devido aos trâmites necessários quando se liga para o 192”, acredita Neusa.

Ao ligar para o Samu, a pessoa é atendida pela Central Reguladora de Porto Alegre, onde um médico avalia o caso e, se necessário, passa as primeiras informações pelo telefone. O atendimento é específico para urgências e emergências, por isso, todas as ligações passam por uma triagem antes de uma ambulância ser deslocada. Segundo Neusa, esse cuidado no momento da ligação, e que acaba exigindo certo tempo, é um dos motivos pela pouca simpatia da população. “Sabemos que é um serviço novo e que a comunidade demora a se acostumar com isso. Pela experiência de outros municípios, temos uma média de dois anos para que o Samu entre em pleno funcionamento”, estima Neusa.

Durante os primeiros meses, o serviço fez com que equipes do Samu visitassem escolas passando aos alunos informações sobre casos em que o 192 deve ser acionado. “Nós apresentamos e divulgamos como funciona nosso trabalho. A população já sabe que o principal objetivo de ter um Samu na cidade é para urgências e emergências, como, por exemplo, acidentes de trânsito”, explica a coordenadora.

Equipe preparada
Embora a capacidade do Samu não esteja totalmente utilizada, Neusa Stolfo destaca que os profissionais continuam recebendo treinamentos. “Temos a capacitação continuada que é oferecida pelo Estado. No momento da ligação, é um pouco mais demorado, mas o paciente já é atendido por um médico. É uma consulta por telefone”, compara.
A equipe de Flores conta com nove integrantes: quatro motoristas, quatro socorristas e um responsável técnico. Fora da equipe existem profissionais que estão recebendo treinamento no caso da necessidade futura de integrar a equipe.

Equipe alega que estrutura precisa de melhorias

A base do Samu instalada na Unidade Sanitária Dr. Hildebrando Cardoso Pereira, segundo a coordenadora e funcionários, não está 100% de acordo com exigências e normas do Ministério da Saúde. “Ainda dependemos de trâmites burocráticos existentes no setor público, mas algumas mudanças já foram feitas e, outras, como o local adequado para desprezar os resíduos, estão sendo priorizadas para deixar a base completa. Mas isso não atrapalha o serviço do Samu, que conta com uma equipe bem responsável”, complementa a coordenadora Neusa Stolfo. As reivindicações foram encaminhadas aos secretários da Saúde, Moacir Matana, e da Administração e Governo, Paulo Couto. Matana salienta que as reivindicações serão encaminhadas – umas estão em processo licitatório.

Debate sobre o atendimento descentralizado

Com a regulação das ligações feita em Porto Alegre, muitos casos se tornam mais demorados. Na terça-feira, dia 27, a coordenadora Neusa Stolfo participou do 1º Encontro Estadual de Gestores e Responsáveis Técnicos do Samu 192 do Estado, na Capital. Entre os assuntos debatidos esteve a descentralização dos atendimentos telefônicos. “O Estado pretende melhorar esse serviço, passando para unidades maiores como, por exemplo, Caxias do Sul”, lembra Neusa. Entre as vantagens da mudança está a maior agilidade nos atendimentos. O encontro tratou também da qualificação das equipes e regulação inversa (quando órgãos públicos entram em contato com o Samu, como Brigada Militar e Corpo de Bombeiros).

Como funciona o Samu


- Para receber o atendimento do Samu basta ligar para o telefone 192. A ligação é gratuita.

- A população deve fornecer, de maneira clara e objetiva, as seguintes informações: nome, endereço e descrição do fato.

- O Samu realiza o atendimento de urgências e emergências em qualquer lugar: residências, locais de trabalho e vias públicas, contando com as Centrais de Regularização, profissionais e veículos de salvamento.

Informações sobre como acionar o serviço foram apresentadas em escolas do município. - Camila Baggio
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