Meio século de um trabalho APAExonante
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais recebe homenagens pelos 50 anos de fundação. Semana Nacional da Pessoa com Deficiência promove diversas atividades, entre elas a coroação das soberanas da Apae
Na última quarta-feira, dia 30 de agosto, a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) comemorou cinco décadas de atividades. Para marcar a data, foi celebrada uma sessão solene pela Câmara de Vereadores de Flores da Cunha, uma proposta da vereadora Silvana De Carli (Progressistas), que foi realizada na sede da entidade.
Fundada em 30 de agosto de 1973, a Apae é uma associação civil, beneficente e comprometida com a assistência social, educação e saúde. De acordo com seu presidente, Darci Dani, atualmente cerca de 114 usuários dos municípios de Flores da Cunha e Nova Pádua são abraçados pela Associação, que também conta com uma equipe de 33 profissionais dedicados a acolher diferentes formas de deficiência física, intelectual e múltipla.
“Estou muito feliz em poder estar à frente da Apae nesse ano que ela está completado 50 anos. E eu também tenho que ficar muito alegre e muito satisfeito porque as gestões anteriores, todas, trabalharam em prol de uma Apae muito boa, com uma excelente estrutura, para chegar onde chegamos hoje. Realmente estou muito feliz e agradecido a todas as diretorias e todos os colaboradores que trabalharam nestes 50 anos, porque sem o trabalho deles, certamente, nós não chegaríamos onde estamos hoje”, destaca Dani.
O presidente reforça que mesmo que a entidade tenha se modernizado e que preste um serviço de ótima qualidade para seus usuários, muitas mudanças ainda devem ser implantadas, a fim de melhorar ainda mais a qualidade de vida dos que utilizam os serviços oferecidos: “Estamos iniciando um projeto para construir uma cancha poliesportiva e poder desenvolver diversos esportes, que era uma demanda e nós ainda não tínhamos essa condição, estamos preparando uma área para que se possa construir essa cancha poliesportiva. Também estamos colocando outras benfeitorias, já executamos uma pintura no prédio para melhorar, enfim, continuamos trabalhando, sempre buscando melhores alternativas em função dos nossos usuários”, prospecta, otimista.
Dani também lembra que dias antes das homenagens aos 50 anos da Apae, a Associação realizou diversas atividades em alusão a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. A programação iniciou ainda no dia 21, com a coroação das Soberanas da Apae gestão 2023/2025. Na ocasião, Gabriely de Souza César, de Flores da Cunha, e Andria Fochesatto, de Nova Pádua, desfilaram aos presentes e receberam a coroa e a faixa de princesas da entidade. Emylly Fernanda Moreira de Oliveira, de São Gotardo, foi coroada rainha da Associação e recebeu a faixa com o título de soberana.
Diretora da Apae há 15 anos, Maria Branchini explica que esse evento foi criado na atual gestão e tem o objetivo de oportunizar experiências, independente das dificuldades físicas e intelectuais, e afirmar que é possível realizar sonhos, uma das missões da entidade. Além desta marcante ação, durante a semana também foram realizadas palestras apresentações artísticas e culturais, missa em homenagem aos 50 anos, lançamento de vídeos nas redes socais e pedágio beneficente.
Acerca do sentimento de Maria em fazer parte dessa trajetória de meio século de atividades da Apae, uma vez que sua família esteve presente desde as primeiras reuniões e atas para criação da Associação, ela frisa que sua ligação com a entidade vem do irmão, Nino, de 62 anos, que é o usuário mais antigo. “Me sinto plena por comemorar tanto cuidado, tanto carinho, tantas conquistas, independente de quanto trabalho elas ocasionam. Nada é bom e significativo sem muito trabalho. Eu estarei sempre pronta para buscar mais possibilidades e condições aos nossos atendidos. O que importa é o quanto eles são amados por mim. E amor é aceitar, mas também lutar por dignidade e qualidade de vida, por oportunidade que transforma, que desenvolve, que evolui e inclui. Mesmo quando eu não estiver mais à frente da Apae, serei voluntária para continuar a me doar por essa causa tão especial”, emociona-se.
Além da causa humana, a Associação preocupa-se em trabalhar em prol da autosustentabilidade. Pensando nisso, conforme Maria, realizou-se investimentos em energia fotovoltaica, placas solares e um projeto de reciclagem, onde toda a comunidade de Flores da Cunha auxilia com a separação do lixo. A entidade tem, ainda, alguns pontos com captação da água da chuva, com caixas d’água e muitos filtros (para prevenir o mosquito da dengue).
E para continuar beneficiando da melhor forma possível quem utiliza os serviços da Associação, Maria tem planos: “Um sonho bem gigante é construir uma piscina semiolímpica para atender a nossa clientela e também as pessoas com outros tipos de necessidades e/ou doenças, bem como as pessoas idosas. Assim, poderíamos vender esse serviço para o público de nossa cidade, ajudando a sustentar a nossa Apae”, adianta, concluindo: “Os planos e os sonhos fazem parte dos meus dias. Assim como nesse ano dourado, com a ajuda da comunidade, estamos realizando o sonho de cada usuário”.
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