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Móveis Florense: Uma marca consolidada

No início da década de 1970, Lourenço Castellan buscou na Itália a tecnologia para implantar um novo parque industrial no município

No início da década de 1970 o empresário decidiu buscar na Itália a tecnologia para implantar um novo parque industrial. Tornou-se, assim, pioneiro em importar tecnologias. A viagem, que teve duração aproximada de um mês e ocorreu em 1971, reuniu um grupo de 10 visionários do setor moveleiro do Brasil, que percorreu 12 países, visitando feiras e fábricas. O ponto alto da viagem foi o ótimo relacionamento que estabeleceu com um grupo de empresários italianos que, pouco tempo depois, visitariam o Brasil a convite do próprio Castellan. 
Antonio Capone, diretor comercial do consórcio Coimal (um conglomerado de empresas italianas), junto com outros dois produtores de máquinas, Giuseppe Manfredi e Giancarlo Morbidelli não foram recepcionados apenas por Lourenço, mas também pelo governador do estado, pelos presidentes do Banco do Brasil, Banrisul e BRDE, pelo ministro da Indústria e Comércio e até pelo presidente da República, Emílio Garrastazu Médici, dada a influência e prestígio do empresário. 
Nessa época, a Florense já havia adquirido o terreno na entrada de Flores da Cunha para ampliar as atividades, mas a intenção de Castellan era importar apenas algumas máquinas. Porém, ao retornar à Itália para conhecer o protótipo de uma fábrica modelo, com todo o maquinário funcionando, foi recebido com a apresentação do projeto de uma planta já identificada com a marca Florense. Por unanimidade, o grupo Coimal havia decidido que a fábrica modelo da América Latina seria implantada em Flores da Cunha. 
Porém, para que a importação do maquinário fosse viabilizada e a Florense se consagrasse como a mais moderna e inovadora do Brasil, Lourenço teve que enfrentar mais um desafio: conseguir, junto ao Governo Federal, a inclusão do segmento moveleiro em um grupo setorial que pudesse importar máquinas de alta tecnologia. Após diversas tratativas, o então presidente Emílio Garrastazu Médici assinou um decreto liberando essas operações. O relacionamento de Castellan com Pratini de Morais, Ministro da Indústria e Comércio, contribuiu para que ele conseguisse aprovar seu projeto, que, por extensão, acabou beneficiando todo o setor moveleiro, habilitando os fabricantes brasileiros a competirem no mercado externo, até então dominado pelos europeus.
E Lourenço foi além. Para obter isenção de impostos na importação, assumiu com o governo o compromisso de exportar cinco vezes o valor pago pelos equipamentos. Em curto espaço de tempo, o compromisso já tinha sido cumprido. Assim, em 27 de outubro de 1975, foi inaugurada a Fábrica 2 da Florense, que se tornou modelo em toda a América Latina.
Outra parceria importante na trajetória do empreendedor veio antes, na década de 1960, quando a empresa chegou a vender, em determinada época, 75% de sua produção por intermédio da empresa Reul Representações, que tinha como representante comercial Carlos Weissberg, o qual tornou-se amigo de Castellan. 
Nos anos seguintes, o protagonismo da Florense só aumentou. Em 1º de setembro de 1988, foi implantado o sistema de franquias, passando a distribuir os produtos por meio de uma rede de lojas de prestação de serviços, com tratamento especializado, que incluía projetos personalizados, instalação profissional e assistência técnica. No período, a empresa também iniciou a exportação de móveis corporativos aos Estados Unidos. Esse novo modelo mostrou excelentes resultados, e logo passou a ser adotado por outros fabricantes. 
Sua liderança no setor moveleiro nacional o alçou ao cargo de Presidente da Associação dos Fabricantes de Móveis do Brasil (AFAM), durante oito anos.
Atualmente, a Fábrica de Móveis Florense conta com mais de 50 franquias espalhadas pelos quatro cantos do Brasil, bem como lojas em New York, Miami, Houston, Cidade do Mexico, Monterrey, Queretaro, Cidade da Guatemala, Caracas, Bogota, Santiago, Asuncion, Ciudad del Este, Montevideo e Punta del Este. Apenas a fábrica, sediada em Flores da Cunha, emprega, atualmente, mais de 750 funcionários. 
A excelência dos serviços prestados por sua rede franqueada complementa a qualidade dos produtos, consolidando a marca entre os players mundiais e justificando a credibilidade adquirida junto ao segmento da alta decoração. Sob o comando de seu fundador, muitas outras inovações marcaram a trajetória da Florense, entre elas, a conquista pioneira do Certificado de Qualidade ISO 9001 e do Certificado de Gestão Ambiental ISO 14001.

Fontes consultadas: Arquivo O Florense, site Hemeroteca Digital – BNDigital, site revista Afrodite, Gaúcha ZH/Pioneiro, site Móveis de Valor, livro “Lourenço Castellan: um nome que faz a diferença”, trailler do documentário “Lourenço Castellan: O Homem que construiu um Castelo”, sites da Câmara Municipal de Flores da Cunha e da Prefeitura Municipal de Flores da Cunha. 

Em 12 de janeiro de 2001, a Móveis Florense foi a primeira empresa do setor moveleiro do Brasil a receber a certificação de Sistema de Gestão Ambiental – ISO 14001. - Arquivo O Florense
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