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Mais movimento na ERS-122, porém, menos arrecadação

Em 12 de junho a EGR completa 12 meses à frente do pedágio de Flores da Cunha. Em 11 meses foram arrecadados R$ 7,8 milhões

Um ano após o fim do contrato com a Univias e 11 meses depois de a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) assumir a praça de pedágio na ERS-122 em Flores da Cunha, o movimento entre Caxias do Sul e Antônio Prado aumentou mais de 10% nos primeiros quatro meses deste ano se comparado ao mesmo período de 2013, quando o era administrado pelo consórcio. Conforme levantamento feito pelo jornal O Florense, na época o movimento mensal na praça instalada no Km 101 da ERS-122 foi, em média, de 108 mil, e agora é de 120 mil no quadrimestre. A maior parte deles (63%) é de carros de passeio e utilitários.

Na contramão do movimento de veículos, que saltou de 3,6 mil para 4 mil por dia, os recursos com a arrecadação diminuíram mais de 37% se comparados aos valores cobrados pela antiga empresa até 31 de maio de 2013. Na época, a concessionária recolhia mensalmente cerca de R$ 1,2 milhão. Já sob a administração da EGR, que passou a cobrar pedágio em 12 de junho do ano passado e reduziu a tarifa em cerca de 29%, esses valores caíram para R$ 776,5 mil por mês. Havia uma expectativa de arrecadar R$ 845 mil mensais, mas apesar do aumento no fluxo de veículos os números não se confirmaram.

Valores
Conforme a prestação de contas da EGR, o valor arrecadado na praça florense entre junho de 2013 a abril de 2014 foi de R$ 7,8 milhões. Deste montante, cerca de R$ 4,8 milhões, o que representa 62%, são gastos com pagamento de pessoal, impostos, serviços de emergência e obras de recuperação feitas na rodovia. “Entre 3% e 4% do valor mensal arrecadado é aplicado no pagamento de funcionários. Outra parte, em torno de 10% a 15% vai para o pagamento de arrecadação da praça (impostos). O restante é aplicado na rodovia, com recuperação de pista, tapa-buracos, roçada e pintura”, descreve o diretor-presidente da estatal, Luiz Carlos Bertotto.

Em fevereiro de 2014, depois de sete meses de operação e de muitas reclamações dos usuários da ERS-122, a EGR iniciou a recuperação da rodovia, um contrato de R$ 22 milhões. A previsão é que o consórcio contratado para executar a obra leve até dois anos para recapear toda a extensão gerida pela EGR, que é de 46,8 quilômetros, entre o entroncamento com a RSC-453 (Rota do Sol), em Caxias do Sul, até o trevo de acesso a Antônio Prado. De acordo com Bertotto, a partir de agora os gastos serão maiores e o valor investido será superior ao arrecado mensalmente.

No mês de março, quando o investimento começou a ser pago, a praça florense arrecadou R$ 820,5 mil, sendo que o desembolso (despesas) foi de R$ 828,2 mil. Em abril, foram arrecadados R$ 822,4 mil e gastos R$ 844,4 mil. Para suprir o déficit e não ficar no vermelho, Bertotto explica que a EGR está utilizando os recursos que tem em caixa, cerca de R$ 3 milhões arrecadados nos meses anteriores. “Esse montante investido irá consumir além do valor que arrecadamos, mas como temos um pouco de caixa, com certeza teremos recursos para poder pagar esse contrato e suprir esse ‘prejuízo’ que teremos de agora em diante”, aponta.

Foto/Antonio Coloda





O que foi feito até hoje na rodovia

Segundo Luiz Carlos Bertotto, até o momento já foram concluídas 19% do total das obras nos trechos que estavam mais degradados na ERS-122 e que necessitavam de restauro urgente. Nesta primeira etapa o consórcio de empresas responsável pelo serviço está fresando a rodovia, ou seja, retirando o asfalto antigo e colocando uma nova camada. “Na semana passada, nosso engenheiro, Luís Fernando Vanacor, participou de uma reunião com o Corepe, o conselho dos usuários, onde ouviu reclamações de que alguns pontos que já foram recuperados e que estão novamente com buracos. Na verdade, são pontos que apresentam pequenas vertentes de água, mas estamos observando para fazer as medidas corretivas, com a colocação de dreno nesses locais”, assegura.

Bertotto explica que após a conclusão do asfaltamento nos 46,8 quilômetros, iniciará a segunda etapa da obra, que consistirá na aplicação de uma segunda camada asfáltica, de 4 centímetros de espessura, entre Caxias e Flores da Cunha. Conforme Bertotto, esse é o trecho mais antigo e que, em função do alto fluxo, especialmente de caminhões, necessita de um reforço maior para suportar o peso dos veículos. “Posteriormente, no trecho entre Flores da Cunha e Antônio Prado, também faremos um microrrevestimento sobre a nova capa de asfalto para impermeabilizar melhor a rodovia para que não tenhamos problemas de infiltrações”, explica.

Plano futuro inclui a duplicação da estrada

No dia 22 de maio o diretor-presidente da EGR, Luiz Carlos Bertotto, participou de uma reunião com representantes do Conselho Comunitário da Praça de Pedágio (Corepe) de Flores da Cunha na Câmara de Vereadores de Antônio Prado. Entre as reivindicações apresentadas à estatal estava a duplicação da ERS-122 entre Flores e Caxias. Conforme o presidente, essa questão está sendo avaliada e uma empresa será contratada para realizar o projeto de duplicação da via. “Estamos terminando os termos de referência para a contratação dessa empresa. Queremos estar com esse projeto pronto até o início do ano que vem. Depois disso, iremos fazer outro estudo para determinar os investimentos que serão necessários para a concretização da obra e de onde sairão os recursos. Uma obra como esta certamente irá influenciar no valor do pedágio”, adianta ele, frisando que qualquer decisão será discutida com os conselhos. Bertotto destaca que atualmente a EGR tem contrato de investimento de cerca de R$ 200 milhões para obras de melhoria e recuperação de rodovias em todo o Rio Grande do Sul.

Movimento no trecho pedagiado aumentou mais de 10% nos primeiros quatro meses deste ano, se comparado ao mesmo período de 2013. - Antonio Coloda
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