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Material escolar está 10% mais caro

Levantamento aponta que preço do papel, alta do dólar e impostos encareceram as listas. Em Flores da Cunha, movimento nas livrarias está antecipado

Depois das compras de Natal e Réveillon, muitas famílias precisam se organizar para comprar materiais escolares. Este ano, porém, alguns fatores contribuíram para que o assunto ganhasse mais atenção: a alta do dólar e o preço do papel, que interferem no valor de diversos itens frequentemente solicitados nas listas. Segundo o instituto de pesquisa Data Popular, o valor gasto com material escolar e livros deve aumentar mais de 10% em relação a 2012. Matrículas e mensalidades, acréscimo de 7%, considerando os dois anos. E de acordo com o Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel), o papel teve aumento de 12%. Além disso, a carga tributária dos materiais faz com que as compras pesem ainda mais.

Na livraria Fiorio, em Flores da Cunha, alguns itens tiveram reajuste, elevando o valor de alguns livros, por exemplo, em 8%. Mesmo assim, o estabelecimento manteve o mesmo valor nos principais produtos, explica a atendente Fabiane Carraro. O dicionário da Língua Portuguesa, por exemplo, continua com variação de R$ 12 a R$ 38, de três a quatro modelos. Já os cadernos podem ser adquiridos por valores que vão de R$ 3,50 a R$ 12,50. “E 99% dos clientes trazem os filhos junto”, projeta a atendente, que sabe que é preciso fôlego para acompanhar o ritmo frenético dos pequenos, que se entusiasmam com as compras, sobretudo na hora de escolher os cadernos e a mochila.

Com um movimento que começou antes do Natal, a livraria atende cerca de 20 pessoas ao dia, apenas para compra de material escolar. Por lista, os valores podem variar, em média, de R$ 60 a R$ 140. Nos últimos dias, os compradores levaram tudo o que foi solicitado pelas escolas, e o pagamento, por parte de moradores do interior, costuma ser à vista; já os habitantes da área urbana costumam usar cartão ou cheque.

Em fevereiro é esperada parte do público que costuma comprar itens que realmente são necessários, aproveitando os objetos em bom estado do ano anterior ou repassando de um irmão para o outro aquilo que pode ser reutilizado.

De promoção em promoção
A autônoma Valdete Meneguzzo da Silveira já aprendeu como economizar na compra da material dos filhos, Gabriel, que irá cursar o último ano do ensino médio; e Luísa, que passou para o 6º ano do ensino fundamental. Cada vez que vê uma promoção, entra no estabelecimento e garante o desconto. Na tarde da última quarta-feira, dia 15, por exemplo, o anúncio de cadernos a R$ 3,50 fez com ela entrasse na livraria Fiorio, onde diz ter encontrado o preço mais em conta.

Ela saiu de lá com três dos 10 cadernos pedidos na lista de Gabriel e pelo menos um dos sete pedidos na lista da filha mais nova, que acompanha a mãe de compra em compra, e desta vez pôde escolher um com capa de princesa. Os itens recém comprados vão ficar guardados com as canetas e estojos novos – também adquiridos em ofertas. “Quando sobra uns R$ 15, R$ 20, já compro alguma coisa da lista”.

Além de economizar, Valdete evita o intenso movimento das livrarias que aumenta à medida que se aproxima o início do ano letivo. Os últimos 15 dias, diz ela, são reservados para comprar apenas aqueles objetos que são indispensáveis para o início das aulas e não foram encontrados em oferta. Mochilas, por exemplo, serão compradas ao longo do ano, se houver necessidade.

Já a mãe do pequeno Matheus Germiniani (que começará as aulas no 1º ano), Raquel da Silva, preferiu comprar todos os materiais logo. Ao lado do marido, Tiago Germiniani, ela calcula ter tido acréscimo nos gastos deste ano em relação ao ano anterior, quando Matheus estava no pré. “Gastamos mais ou menos os mesmos R$ 200 do ano passado, só que em 2012 compramos a mochila e este ano não”, compara.



Dicas para uma compra nota 10

O Procon de Caxias do Sul aponta algumas dicas importantes na hora da compra do material escolar:

- Pesquise preços em diferentes estabelecimentos.

- Verifique se é possível reaproveitar itens que restaram do ano anterior.

- Procure lojas que concedem descontos para compras em grande quantidade.

- Tenha como primeira alternativa o pagamento à vista.

- Saiba que pagamentos com cartão de crédito, em uma parcela, são considerados à vista. Assim, o preço não deve sofrer alteração.

- A escola não pode solicitar materiais de uso coletivo, como de limpeza, de higiene ou ainda cobrar taxas para suprir despesas como telefone, água e luz.

- As escolas não podem exigir que o material seja comprado em um determinado estabelecimento e não podem ordenar a aquisição de produtos específicos.

- As embalagens dos materiais perecíveis, como tintas, colas e fitas adesivas, devem conter informações precisas a respeito do prazo de validade, condições de armazenamento, composição e caso possa apresentar algum risco à saúde dos estudantes. Estes requisitos devem ser informados em Língua Portuguesa, mesmo que o produto seja fabricado no Exterior.

- Os preços devem estar afixados nos produtos ou nas gôndolas nos pontos de venda, de forma que o consumidor possa facilmente visualizá-los.

Fonte: Procon de Caxias do Sul (procon.caxias.rs.gov.br).


Raquel, com o marido Tiago e o filho Matheus, constatou que houve acréscimo nos gastos. - Gesiele Lordes
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