Mais 12 anos para recuperar área do antigo aterro florense
Processo em terreno florense iniciou em 2005 e está avançando
Um aterro descontrolado, mais conhecido como lixão, era realidade de poucos anos atrás em Flores da Cunha. Desde o início da cidade, quando começou a coleta de lixo realizada pela prefeitura, uma área de aproximadamente 25 mil metros quadrados foi destinada para receber todos os resíduos do município, seja orgânico, seletivo, eletrônico, pilhas ou lâmpadas. Tudo o que era lixo ia para lá.
A área, localizada na rua Heitor Curra, em frente ao cemitério público municipal, não passava por nenhum controle e, após décadas, no ano de 2005 foi desativada e iniciado um trabalho de recuperação do espaço. “Como não havia controle do que estava sendo colocado lá, até então não tínhamos noção do alcance da contaminação”, comenta a diretora do Departamento do Meio Ambiente, Franciele Zorzi. Dentre as ações realizadas pela prefeitura após a desativação, estava a instalação de tubulações para captar o chorume e o gás produzido pelo lixo. “Também instalamos piezômetro, para o monitoramento da água subterrânea”, destaca o engenheiro agrônomo da prefeitura, Marcelo Masiá.
A contaminação desencadeada pelo aterro descontrolado de anos poderia ter sido devastadora, contaminado o solo e os lençóis freáticos, mas, conforme estudos realizados a partir de 2013, quando o município conseguiu a Licença de Operação (LO) da área, o solo não apresentou contaminação, mas a água contemplava metais pesados, como cromo e zinco, além de excesso de matéria orgânica. “Desde 2013 até 2033, a cada três meses, uma empresa terceirizada realiza as coletas de amostras e encaminha os resultados à Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam), que examina os resultados”, relata Masiá.
No local, a prefeitura mantém o terreno roçado, cercado e cuida para que a população não deposite lixo. “Acontece seguido de irmos lá e termos que fazer o recolhimento de lixo. Para termos uma área sadia daqui alguns anos é de extrema importância a ajuda da comunidade”, destaca Franciele. Duas lagoas também foram construídas para auxiliar a recuperação. A primeira recebe as tubulações do chorume e, até 2020, um aerador oxigenava a água – esse foi desativado em 2021, de acordo com relatórios positivos emitidos pela Fepam. Após, a água é encaminhada à outra lagoam, na qual existem plantas aquáticas que ajudam a absorver as impurezas (tratamento biológico). A água tratada desencadeia no esgoto pluvial da cidade.
De acordo com o último relatório, o nível de metais pesados da água baixou, mas ainda não é possível comemorar. “Como não sabemos o que foi depositado lá, pode ser que nesse momento nenhum material com grandes proporções de metais está sendo decomposto. Daqui um tempo podemos ter um aumento novamente”, informa o engenheiro.
Após a recuperação ambiental dessas áreas, o local está apto para ser um parque, uma praça, ou utilizado para outros serviços, desde que não haja nenhuma construção civil que precise de fundação. “Como o solo é muito instável, não é passível de construções”.
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