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Nossa Senhora de Caravaggio, rogai por nós

Programação alusiva à santa será realizada nesta sexta-feira em Flores da Cunha, com procissão até a comunidade de São João

O ano de 1432 foi marcado por divisões políticas e religiosas, assolado por bandidos e agitado por facções, traições e crimes na comune de Caravaggio, região da Lombardia, na Itália. Essa terra ditosa, como é citada em orações, foi cenário para a aparição de Nossa Senhora a uma camponesa às 17h de 26 de maio. Joaneta Varolli, 32 anos, apanhava do marido e chorava enquanto colhia pasto em um prado distante dois quilômetros de Caravaggio. Entre lágrimas e orações, Joaneta avistou uma senhora que na sua descrição parecia uma rainha, mas que se mostrava cheia de bondade. Dizia-lhe para não ter medo, pediu para que se ajoelhasse e para que o povo voltasse a fazer penitência, jejuar e rezar na igreja aos sábados. Pediu também para que ali fosse erguida uma capela. Como sinal da origem divina da aparição, ao lado de onde estavam seus pés, brota uma fonte de água existente até hoje, onde muitos doentes recuperam a saúde. Assim começou a devoção em Nossa Senhora de Caravaggio, santa que tem seu maior santuário no Brasil na cidade vizinha de Farroupilha.

É com a fé na Mãe Caravaggio que a família Guarese, residente na comunidade de São Vitor, no interior de Flores da Cunha, participa todos os anos de uma procissão que ruma à comunidade de São João, no Travessão Cavour. Joacir Guarese, 61 anos; Mariasinha Cavalli Guarese , 60 anos; e os filhos Luan, 29 anos, e Lauê, 24 anos, participam da caminhada e missa desde os primeiros anos. “Independente do tempo nós participamos. É um momento de reflexão, onde rezamos para agradecer as graças e a saúde da família”, destaca Joacir. Eles acreditam que independentemente do local da procissão, seja no Santuário em Farroupilha ou nas comunidades que honram Nossa Senhora. “Não temos um pedido especial, as nossas necessidades estão nas mãos de Caravaggio, e pedimos que ela continue nos ajudando, como sempre ajudou”, conta Mariasinha, que mantém em casa um oratório com diversos santos de devoção.

A procissão em São João iniciou há cerca de 10 anos, e os fiéis saem da rótula de acesso à localidade acompanhados de carro de som para rezar o terço. Neste ano, a concentração será em frente à empresa Antoniazzi. Na chegada serão recebidos com um missa em ação de graças. Luan acredita que nas procissões menores, como esta que ocorre em Flores da Cunha, a espiritualidade não se perde tanto como em romarias maiores. “Teve anos que já saímos de casa e fomos a pé até São João, são 14 quilômetros. Sempre vale para reforçar nossa fé”, enfatiza.

Um dos dirigentes da comunidade do Travessão Cavour, Iramar Onzi, afirma que a procissão será realizada com qualquer tempo. “Mesmo com chuva ou frio vamos manter a programação. Esperamos os fiéis com muito carinho para louvar Nossa Senhora de Caravaggio”, destaca. Para o retorno ao centro do município os fiéis terão ônibus à disposição.

 

Em Farroupilha

Horários das missas no dia 26 (sexta-feira)

– 6h, 7h, 8h, 9h, 10h30min (campal), 12h, 13h, 15h, 16h, 17h. Às 14h haverá Récita do Terço, procissão e bênção com o Santíssimo Sacramento.

– Missa campal às 10h30min terá procissão com a imagem de Nossa Senhora de Caravaggio.

– Após cada missa será dada a bênção de objetos, das crianças e da saúde.

– Às 18h, Procissão Luminosa.

– Na Capela das Confissões, preparação comunitária com confissão individual.

Transporte

– Diversos ônibus ligarão Caravaggio com as cidades de Caxias do Sul, Farroupilha e Bento Gonçalves. Os romeiros poderão adquirir passagens de volta na Praça do Santuário e nas rodoviárias de Caxias e Farroupilha (R$ 8,50 por trajeto por pessoa).

– Informações: email santuario@caravaggio.org.br; site www.caravaggio.org.br; facebook.com/santuario.caravaggio; instagram.com/santuario.caravaggio; e telefone 3260.5166.

 

Família Guarese: Joacir e Mariasinha, com o filho Luan, participam da caminhada em Flores há uma década. - Larissa Verdi/O Florense Gravura de 1724 trazida da Itália por Natal Faoro, e exaltada na capela antes da aquisição da estátua. - Reprodução
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