Geral

É pelas mãos de centenas de voluntários, representantes de 41 entidades florenses, que pó e resíduos de madeira transformam-se em serragem colorida e dão vida a verdadeiras obras de arte que contornam a Praça da Bandeira. Neste ano, as ruas estão ornamentadas com 58 tapetes de Corpus Christi, quadros que fazem alusão ao tema da Campanha da Fraternidade 2023 “Fraternidade e Fome” e ao lema do Ano Pastoral “Recomeçar com Maria, em Comunidade”, além disso, as representações da Eucaristia e de Frei Salvador Pinzetta seguem sendo clássicos expostos no Centro de Flores da Cunha. 
O diferencial abordado neste ano é o centenário de emancipação política do município, que ocorrerá em maio de 2024, mesmo ano de realização da 15ª Fenavindima, a festa maior de nossa cidade. Para enaltecer esses elementos as voluntárias do Lions Clube, Elci Salvador e Rejane Antoniazzi, contam que o grupo pensou em desenhar folhas de videiras: “Elas têm tudo a ver com Flores da Cunha, com o trabalho dos nossos imigrantes, então é uma forma de homenagear, principalmente os colonos, através da colheita da uva, e os nossos vitivinicultores, com a elaboração dos vinhos”, revelam, complementando que fazem um trabalho conjunto com a Liga Feminina de Combate ao Câncer, Leo Clube e os Leãozinhos, formado pelas crianças. 
O outro quadro desenvolvido por elas culmina com a religiosidade e a força, traduzidas pela figura de Jesus: “A fé é a chama que nos mantém vivos e disponíveis para sempre prestar essa homenagem a Jesus Cristo, que foi o alento para os imigrantes que aqui chegaram, porque era uma terra inabitada, nada tinha, e na fé eles conseguiram construir tudo o que nós temos hoje. Então Cristo é a base de tudo, é o alicerce para o que nós estamos desenvolvendo”, destacam, acrescentando que essa tradição não pode morrer e, por isso, procuram transmiti-la para os filhos, que já participam da confecção. 
E por falar em jovens, eles representam boa parte dos que ‘põe a mão na serragem’ para deixar a cidade com um colorido único. É o caso dos estudantes da Escola Frei Caneca, que se engajaram para criar os dois tapetes (trilhos) da instituição: “Os alunos gostam de estar aqui. Eles participam desde a confecção, de fazer os desenhos para a aprovação da prefeitura, o desenho do molde e a colocação da serragem, estão presentes em todo o processo”, revelam as professoras de Química e Física, Suelen Molon, e Matemática, Cristina Araldi. Acerca dos elementos utilizados para retratar os símbolos do município, elas explicam: “Escolhemos o galo pela história e vestimos ele de mágico. A uva, claro, não poderia faltar, e o Campanário, com sua reforma, queremos dar mais visibilidade para ele. E a nossa frase complementa tudo: ‘A magia do galo brilha no Campanário’”, enaltecem.
Outro grupo que se dedicou aos trabalhos durante a quarta-feira foi o movimento Tau 04, que participa da confecção dos tapetes pelo terceiro ano: “A gente tem dois tapetes, um quadro que traz um vitral de São Francisco de Assis – como o nosso movimento significa Testemunhas do Amor Universal de São Francisco – com os dizeres de Paz e Bem; e o trilho, que representa um pouco do movimento e a maneira de viver o Evangelho, com atitudes, valorizando a vida, a fé e a família”, informa o integrante da coordenação do movimento, Miguel Casagranda, acrescentando que essa é uma das atividades mais aguardadas pelo grupo de jovens, afinal, para ele e para o movimento “fazer os tapetes é o máximo!”, conclui.