Nível do emprego está estável em 2014
Números do Ministério do Trabalho revelam um primeiro semestre de saldos positivos nos postos de Flores da Cunha
Um ano cheio de retrancas e as mais diversas influências econômicas. Assim está sendo considerado 2014 para os setores produtivos e de serviços do Brasil. A Copa do Mundo e as eleições são dois dos fatores que, de certa forma, bagunçaram a economia, refletindo também nas vagas para empregos e nos desligamentos de trabalhadores em empreendimentos do país. Em Flores da Cunha, assim como na maioria das cidades gaúchas, o saldo neste primeiro semestre ficou positivo, ou seja, foram contratadas mais pessoas do que demitidas. O acumulado fechou em 339 postos de trabalho. Apesar de estar positivo, esse saldo é menor do que o registrado no mesmo período do ano passado – de janeiro a julho, quando o número fechou em 385, pouco mais de 13% na comparação com este ano.
Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, no primeiro semestre deste ano os setores econômicos de Flores da Cunha geraram a contratação de 3.135 pessoas e, no mesmo período, desligaram 2.796 trabalhadores. O remanescente desses números fica positivo em 339 contratações, porém, comparando esses registros aos do mesmo período do ano passado, o município contratou 2,4% a mais em 2014, mas, em contrapartida, demitiu 4,5% a mais.
Em 2013 foram 3.062 novos trabalhadores e 2.677 desligamentos, resultando em um saldo superior ao de 2014 - de 385 novos postos (veja na tabela ao lado). Se esse ritmo decrescente continuar, em menos de quatro anos o saldo entre admissões e demissões pode ficar negativo em Flores da Cunha.
Setor primário é o único negativo
Por setores, o Caged aponta onde foram contratados e desligados mais trabalhadores de janeiro a julho deste ano. O maior resultado disparado de contratações é na indústria. Foram 1.690 postos de trabalho, com 1.550 demissões, um acumulado de 155 novas contratações. A indústria é seguida pelo setor de serviços, que contratou neste ano 529 pessoas e desligou 441, apresentando mais 88 trabalhadores no mercado. O quadro se repete, em ordem decrescente, nos setores de comércio, construção civil, administração pública e extrativa mineral (veja quadro).
O único setor que apresentou um saldo negativo neste primeiro semestre, ou seja, demitiu mais do que contratou, foi o primário – a agropecuária. Em 2014 o setor admitiu 131 pessoas e desligou 137, um saldo negativo de 6 postos. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Flores da Cunha e Nova Pádua, Olir Schiavenin, esse número é característico da época, já que são meses onde o trabalho na agricultura, principalmente com a uva – maior produto do setor –, não conta com a necessidade de contratação de mão de obra. “É um período onde o produtor trabalha na manutenção dos vinhedos, situação que muda na poda e na safra, onde chegam ao município de 2 a 3 mil trabalhadores. Outro reflexo é a inclusão de máquinas que substituem o trabalho humano, mas tanto na poda quando na safra não temos esse adendo”, aponta Schiavenin.
Os reflexos no comércio
O setor do comércio é dono do 3º lugar em saldo de mais contratações neste primeiro semestre em Flores da Cunha. Foram 551 contratações e 469 desligamentos. O saldo de 82 novos trabalhadores reflete em um setor que não teve grandes crescimentos e aguarda com expectativa por 2015. O secretário-executivo da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Flores da Cunha, Josué Valandro, explica que foram alguns os fatores que influenciaram e tornaram 2014 um sinônimo de preocupação para o comércio. A Copa do Mundo e as eleições estão elencadas como as principais responsáveis. “Durante a Copa, a expectativa de aumento não aconteceu e, ao contrário, freou o consumo. Tivemos alguns feriados que não foram em datas atrativas ao comércio e, para finalizar, o cenário conturbado do Brasil atualmente. Estamos passando por um efeito dominó, onde o consumidor não compra e a indústria não produz”, pontua Valandro.
Para o integrante da CDL, a Copa do Mundo acabou “distraindo” o consumidor e agora o país passa pelas inseguranças das eleições federais e estaduais. “O setor econômico está bagunçado e não conseguimos ter grandes expectativas quando ao segundo semestre de 2014. Certamente as contratações temporárias, características deste período, terão um volume menor do que o registrado no ano passado. Isso no comércio em geral”, acrescenta. Além da baixa no consumo, o comércio luta contra os juros e o aumento na inadimplência dos consumidores. “Isso tudo assusta o comércio, as vendas baixam e isso acaba refletindo nos empregos”, pontua Valandro, que não vislumbra recuperação inclusive com o Natal.
A igualdade dos números se reflete no mercado
A Fábrica de Móveis Florense conta mensalmente com o contato de novos funcionários. Neste ano, a empresa manteve a estabilidade no número de funcionários, assim como o cenário municipal. De acordo com o gerente de produção Valdecir José Segat, embora algumas vagas ainda estejam em aberto, o volume de funcionários vem se mantendo nos últimos anos e, dentro do planejamento, incluindo a rotatividade. Atualmente são 616 funcionários – em 2012 eram 594 e, em 2013, foram 618. “Essa variação é normal. A dificuldade de mão de obra que temos é para o operacional. A Florense tem um trabalho forte em preparar as pessoas, então nossos funcionários entram desta maneira e aqui dentro conquistam um crescimento. Infelizmente, estamos tendo dificuldades para contratar pessoas que iniciem nessa parte operacional”, observa Segat.
Embora a contratação para esse emprego inicial esteja difícil, é exatamente ali que a empresa visa uma valorização. “Eu vejo um futuro na parte operacional, na transformação do produto, ali estarão as maiores oportunidades do futuro. Outras áreas estão tendo o aporte de máquinas e necessitam cada vez menos de pessoas. Já na operação, por mais que você esteja automatizado, a mão humana será sempre necessária. É a grande oportunidade para as pessoas”, acredita o empreendedor. Embora a dificuldade, o setor da indústria ainda é a responsável pelo maior número de contratações em Flores da Cunha, com 1.690 postos no primeiro semestre de 2014.
Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, no primeiro semestre deste ano os setores econômicos de Flores da Cunha geraram a contratação de 3.135 pessoas e, no mesmo período, desligaram 2.796 trabalhadores. O remanescente desses números fica positivo em 339 contratações, porém, comparando esses registros aos do mesmo período do ano passado, o município contratou 2,4% a mais em 2014, mas, em contrapartida, demitiu 4,5% a mais.
Em 2013 foram 3.062 novos trabalhadores e 2.677 desligamentos, resultando em um saldo superior ao de 2014 - de 385 novos postos (veja na tabela ao lado). Se esse ritmo decrescente continuar, em menos de quatro anos o saldo entre admissões e demissões pode ficar negativo em Flores da Cunha.
Setor primário é o único negativo
Por setores, o Caged aponta onde foram contratados e desligados mais trabalhadores de janeiro a julho deste ano. O maior resultado disparado de contratações é na indústria. Foram 1.690 postos de trabalho, com 1.550 demissões, um acumulado de 155 novas contratações. A indústria é seguida pelo setor de serviços, que contratou neste ano 529 pessoas e desligou 441, apresentando mais 88 trabalhadores no mercado. O quadro se repete, em ordem decrescente, nos setores de comércio, construção civil, administração pública e extrativa mineral (veja quadro).
O único setor que apresentou um saldo negativo neste primeiro semestre, ou seja, demitiu mais do que contratou, foi o primário – a agropecuária. Em 2014 o setor admitiu 131 pessoas e desligou 137, um saldo negativo de 6 postos. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Flores da Cunha e Nova Pádua, Olir Schiavenin, esse número é característico da época, já que são meses onde o trabalho na agricultura, principalmente com a uva – maior produto do setor –, não conta com a necessidade de contratação de mão de obra. “É um período onde o produtor trabalha na manutenção dos vinhedos, situação que muda na poda e na safra, onde chegam ao município de 2 a 3 mil trabalhadores. Outro reflexo é a inclusão de máquinas que substituem o trabalho humano, mas tanto na poda quando na safra não temos esse adendo”, aponta Schiavenin.
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O setor do comércio é dono do 3º lugar em saldo de mais contratações neste primeiro semestre em Flores da Cunha. Foram 551 contratações e 469 desligamentos. O saldo de 82 novos trabalhadores reflete em um setor que não teve grandes crescimentos e aguarda com expectativa por 2015. O secretário-executivo da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Flores da Cunha, Josué Valandro, explica que foram alguns os fatores que influenciaram e tornaram 2014 um sinônimo de preocupação para o comércio. A Copa do Mundo e as eleições estão elencadas como as principais responsáveis. “Durante a Copa, a expectativa de aumento não aconteceu e, ao contrário, freou o consumo. Tivemos alguns feriados que não foram em datas atrativas ao comércio e, para finalizar, o cenário conturbado do Brasil atualmente. Estamos passando por um efeito dominó, onde o consumidor não compra e a indústria não produz”, pontua Valandro.
Para o integrante da CDL, a Copa do Mundo acabou “distraindo” o consumidor e agora o país passa pelas inseguranças das eleições federais e estaduais. “O setor econômico está bagunçado e não conseguimos ter grandes expectativas quando ao segundo semestre de 2014. Certamente as contratações temporárias, características deste período, terão um volume menor do que o registrado no ano passado. Isso no comércio em geral”, acrescenta. Além da baixa no consumo, o comércio luta contra os juros e o aumento na inadimplência dos consumidores. “Isso tudo assusta o comércio, as vendas baixam e isso acaba refletindo nos empregos”, pontua Valandro, que não vislumbra recuperação inclusive com o Natal.
A igualdade dos números se reflete no mercado
A Fábrica de Móveis Florense conta mensalmente com o contato de novos funcionários. Neste ano, a empresa manteve a estabilidade no número de funcionários, assim como o cenário municipal. De acordo com o gerente de produção Valdecir José Segat, embora algumas vagas ainda estejam em aberto, o volume de funcionários vem se mantendo nos últimos anos e, dentro do planejamento, incluindo a rotatividade. Atualmente são 616 funcionários – em 2012 eram 594 e, em 2013, foram 618. “Essa variação é normal. A dificuldade de mão de obra que temos é para o operacional. A Florense tem um trabalho forte em preparar as pessoas, então nossos funcionários entram desta maneira e aqui dentro conquistam um crescimento. Infelizmente, estamos tendo dificuldades para contratar pessoas que iniciem nessa parte operacional”, observa Segat.
Embora a contratação para esse emprego inicial esteja difícil, é exatamente ali que a empresa visa uma valorização. “Eu vejo um futuro na parte operacional, na transformação do produto, ali estarão as maiores oportunidades do futuro. Outras áreas estão tendo o aporte de máquinas e necessitam cada vez menos de pessoas. Já na operação, por mais que você esteja automatizado, a mão humana será sempre necessária. É a grande oportunidade para as pessoas”, acredita o empreendedor. Embora a dificuldade, o setor da indústria ainda é a responsável pelo maior número de contratações em Flores da Cunha, com 1.690 postos no primeiro semestre de 2014.
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