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Momento de avaliar o futuro da Festa

Presidente da Feanvindima, da Associação Comunitária e lideranças fazem balanço do evento. Último desfile de carros alegóricos emocionou as soberanas Elisa, Ariane e Duana

Antes de qualquer evento surgem as expectativas. Durante, há o trabalho. E, depois, existem as avaliações. Não tem como ser diferente com a Festa Nacional da Vindima. Com o encerramento da 12ª edição no dia 13 de março é possível perceber e analisar tudo o que foi feito nos 12 dias em que o evento foi realizado em Flores da Cunha. Números oficiais apontam para um público total de 107 mil pessoas, sendo 49 mil no Parque da Vindima Elóy Kunz e outras 58 mil nos quatro desfiles realizados ao longo da rua Borges de Medeiros. Toda essa gente consumiu mais de 15 toneladas de uvas. Além da presidente da Festa, Cristiane Passarin, O Florense conversou com o presidente da Associação Comunitária Fenavindima, Sérgio Dal’Alba, e com líderes de entidades do município, que avaliaram esta 12ª edição.

Para Cristiane, a ideia de um evento diferente foi atingida. A proposta contemplou a mudança na decoração interna dos pavilhões, com os novos coreto e bonecos e a revitalização dos 54 estandes. “A população que participou pôde interagir. Conseguimos dar destaque ao setor vinícola com o estande da Associação dos Vinhos dos Altos Montes (Apromontes)”, cita Cristiane.

Ela ressalta que os Jogos de Colônia foi outra inovação, bem como o Wine Bar. “O grande diferencial foi a comida típica. Tanto quem esteve no restaurante Dolce Itália, da UCS-Icif, quanto quem participou do Festival do Menarosto, saiu satisfeito. Provamos que nossa gastronomia é farta”, sentencia a presidente. Os desfiles merecem destaque especial, pois “foram bonitos e conseguiram resgatar as tradições italianas”.

O presidente da Associação Comunitária Fenavindima, Sérgio Dal’Alba, concorda com algumas opiniões de Cristiane Passarin. Ele reforça que a Festa foi organizada pensando nas pessoas, com a proposta de mudar alguns pontos. “Fomos felizes no que fizemos. O visual interno dos pavilhões e os desfiles ficaram 10. Os desfiles foram prestigiados em peso. Por isso, todas as glórias vão para a comissão organizadora”, sentencia. Ele destaca que esperava uma maior participação do setor vinícola, excluindo a Apromontes. “Esperava porque somos donos do título de ‘Maior Produtor de Vinhos do País’”, complementa Dal’Alba.

Números oficiais

- 49 mil pessoas nos pavilhões.
- 58 mil pessoas nos quatro desfiles alegóricos – envolveram 400 figurantes de 12 comunidades, distribuídos em 20 alegorias e 12 carros.
- Distribuição de mais de 15 mil quilos de uva aos visitantes.
- 2.616 pessoas nos almoços do Festival do Menarosto.
- 240 pessoas nos cursos de degustação de vinhos e de uvas (oito turmas).
- Venda de 4.800 pães caseiros.
- 54 estandes.

Custos e planejamento
As ponderações de Cristiane foram feitas com uma ressalva: orçamento. Uma sugestão que ela deixa para as próximas edições é para que a Fenavindima não seja organizada em ano eleitoral. “Não conseguimos muitos patrocínios por isso. Algumas empresas destinaram dinheiro para a campanha eleitoral, outras, para as meninas que concorreram à rainha e princesas. Acho que isso deve mudar”, salienta, complementando que também pela falta de recursos não foi possível oferecer um show nacional. Questionada se essa discussão sobre troca de data em época de eleição deve começar já, ela pensa e responde: “Não digo já, mas acredito que ainda este ano”.

Uma ponderação feita pela empresária é sobre o planejamento, que deve ser feito “com antecedência e por pessoas especializadas”, referindo-se à captação de recursos estaduais e federais. A Fenavindima não foi contemplada por leis de incentivo à cultura, o que acabou onerando os cofres da prefeitura, a principal injetora de verbas. “Foi uma experiência diferente, pois havia vivenciado a Festa como rainha. Além de me preocupar com a divulgação, tive de cuidar de muitos detalhes”, lembra Cristiane, que usou a coroa na 8ª edição, em 1995.

Sobre envolvimento, a presidente elogia a participação de público nos Jogos de Colônia, nos desfiles e dos agricultores que participaram da exposição de uvas. “Só faltou os florenses subirem aos pavilhões. Talvez não tenham prestigiado a Festa por acharem que seria igual às outras, mas não foi. Não foi muito fácil levar as pessoas para a Festa, que é feita para elas”, analisa a empresária. Ela reassumiu suas atividades na União de Vinhos do Rio Grande em São Paulo e na presidência do Sindicato da Indústria do Vinho do RS (Sindivinho) – foi reeleita até 2013. “Acredito que os objetivos foram alcançados com uma festa diferente”, despede-se Cristiane. Por enquanto, a próxima edição está programada para a vindima de 2015.

Agradecimento
Presidente da 12ª edição, Cristiane Passarin fez questão de enumerar os agradecimentos: prefeito Ernani Heberle (PDT); todos os secretários e servidores da prefeitura envolvidos, as soberanas Elisa Giani Toigo, Duana Nesello e Ariane Schiavenin; o presidente da Associação Fenavindima, Sérgio Dal’Alba; as comissões de trabalho da Festa; os expositores; a Câmara de Vereadores; a comunidade que participou dos Jogos de Colônia e dos desfiles; os visitantes florenses e turistas; o Centro Empresarial; e a imprensa.

Avaliações
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Flores da Cunha e Nova Pádua, Olir Schiavenin
“Como destaques positivos cito os desfiles, pois foram muito bons; os Jogos de Colônia; e, posso ser suspeito, mas a exposição de uvas, que teve um bom envolvimento dos agricultores, mesmo em época de safra. O que eu acho que faltou: ar de festa na cidade. Acredito que as entidades do nosso município teriam a meta e a capacidade de mobilizar, juntas, a população. Faltou um pouco de divulgação do evento e, sobre o palco dos shows, recebi alguns comentários de que não ficou num lugar bom. Em termos gerais, a Festa foi boa, positiva. Talvez o planejamento com antecedência seja a maneira mais adequada para minimizarmos as falhas. Visito inúmeros eventos similares no Estado e percebo que a expectativa não é mais a mesma; parece que as festas não motivam mais as pessoas.”

Presidente do Centro Empresarial (CE), Eroni Mazzocchi Koppe
“O evento trouxe novidades criativas, principalmente nos pavilhões e nos desfiles. Foi uma Festa que remontou bastante às características do nosso passado. Não acho que foi negativa, pelo contrário, foi positiva, pois mostramos nossa cidade, onde valorizamos as raízes. Isso é importante. Como festa, cumpriu a sua função. Essa opinião é unânime entre os vice-presidentes do Centro Empresarial. Destaco que muita gente jovem esteve à frente de algumas tarefas importantes, o que significa que a Fenavindima está sendo levada adiante. Além disso, autoridades estiveram em Flores da Cunha prestigiando o evento.”

Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Flores da Cunha, Artêmio Mascarello
“No geral, gostei da Festa. Nos pavilhões estava tudo organizado, limpo e agradável. Porém, duas situações me chamaram a atenção: a praça de alimentação poderia ter mais variedades – seria interessante que o público tivesse mais opções de lanches ou refeições. A outra situação se refere ao palco onde aconteceram os shows. Acredito, e pelos comentários que escutei, que a estrutura poderia estar melhor posicionada. Onde ficou não era o lugar mais adequado. Mas, com certeza, isso não influenciou em nada a grandeza e a beleza da nossa Festa Nacional da Vindima.”

Alguns prós e os contras
A equipe do jornal O Florense, que acompanhou os preparativos desde o ano passado e todas as atividades da Festa, elaborou uma lista de prós e contras.

Pontos positivos
- Jogos de colônia: a primeira edição cumpriu seus principais objetivos, como integrar os moradores das diversas comunidades do interior, divulgar a região rural do município e estimular a participação da população na 12ª Festa Nacional da Fenavindima. Foram realizadas nove etapas classificatórias em diferentes localidades do município e cada uma delas registrou grande participação, não só de moradores, mas também de turistas.
- Festival do Menarosto: quem apreciou, aprovou. O prato típico de Flores da Cunha foi um dos destaques, pois atraiu turistas de diversos lugares do Brasil ao interior. No total, seis restaurantes florenses ofereceram o prato. Em todos, a comida era farta, de boa qualidade e o atendimento também agradou.
- Desfiles alegóricos: talvez tenham sido o maior ponto positivo da Festa. Isso pode ser comprovado pelo expressivo número de espectadores nas quatro edições, cerca de 58 mil, segundo os organizadores. O corso noturno encantou a população. Não faltaram criatividade e originalidade, tanto para os carros quanto para os aproximadamente 400 figurantes.
- Passeio Turístico Rural: iniciativa interessante, pois os turistas tiveram a oportunidade de conhecer bem como é a vindima, a colheita e o trabalho na colônia. Os participantes gostaram e se divertiram muito.
- Decoração dos pavilhões: ficou bastante apresentável e ponto para os bonecos feitos de frutas, que relembraram a primeira edição da festa, em 1967. O espaço da Apromontes estava bonito e organizado.

Pontos negativos
- Falta de opção de entretenimento para crianças (parque, playground).
- Pouca diversidade de shows.
- Palco para os shows estava mal localizado, tanto que na apresentação do Guri de Uruguaiana poucas pessoas conseguiram vê-lo.
- Número reduzido de estandes, em relação a outras edições.
- Falta de uma praça de alimentação mais variada e com mesas. Além disso, foram ouvidas reclamações de que a comida oferecida no restaurante estava fria e o espaço era pouco aconchegante.
- O Wine Bar foi uma proposta interessante, mas o espaço ficou mal localizado, escuro e deu a impressão de ser restrito a convidados.
- Faltou integração com a comunidade florense – talvez a colocação de mais banners, cartazes, faixas e enfeites pela cidade dariam uma melhor impressão.
- Não somente a rainha e as princesas devem estar integradas e divulgar o evento, mas também as embaixatrizes. Além de participar do desfile de carros alegóricos era importante que estivessem no parque circulando e cumprimentando os turistas.

Soberanas se despedem emocionadas

O último desfile de carros alegóricos da Festa Nacional da Vindima foi marcado pela emoção, principalmente das soberanas Elisa, Ariane e Duana, que surpreenderam o público desfilando a pé. As três discursaram e se despediram do público. “É com muita emoção que me despeço hoje. Foi uma honra fazer parte desse momento tão importante para Flores da Cunha.”, disse Elisa. “Agradecemos a comunidade pelo apoio e aos visitantes pela preferência”, acrescentou Duana. “Também fazemos um agradecimento muito especial aos nossos familiares, que nos apoiaram desde o início deste sonho”, completou Ariane.

Conforme estimativa da Brigada Militar de Flores da Cunha, cerca de 15 mil pessoas assistiram ao último desfile de carros alegóricos da 12ª Festa Nacional da Vindima, no último domingo, dia 13. Antes mesmo das 16h, horário marcado para o início do corso, praticamente todos os pontos da Borges de Medeiros, entre as ruas Professora Maria Dal Conte e Júlio de Castilhos, estavam lotados de adultos e crianças, ansiosos pelo início do espetáculo.

Eis que soaram os sinos da Igreja Matriz, anunciando a chegada da estrela da Festa, a uva. Para abrir o desfile, ao longo do percurso, figurantes distribuíram a fruta aos espectadores, que responderam com palmas e cantaram canções italianas. O espetáculo seguiu sob o tema – A comida colonial e a alta gastronomia no maior produtor de vinhos do Brasil –, mostrando ao público os costumes dos imigrantes italianos que povoaram o município a partir de 1875. Os 12 carros alegóricos apresentaram um pouco da história de personagens típicos da cultura como o Sanguanel e a Nossa Senhora da Uva. Além de muitos sorrisos, os figurantes também distribuíram ao público produtos típicos da região como pão, vinho, graspa, polenta frita, pão e menarosto.

Entre as autoridades que prestigiaram o desfile estavam o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Adão Villaverde, o prefeito de Caxias do Sul, José Ivo Sartori, o vice-prefeito de Nova Pádua, Ronaldo Boniatti, o prefeito e o vice de Flores da Cunha, Ernani Heberle e Domingos Danbroz, além do presidente da Câmara de Vereadores florense, Alexandre Scortegagna.


Vencedores do Concurso Fotográfico da Apac

No último sábado, dia 12, foram entregues os prêmios aos vencedores do concurso Fotográfico da Apac ‘Dolce Vendemia’. Foram premiados: 3º lugar, Deise Giotto, com a foto 'Beleza da Natureza' (prêmio de R$ 150). Em 2º lugar, Fabiane Veadrigo, com a foto 'Alegria da Colheita' (prêmio de R$ 250). O 1º lugar ficou para Maura Verdi, com a foto 'Frutos nas mãos'. Ela recebeu R$ 200 e uma máquina fotográfica, entregue pelo apoiador Sérgio Dall’Alba. Também foi entregue neste dia o prêmio para a foto escolhida pelo público. Foram entregues ainda 30 menções honrosas aos participantes que tiveram suas fotos escolhidas pelos júri. Os certificados podem ser retirados na sede do jornal O Florense. (Foto/Divulgação)


 


Soberanas desfilaram à pé, surpreendendo o público que assistiu ao corso. - Mirian Spuldaro
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