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Mais de 91 anos de laços com o passado

Em comemoração aos 91 anos de emancipação política do município, o jornal O Florense encontrou famílias que, nos 140 anos da imigração italiana, resgataram a origem da família no Velho Continente

Muitos eram os boatos que circulavam pela Itália. Tanti i va in Merica. La Merica, terra de la cuccagna. Ndemo in Merica, femo um tanto de schei e tornemo indrio. No saremo pì soto paron. Ognun sarà paron de la própria terra*. Eram anos difíceis, com miséria para os colonos, onde metade do que era produzido era dos patrões. Movidos pela promessa de uma terra melhor, milhares de famílias partiram para um futuro desconhecido na América, mas que carregava consigo a esperança. Da tentativa de deixar para trás a pobreza, mães perderam o contato com filhos, irmãos nunca mais se viram e netos passaram a não conhecer os avós.

Com a imigração muitas famílias perderam sua origem, não conseguiram mais mandar notícias muito menos retornar para a Itália. Os anos passaram e, no ano em que comemoramos os 140 anos da chegada das primeiras famílias no Rio Grande do Sul, felizmente muito se tem a festejar. O interesse em buscar e conhecer os primórdios das famílias e as facilidades do mundo moderno reconhecem um expressivo número de sobrenomes que existem no Brasil e na Itália, e que hoje reconquistaram a familiaridade.

Homenageando os 91 anos de emancipação política de Flores da Cunha, o jornal O Florense conversou com descendentes das famílias de imigrantes que se instalaram nos lotes que hoje pertencem ao município e que, marcando os 140 da imigração, reencontraram a origem da família e mantêm a convivência com a Itália, tendo lá verdadeiros irmãos de coração.

Estas histórias fazem parte da série especial do O Florense que conta alguns dos importantes capítulos escritos durante estas 14 décadas. O aniversário de emancipação de Flores da Cunha não poderia ficar de fora. Ao longo da semana apresentaremos um pouco destas histórias.

* Para entender
– Não entendeu o início do texto? Confira a seguir as frases traduzidas do talian para o português: “Muitos vão para a América”; “América, o país da fartura”; “Vamos para a América, ganharemos muito dinheiro e retornamos”; “Não seremos mais comandados por patrões”; “Cada um será patrão e dono da própria terra”.



Registro de uma procissão religiosa na área central de Nova Trento, tendo ao fundo a Igreja Matriz e parte do antigo campanário. - Acervo Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi/Divulgação
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