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Com a premissa de que cada ciclo que começa e termina somos brindados com a oportunidade de recriar e aprender, Douglas Nadys Gonçalves, 23 anos, dá testemunho de sua fé por meio de missões pelo planeta. O jovem florense já viveu em países como Austrália e Tailândia, e em junho deste ano parte para uma nova missão na Nova Zelândia, onde também terá um período de estudos.

A história de Gonçalves começa com seus próprios questionamentos religiosos. Aos 20 anos ele se considerava ateu (pessoa que não crê em Deus), estudava Engenharia de Produção e atuava na área. Por meio de um intercâmbio foi estudar na Austrália, onde permaneceu por sete meses e ganhou o que se chama de sponsor, uma espécie de patrocinador para permanecer no país e ganhar a cidadania local.

Mas no meio do caminho ele encontrou alguns missionários e conheceu uma fé sem denominações. “Entendi o valor de ter uma crença, mas partindo sempre de Jesus Cristo. Foi um choque de realidade quando li a Bíblia e encontrei essas pessoas pelo caminho. Tudo fez sentido”, destaca. Neste momento, ele largou o que tinha conquistado e foi para a Tailândia fazer trabalho voluntário.

A fé que Gonçalves acredita é em um mundo melhor por meio das pessoas: pequenos atos de amor como a preocupação com o outro e o entendimento de coletividade. “O motivo é o mover de Deus. Ele nos mostra o caminho sempre e ter confiança é fundamental para ver a vida de outra forma”, enfatiza. O trabalho voluntário sempre fez parte dos planos dele, que ainda criança participou em Flores da Cunha do Grupo Escoteiro Alberto Mattioni e do Leo Clube.

Na Tailândia, conheceu o Jovens Com Uma Missão (Jocum), grupo internacional empenhado na mobilização de jovens de todas as nações para a obra missionária. “As comunidades locais sofrem de problemas graves como tráfico humano principalmente para a prostituição infantil. Vi coisas absurdas, e por isso o trabalho foi de evangelização para levar esperança e amor àquelas crianças, de alguma forma”, conta o missionário. Ele ficou cinco meses na Tailândia, país onde somente 1% da população é cristã, e onde afirma ter confirmado sua fé.

Quando o assunto é o cristianismo no Brasil, Gonçalves acredita que em muitos locais se perdeu o verdadeiro foco. “Nos falta ver a questão como um todo. Reclamamos por muito por pouco. E ainda temos a marcante presença dos princípios morais da sociedade, causando desinteresse por Deus, e consequentemente passamos a ter interesses egoístas”, afirma, ressaltando que isso não é uma regra – ainda existem igrejas comprometidas em ensinar o verdadeiro Evangelho.

O jovem voltou ao Brasil em outubro do ano passado e aproveitou para curtir a família e os amigos, mas o coração permanece inquieto por novas experiências. Aqui ele dá aulas de inglês e compartilha o conhecimento da Bíblia de forma voluntária. “O objetivo agora é estudar na Nova Zelândia e me especializar em Desenvolvimento Social. Sem dúvida tem muito para ser feito”, destaca o jovem. A vida fora do Brasil oportuniza conhecimento sobre outras culturas e interação com outras realidades. Ele indica aos jovens para que leiam a Bíblia e que busquem um caminho consistente a seguir. “Respeito todas as religiões, e o bem é válido sempre, mas defendo a minha verdade fazendo o meu melhor”, opina.

Para a próxima missão, Gonçalves arrecada fundos por meio de ações entre amigos (no último sábado, dia 4, no estacionamento da Igreja Matriz, ele lavou carros).